Tex Série Normal: Fantasmas no Deserto

Argumento de G.L. Bonelli, desenhos de Erio Nicolò e capas de Aurelio Galleppini. Com o título original Fantasmi nel Deserto, a história foi publicada em Itália nos nº 177 a 179 e no Brasil pela Editora Vecchi nos nº 66 e 67.

Tex e os seus pards encontram uma caravana dizimada e, seguindo a pista dos agressores, acabam por se ver atacados por homens de túnica branca, os tuaregs. Um grupo de árabes que tinha sido contratado para servir numa patrulha especial do exército, mas que não fora autorizado por Washington. Agora, desprovidos da sua missão e incapazes de regressar ao seu país pretendem instalar em pleno Estados Unidos um local de culto e de adoração da sua religião.

Um argumento muito particular na saga texiana e que joga muito com o elemento fantasia, a bem ver, uma característica muito presente nos argumentos bonellianos e que tanto sucesso trouxe à série. G. L. Bonelli consegue inserir bem o facto de uma legião de tuaregs se encontrar em pleno oeste, conseguindo introduzir este elemento exterior ao cenário habitual das aventuras texianas.

Esta é uma das qualidades da aventura, a outra será o confronto entre diferentes culturas e religiões tão em voga nos dias de hoje, quando Bonelli já escrevera este argumento há mais de trinta anos. Existe uma mensagem, existe muita acção, bons diálogos e um desenho de Nicolò de boa qualidade.

Texto de Mário João Marques

6 Comentários

  1. Realmente uma boa história, como quase todas desta fase: Meados dos anos sessenta até principio dos anos oitenta, esta sim a verdadeira fase de ouro do personagem. Os argumentos a cargo do clã Bonelli e os desenhos de Galep, Ticci, Letteri, Nicoló e Fusco.
    Sérgio Sousa

  2. Pessoalmente, eu acredito que a fase em que esta aventura foi lançada possa ser considerada como a “fase de prata” do personagem”. A verdadeira “fase de ouro” é aquela que está sendo publicada na série Ouro pela Mythos, fase onde aparecem pela primeira vez desenhistas magníficos como Civitelli, Villa, Giolliti, Blasco…, sem contar os estupendos roteiros de Nizzi, em sua melhor fase.

    Valeu a atenção.
    Carlos Menezes Sobbar

  3. Seria um bom debate, qual a verdadeira fase de Ouro. Sem querer estar a impôr a minha ideia, apenas a justificá-la. Na fase que referi foram publicadas histórias como; Flechas Pretas Assassinas, A Grande Intriga, El Muerto, A Noite dos Assassinos, Juramento de Vingança entre tantas outras óptimas histórias. Ainda hoje me recordo das histórias e de alguns personagens. Nesta fase o nível das histórias era sempre elevado quer pelos desenhos quer pelos argumentos, o que não têm acontecido nas fases posteriores, que têm oscilado bastante.
    Sérgio Sousa

  4. Tenho para mim que estamos a iniciar uma (nova) fase de ouro com aventuras de alto calibre assinadas sobretudo por Boselli, mas também Faraci, Segura e Manfredi, servidas pela pena de artistas magníficos como Villa, Civitelli, irmãos Cestaro, Ticci, Mastantuono, Bianchini, Piccinelli, Filippucci e outros.

  5. Concordo em absoluto com a opinião do Mário… Tex está novamente numa fase deveras fantástica… como o prova o Texone (“Patagonia” de Boselli & Frisenda) acabado de ser lançado na Itália.

    Não dizendo nada relativamente à história, porque muitos pards somente a lerão daqui a alguns meses, posso dizer que segundo a minha modesta opinião, é uma história verdadeiramente ÉPICA (e que será recordada por muitos anos), um CAPOLAVORO como dizem os italianos… esperava ler a história no fim de semana, mas na 5ª feira ao deitar-me (1 da madrugada) comecei a ler e não consegui parar… fui até às 5 já da manhã… fui até ao fim da história… e que fim… que história sensacional, um dos melhores Texoni, senão mesmo o melhor de todos até agora, numa história de muito sentimento e até tristeza e onde não consegui conter as lágrimas, sobretudo numa cena inolvidável!!!
    E que dizer dos desenhos, ou melhor da ARTE de Frisenda? Simplesmente SENSACIONAL e até a presença de Tex na Argentina, está muito bem arquitectada… por isso nota máxima para Boselli & Frisenda, não esquecendo que esta história nasceu de uma ideia de Sergio Bonelli, ou melhor, Guido Nolitta!!!!

  6. Boas histórias eram as antigas, quando eu era pequeno, o dinheiro era pouco, e as revistas eram sagradas. Agora é tudo mais fácil…

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