Por Alessandro Olivo*
Davide Bonelli: “Esta exposição seria o mais belo presente de aniversário para o meu pai, que se ainda estivesse vivo, completaria 80 anos neste dia 2 de Dezembro”
“Esta exposição seria o mais belo presente de aniversário para o meu pai, que se ainda estivesse vivo, completaria 80 anos neste dia 2 de Dezembro“. Estas foram as palavras com que um emocionado Davide Bonelli abriu neste fim de semana em Trieste a exposição “L’Audace Bonelli – L’Avventura del fumetto italiano“, a grande exposição que celebra a história da mítica editora de Milão. Depois de breves discursos de Roberto Cosolini, presidente municipal de Trieste, de Mauro Marcheselli, director editorial da Sergio Bonelli Editore, e de Claudio Curcio, director da Napoli COMICON, que foi o principal artífice desta exposição juntamente com a Trieste Science+Fiction Festival, foram as palavras do jovem Bonelli a tocar o público, originando um aplausos espontâneo que, no pensamento e no coração de cada um de nós, era dirigido para a figura do falecido Sergio Bonelli. Passada a emoção, tivemos acesso aos dois mil metros quadrados que compõem o magnífico Salão dos Encantos (até há poucos anos atrás, o mercado do peixe de Trieste), molduras esplêndidas para as mais de 200 páginas originais que acompanham o visitante através da história de mais de 70 anos da editora, desde os tempos de L’Audace material publicado durante a Segunda Guerra Mundial até os dias actuais . Uma aventura que atravessou a história italiana e aquela pessoal de inteiras gerações de italianos.
Para um bonelliano como eu é inútil sublinhar o entusiasmo e a emoção de ter na minha cidade por três meses uma exposição dedicada às personagens e aos autores que eu mais amo. A noite foi particularmente interessante por causa da presença de alguns profissionais da editora Bonelli. Eu tive a oportunidade de conversar amigavelmente, com para além de Davide Bonelli e Mauro Marcheselli, também com Luca Enoch e Giacomo Pueroni.
Não podiam faltar obviamente os desenhadores triestinos, cujo trabalho a exposição dá um particular relevo: Mario Alberti, Alessandro Pastrovicchio e o simpaticíssimo Franco Devescovi. Para festejar os 30 anos de Martin Mystère destaca-se uma inteira secção da mostra a ele dedicada, enriquecida por muitas páginas (mas não só) assinadas por diversos desenhadores que o Detective do Impossível se pode orgulhar (Devescovi em primeiro lugar, bem como obviamente Alessandrini).
De seguida mostro algumas fotos minhas, cuja fraca qualidade, não dispondo eu minimamente os dotes de bom fotógrafo, peço humildemente desculpa.
O presidente da Câmara de Trieste Roberto Cosolini, Claudio Curcio da Comicon e Mauro Marcheselli da SBE
Claudio Curcio à esquerda, Mauro Marcheselli com o microfone e, à direita um pouco encoberto, Davide Bonelli
O corredor esquerdo e parte do hall central do Salão dos Encantos
O corredor direito e parte do hall central do Salão dos Encantos
Foto de família, as personagens publicadas pela SBE
Álbuns de Tex no formato striscia, entre os quais o mítico nº 1, Il totem misterioso no cimo à direita
Grande póster pendente de Tex
Ingresso do Salão
A máquina de escrever de Gian Luigi Bonelli
Páginas de roteiro e storyboard de Alfredo Castelli
Páginas de roteiro e storyboard de Guido Nolitta
Páginas de roteiro de Mauro Boselli
*O texto e as fotos são de Alessandro Oliva. Material publicado no blogue “Chemako“ em 1 de Dezembro de 2012.
Tradução e adaptação a cargo de José Carlos Francisco
Copyright: © 1 de Dezembro de 2012, Alessandro Oliva
(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)
Estou sem palavras. Ambiente magnífico esse em Trieste. Pena que o nosso Mago não esteja também a desfrutá-lo.
SB forever.
Uma grande exposição, uma grande homenagem, um grande e belo presente para um grande homem, Sergio “Guido Nolitta” Bonelli.
É de arrepiar!
Uma homenagem merecida e imprescindível para o universo bonelliano, em particular e, em geral, para a visibilidade da pujança e importância dos quadrinhos como expressão estética da criatividade mais fértil.
Pena que não seja itinerante!!!!
Infelizmente, a brutal crise da nossa zona euro trava qualquer boa intenção cultural, sobretudo no âmbito da “nona arte”, já que nesta atual roleta de valores global, a banca (não a de jornais!)sempre ganha.
Parabéns aos promotores e divulgadores desta tão enriquecedora iniciativa.