Giorgio TREVISAN, um dos autores mais antigos e mais produtivos do panorama italiano de BD, é certamente um dos autores que tiveram um maior número de editores e de edições italianas e internacionais. Perante estes factos incontestáveis, Trevisan responde com franqueza: “Sério? Eu pensei que tinha feito pouco!“.
No entanto, a arte de Giorgio Trevisan não pode ser medida em termos de quantidade, mas sempre e só em termos de qualidade. Seus colegas e inspiradora foram os grandes dos fumetti (banda desenhada italiana): Hugo Pratt, Dino Battaglia e Sergio Toppi … mas ele também gosta de lembrar outros tão grandes como Gino D’Antonio, Renzo Calegari e Mario Uggeri. Grandes nomes de fazer tremer os pulsos.
Estamos a falar de um grande artista, irrepreensível, mas nada indulgente para com o seu próprio trabalho. Especialmente desde que os incidentes da vida lhe debilitaram, em parte, a saúde. Mas o espírito é tão forte quanto, e talvez até mais do que, antes. O entusiasmo então, é o de um estreante! Quem teve o privilégio de conhecer este extraordinário “personagem”, sabe o que é a consciência de estar na presença de um artista genuíno, autêntico, que pode ser definido como “de outros tempos.”.
Um caminho longo e sinuoso o de Giorgio Trevisan, nascido em Merano no dia 13 de Outubro de 1934. Um caminho ainda aberto a novas experiências profissionais, como a história de Tex que está a desenhar no presente, depois de no passado se ter estreado num episódio da série Cherry Brandy. Em seguida passa a trabalhar para o mercado inglês, desenhando o lápis de histórias de guerra para a editora Amalgamated Press, com a passagem da tinta da china a ser feita por desenhadores do calibre de Renzo Calegari e Aldo Di Gennaro. Nos anos sessenta transfere-se para Este (Pádova) e à actividade de banda desenhista junta a de pintor e ilustrador, que o levam a realizar ilustrações para revistas como Il corriere dei piccoli, assim como para romances publicados na Grã-Bretanha. Com o tempo demonstra-se hábil a desenhar banda desenhada e ilustrações, tanto de fundo histórico, como didáctico, nas páginas de Il corriere dei ragazzi. No início dos anos setenta desenha a série Medium para a editora Dardo e é premiado juntamente com Dino Battaglia com o Premio Europeo Stampa Cristiana, graças à realização de numerosas biografias de grandes personagens do catolicismo publicadas no Messaggero di S. Antonio.
No final dos anos setenta passa a fazer parte do staff de desenhadores de Ken Parker e, aquando do encerramento da série, segue Giancarlo Berardi (criador do personagem) nas páginas de Sherlock Holmes e Julia Kendall, série para a qual ainda desenha, tendo inclusive desenhado o comemorativo número cem (publicado a cores).
Mas falando especificamente de Tex, foi o seu filho Pietro Trevisan quem confirmou hoje, em exclusivo, ao blogue do Tex, que o seu pai está a desenhar uma história curta (32 páginas) de Tex, que eventualmente deve ser publicada num futuro Color Tex e eventualmente porque Giorgio Trevisan está bastante cansado devido aos seus 82 anos de vida, mas sobretudo pelo facto de estar adoentado, a tal ponto de nem sequer poder caminhar, mas mesmo assim a sua determinação é forte e o consagrado desenhador abeira-se da conclusão das primeiras dez páginas…
(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)
Nossos votos de “Manitu te dê forças” ao octogenário Giorgio Trevisan antigo artista de Ken Parker… aos oitenta anos não deve ser uma tarefa fácil, e é por isso que quando essa HQ de Tex sair por aqui, eu vou lê-la com profundo respeito… esperando desde já.
Nossa, Trevisan em Tex é uma coisa p’rá ser festejada. Umas das melhores histórias do KP, Os Pioneiros, tem o seu excelente traço…
Que seja logo publicada!!!!
Sílvio Introvabili
Si tratta della storia scritta da Fabrizio Accattino. 🙂