“HERÓIS” DO OESTE
“HOPALONG CASSIDY”
De 1930 a 1940 os filmes de “western” alcançaram um grande “boom”. Talvez devido aos artistas que interpretavam na tela, as várias figuras de “cow-boys”, mascarados, vingadores, “sheriffs”, marshalls”, etc. e que já tinham dado mostras das suas potencialidades artísticas, na época do Cinema mudo, os êxitos dessas películas estavam garantidos.
Assim, muitos actores, tais como Tom Mix, Buck Jones, Tim Mc Coy ou Ken Maynard, davam uma certa ideia da vida no Oeste, embora na altura se desconhecesse de como ela era na realidade, o que só viria a acontecer duas ou três décadas depois. Esses filmes eram realizados à média de dois ou três de cada vez, para evitar custos nas deslocações e os resultados, muitas vezes, não eram famosos. Mas a apetência dos espectadores para essa nova forma de entretenimento era tal, que todas as falhas ou deficiências eram toleradas.
Em 1935 a Paramount lança uma nova série de filmes, com a personagem “Hopalong Cassidy”, baseada na figura criada por Clarence Edward Mulford. Rapidamente atingirá o seu apogeu no sucesso, por volta dos anos 40, mantendo-se assim, inalterável, durante essa década. Tal era devido ao carisma do actor, que interpretava a figura da personagem principal, William Boyd (um artista que já tinha trabalhado com Cecil B. De Mille, no tempo do Cinema mudo).
Um tal sucesso da série, levá-la-ia inevitavelmente à Banda Desenhada, o que acontece em Novembro de 1942, quando surgem as aventuras de “Hopalong Cassidy” na revista “Master Comics” nº 33, editada pela Fawcett. Mais tarde teria revista própria de 1943 a 1954, passando depois para as mãos da editora National Periodicals até 1959 e, posteriormente, para a Charlton Comics até 1965, terminando nessa altura. Apesar dos “comic-books” tentarem que as Histórias aos Quadradinhos da personagem fossem, da melhor qualidade (vários artistas ocuparam-se da série, entre ele, Gene Colan), seria nas páginas dos jornais que a série teria melhor apresentação.
Para tal, William Boud, pessoalmente, contratou o jovem Dan Spiegle, saído da Escola das Artes, em 1949. No início Spiegle captou perfeitamente o espírito, a personalidade e o carácter do “herói”. “Hopalong Cassidy” não era nem “sheriff” nem “marshall” e nem sequer assumia o papel de cavaleiro errante do Oeste. Unicamente se apresentava como capataz do rancho “Bar 20”.
“Hoppy” em muitas das suas aventuras persegue os vilões e ladrões de gado. Uma vez vai do Texas, através do Colorado e Montana, até às canadian Rockies (numa viagem de 3000 quilómetros), na perseguição de 5 irmãos que tinham roubado o rancho “Bar 20”. Chega mesmo a embarcar para a Austrália, onde ajuda as autoridades locais a prender um bando, que aterrorizava o país, escapando à morte, quando é capturado por uma tribo de aborígenes.
Estes são alguns exemplos dos textos das histórias, escritos por Royal King Cole. A série atinge o seu maior êxito na sua arte, nos anos de 1952/1953, quando Spiegle desenha fabulosos cavalos e belas cenas de acção, com vinhetas concebidas de forma inteligente e onde as perspectivas não falhavam nos mínimos pormenores. A série viria a ser publicada em cerca de 200 jornais. Não há dúvida que a série se assemelhava aos filmes, ultrapassando algumas vezes aqueles em qualidade.
(Para aproveitar a extensão completa da imagem acima, e/ou imprimí-la, clique na mesma)