Segundo número da revista italiana “Tex Willer Magazine” já está disponível no fórum italiano TWF

Logótipo fórum Tex WillerO excelente e prestigiado fórum (italiano) de Tex Willer publicou neste mês de Abril, a sua segunda edição da revista “TEX WILLER MAGAZINE“, um suplemento (agora com periodicidade semestral) de informação texiana do fórum texwiller.forumfree.org.

Tex Willer Magazine nº 2 - CapaA edição, de 36 páginas, encontra-se disponível no formato PDF, mas para poder ter acesso ao conteúdo total da revista (que recorda um fanzine), há que ser um utente registado do fórum italiano, pelo que recomendamos o registo a quem quiser visualizá-la, até porque a edição tem sido alvo de grandes elogios, inclusive de membros do próprio staff de Tex, como por exemplo Claudio Villa e Mauro Boselli.

Os destaques deste segundo número que conta com a participação de José Carlos Francisco (popularmente conhecido como Zeca) na redacção e do qual o blogue português de Tex já faz parte integrante conforme se pode constatar no expediente da revista, vão para a entrevista exclusiva com o conceituado desenhador Claudio Villa, para a recensão crítica de “L’uomo di Baltimora, a recente história da autoria da dupla Faraci & Bruzzo, para um exaustivo dossier dedicado a Mefisto, para um belo texto dedicado a um famoso rapaz no Faroeste: o Kit Willer de Boselli e o texto sobre as trilhas europeias e americanas com Tex. Mas há muito mais material de qualidade, de que não falamos para deixarmos o prazer da descoberta a quem desejar adquirir a revista.

Para aguçar o apetite publicamos de seguida, com a devida autorização, o texto da autoria de José Carlos Francisco à TEX WILLER MAGAZINE nº 2, devidamente traduzido para português:

Pelas trilhas europeias e americanas com Tex

Tex Willer Magazine nº 2 - Página 2A longa cavalgada de Tex à volta do mundo, levou-o nos últimos anos aos Estados Unidos, Portugal e Rússia. A popularidade da mítica personagem da Casa Bonelli, a maior editora transalpina de fumetti não parece assim conhecer fronteiras.

Em Dezembro de 2003, numa etapa importante e almejada há muito pela Sergio Bonelli Editore, a Dark Horse editou o primeiro de quatro volumes previstos, da história que na Itália foi publicada no “Albo Speciale” nº 15, com o título “The Four Killers”. A história escrita por Claudio Nizzi e desenhada pelo americano Joe Kubert, foi publicada numa prestigiosa edição cartonada e a cores, confirmando a modalidade editorial realizada antes na Holanda, Alemanha e França. Só que devido a um conflito entre a Dark Horse e a Venture, a edição existiu fisicamente, mas nunca foi posta à venda, tornando-se por isso mesmo, uma edição raríssima que somente alguns poucos editores, como por exemplo Dorival Vítor Lopes, da Mythos (Brasil), e Pedro Silva, da Vitamina BD (Portugal), possuem. Mas Tex chegou a ver a luz do dia na sua “terra natal”, quando finalmente em 2005 a própria SAF Comics, detentora dos seus direitos internacionais, publicou “Tex: The Lonesome Rider”, numa edição impressa na Eslovénia, com 240 páginas a preto e branco, capa em brochado e com o custo de $15,95 dólares.

2005, mais precisamente no dia 14 de Agosto, foi também o ano em que Tex “nasceu” em Portugal, depois de mais de 30 anos a ser distribuído com o selo de editoras do Brasil. A honra coube à aventura “Tex contra Mefisto”, da dupla Giovanni Bonelli e Aurelio Galleppinni, publicada no volume 8 da 2ª Série dos Clássicos da BD, rebaptizada com o nome “Colecção BD Série Ouro” numa iniciativa do jornal “Correio da Manhã” que quis oferecer ao seu público uma versão “falada” no mais clássico idioma lusitano.
Em 2008 por ocasião do sexagésimo aniversário de Tex, o BDJornal # 24, uma publicação Pedranocharco, dedicou um dossier especial ao Western, onde incluiu aquela que é a segunda história de Tex editada em Portugal, a história de 14 páginas da autoria da dupla Guido Nolitta e Giovanni Ticci, intitulada “Uma Tarde Quente…”, gentilmente cedida pela SBE e que para já encerra o ciclo português de Tex.

