Tex Gigante 17: O Grande Roubo

Tex Gigante 17 - O Grande RouboArgumento de Claudio Nizzi, desenhos e capa de José Ortiz. 
Com o título original La Grande Rapina, a história foi publicada em Itália no Tex Albo Speciale nº 6 em Junho de 1993 e no Brasil pela Mythos Editora em Abril de 2006 e anteriormente editado pela Editora Globo em Julho de 1994.
 
Tex e Carson encontram-se no comboio que se dirige a Santa Fé. Mas um delicado plano de roubo do dinheiro que ali é transportado é executado quando o trem pára para reabastecimento. Tex e Carson vão perseguir os assaltantes, sem saberem que, afinal o que foi roubado não passa de um logro. O cabecilha deste plano é Linch Weiss que vai iludir os outros elementos do bando, mas alguns vão desconfiar e as perseguições sucedem-se.
 
TremO trem é epopeia, uma das imagens mais clássicas da mitologia do velho oeste. Por isso, toda a aventura é pura, dura, respira poeira e é construída em moldes clássicos: um assalto a um comboio que decorre na perfeição, a ilusão dos assaltantes, a sua revolta quando afinal se vêem enganados, o jogo de traições e desencantos e a perseguição movida, tudo características que prendem o leitor até ao último quadrado.

Tex ameaçadorAs primeiras páginas são de pura acção e adrenalina, tudo se lê de um só fôlego, e onde tudo não passa de pura ilusão. Nizzi estruturou a sua aventura sem grandes retratos psicológicos, onde  afinal não há bons nem maus, mas sim quem está do lado da lei e quem o não está. Ritmo denso e trepidante, que serve para Nizzi contrapor superiormente Tex, o ranger justiceiro mas duro, a Linch, o exemplo do perfeito gambler (jogador) e que vai preparar tudo como se estivesse numa mesa de jogo. Porque tudo o que foi planeado por Lynch não passou de um jogo, onde cada um foi tratado como um mero peão ou mesmo uma carta. Infelizmente para cada um, uma carta fora do baralho de Lynch.

TexPrimeiro trabalho de Ortiz para Tex e que lhe valeu posteriormente entrar para a série regular. O autor está à vontade a desenhar todos estes ambientes, com cenas de acção de grande qualidade e uma composição de cenários muito bem feita. O seu estilo incisivo e algo “porco” vem respeitar a tradição texiana com o seu ranger a sofrer a influência ticciana. Um Tex másculo, duro e mesmo rude, numa perfeita homenagem aos grandes westerns.

Texto de Mário João Marques

2 Comentários

  1. A resenha publicada no TexBr também foi escrita por mim. Quando a Mythos publicou esta edição gigante, eu aproveitei para ler a aventura pela segunda vez e resolvi adaptar a resenha.
    Um abraço

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