Argumento de Guido Nolitta, desenhos de Alberto Giolitti (Gilbert) e Giovanni Ticci e capas de Claudio Villa.
Com o título original La strage di Red Hill, a história foi publicada em Itália nos nº 431 a 435 e no Brasil, pela Editora Globo nos nº 343 a 348.
Na fronteira dos EUA com o Canadá, uma aldeia de índios Assiniboins é massacrada por caçadores de lobos, os Wolfers. No momento da tragédia, Tex e Jack Tigre encontram-se na aldeia, mas pouco ou nada podem fazer. O governo americano incumbe Tex de liquidar a quadrilha dos Wolfers que, entretanto, criaram um vasto comércio clandestino de uísque. Tex e Carson recorrem ao velho amigo Jim Brandon e adoptam nomes falsos para se infiltrarem no seio da quadrilha.
Nolitta gosta de incendiar ânimos, extremando ao máximo ódios e vinganças e tornando os argumentos muito maniqueístas. O autor exalta os sentimentos para poder justificar as acções futuras das suas personagens, porque o autor identifica Tex como seu pai o fizera, um justiceiro duro, implacável, racional, mas também cínico.
Nolitta preocupa-se em preparar o terreno convenientemente para que Tex possa agir de determinada forma. O ataque dos caçadores Wolfers à tribo índia é levada ao extremo, é um ataque traiçoeiro e duro, extremamente violento. Nolitta serve assim um prólogo sangrento para afirmar ao leitor qual o caminho que doravante vai seguir e cabe a nós prepararmo-nos para os actos seguintes.
Também na construção de cada personagem, Nolitta extrema ao máximo o carácter de cada uma, revelando uma dualidade bem vincada e ímpar nas aventuras texianas.
Bem entendido, o modo como Nolitta apresenta sempre os factos, mais não é do que um estratagema que pretende aumentar a tensão por um lado, mas sobretudo criar sentimentos firmes e convictos em Tex, preparando o ranger para combates terríveis. Nolitta não gere expectativas, pretende sim aumentá-las para justificar o comportamento texiano.
Outra característica em Nolitta é a sua extrema apetência para escrever longos roteiros que, frequentemente acabam por se dissipar em pequenas tramas, tornando o resultado final algo desequilibrado.
Em “O Massacre de Red Hill” isso não acontece, uma vez que a trama, apesar das muitas páginas do argumento, consegue sempre manter viva a ideia principal do mesmo, nunca saltando para episódios secundários.
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Aventura desenhada a duas mãos, primeiro por Giolitti (que viria a falecer) e finalizada pelo seu discípulo Ticci. Os estilos são diferentes, mais elaborado e detalhado o de Giolitti, mais profundo e pujante o de Ticci.
Apesar das diferenças, convém realçar que Giolitti é um dos melhores desenhadores texianos. O seu estilo é limpo e preciso, com planos detalhados e um notável senso do movimento, bem patente nas cenas iniciais do ataque ao acampamento índio.
Mas o seu Tex não é de modo algum o Tex que estamos habituados. O seu Tex surge algo envelhecido e sem a pujança do Tex ticciano. Para além disso, a comparação surge na mesma aventura, com Ticci, apesar do desgaste dos anos já patente em muitos detalhes, a desenhar um ranger duro, altivo e sobretudo pujante.
Texto de Mário João Marques
Extraordinário conjunto de capas de Claudio Villa!
Magnífico artista, sem dúvida!
É mesmo, é uma bela historia também.
João Baptista
Esses livros foram os primeiros que li do Tex! Adorava essa saga.
Saberia dizer quais foram as edições de Tex Desenhadas por Giolitti (Gilbert)?
Até mais.
Alberto Giolitti desenhou as seguintes aventuras de Tex:
Tex 124: Areias ensanguentadas (Mesa dos Esqueletos) e Tex Coleção 240-241
Tex 267-269: A mão na rocha (Luta de serpentes) e Tex Ouro 22
Tex 283-284: O xerife de Wickenburg (A garra de um navajo) e Tex Ouro 30
Tex 343-348: O massacre de Red Hill e Tex Ouro 56 e 57
Tex Gigante 3: Terra sem lei.
Olá a todos.
José Carlos Francisco, muito obrigado pela informação; Infelizmente foram poucos, e alguns, pelo que vi, ainda dividiu com Ticci, mas são verdadeiras obras primas.
Até mais.