Tex Willer Magazine nº 2 - Página 9Provando que a popularidade de Tex Willer parece não ter limites, em 2007, a mais popular personagem da Casa Bonelli começou também a ser editada na Rússia, através da editora “Green Cat“, para satisfação dos apreciadores da banda desenhada daquele longínquo país de Leste. A chegada de Tex à Rússia é a enésima aposta que a Bonelli joga fora dos confins italianos: um desafio que data desde os primórdios (pode datar-se de 1948, a estreia de Tex num país estrangeiro, mais precisamente em França, no dia 29 de Novembro, apenas dois meses depois da sua estreia na pátria italiana, com o nome “Texas Boy” e no formato apelidado de striscia,) e cuja história marcada por diversos sucessos e algumas desilusões seria útil percorrer para compreender as dimensões da popularidade de Águia da Noite, que se pode encontrar em língua hebraica, no doce idioma grego e até em tamil, sem esquecer países como Turquia, Espanha ou Argentina…

Mas voltemos a Portugal porque o objectivo deste texto é falar das edições do Ranger em língua portuguesa. Assim como na Itália e no Brasil também em Portugal a mais popular personagem dos quadradinhos italianos é Tex. Ainda que pequeno em relação ao italiano, ou ao brasileiro, o mercado português de Banda Desenhada é constituído por leitores fiéis, entusiastas e pacientes, pois têm que esperar que os seus Tex’s venham do outro lado do Oceano, mais precisamente do Brasil (país cuja língua oficial também é o português). Tex apareceu pela primeira vez em Portugal no final de 1971, editado pela Editora Vecchi, do Brasil. Tratava-se do número 1, com formato idêntico ao italiano e trazia o preço de capa de 10$00 (0,05€). A trajectória de Tex em Portugal foi tortuosa e a vida dos coleccionadores portugueses sempre foi muito difícil, pois continuamente estiveram dependentes da vontade das editoras brasileiras, além de que as revistas chegavam a Portugal sempre com seis a nove meses de atraso e algumas delas em mau estado de conservação, devido a serem sobras recolhidas das edições postas à venda no Brasil. Mas o pior é que algumas vezes as editoras brasileiras “esqueciam-se” de enviar alguns números para Portugal e os leitores lusos ficavam privados de algumas histórias.

Tex Willer Magazine nº 2 - Página 10Este foi sempre um problema grave que sucedeu algumas vezes durante a trajectória de Tex em Portugal e com todas as editoras brasileiras, tratando os leitores portugueses de uma forma que eles não mereciam, já que sempre se mantiveram fieis à compra das edições. Para piorar a situação, tanto a editora Vecchi, como a Rio Gráfica/Globo nunca atendiam o pedidos dos coleccionadores lusitanos de enviar pelo correio as revistas que não vinham para Portugal, ao contrário da Mythos Editora que, nesse aspecto, foi muito benévola e profissional, compreendendo os anseios dos fãs portugueses. Apesar de todos estes obstáculos, graças ao empenho, persistência, dedicação e paixão, existem coleccionadores em Portugal com toda a colecção brasileira de Tex e inclusive alguns com a colecção italiana!

Voltando ao Brasil, seguramente o país que deu mais satisfações à Casa Bonelli, a nação sul-americana deu vida a Tex em 1951, através da Rio Gráfica Editora, tendo o Ranger tido a sua primeira aparição na revista Júnior nº 28, com o nome de “Texas Kid” tendo o mesmo formato da edição original italiana. “Texas Kid” despede-se dos leitores brasileiros em Julho de 1957 e durante toda a década seguinte ninguém mais ouviu falar de Tex no Brasil, até que em Fevereiro de 1971 a Editora Vecchi relançou Águia da Noite em revista própria, sendo também distribuída em Portugal, como dissemos anteriormente. Em 1977 devido ao grande sucesso comprovado por vendas superiores a 150.000 exemplares, a Vecchi lança a 2ª edição de Tex e em 1980 publica aquela que ainda hoje é considerada a mais sofisticada edição brasileira, o luxuoso álbum cartonado “O Ídolo de Cristal”. Em 1983, Tex muda-se para a Rio Gráfica Editora, mantendo a numeração e formato. Em Janeiro de 1987, Tex passa a ser apresentado aos leitores pela Editora Globo, na verdade a mesma Editora Rio Gráfica, porém com outro nome. Em finais de 1998 é a Editora Mythos quem assume a publicação de Tex, tendo no presente várias séries (entre inéditas e reedições, almanaques e especiais num padrão que nenhuma editora anterior tinha conseguido dar no passado, a que correspondem boas vendas) dedicadas a Águia da Noite, todas elas enviadas também para Portugal, para deleite dos Texianos portugueses, mostrando que Tex continua bem vivo entre os leitores de língua portuguesa, como também atestam as diversas exposições realizadas em Portugal (primeiro e único país até hoje a expor originais de Tex fora da Itália), inclusive com a presença de artistas do calibre de Fabio Civitelli e Marco Bianchini…

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

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