ESTATÍSTICAS BONELLIANAS – 2022: SUPER LAZZARINI

Por Saverio Ceri

Terceiro apontamento com o resumo da safra bonelliana do ano 2022. Um esclarecimento antes de começar, sobretudo porque se irá falar de desenhadores: algumas edições são assinadas por várias mãos, muitas mãos; Essa abundância de assinaturas às vezes impede a equipa editorial de indicar quais páginas individuais da edição em questão são desenhadas por um ou por outro ilustrador.
Por isso, existem volumes nos quais dois a oito desenhadores colocaram as mãos, muitos dos quais são recém-chegados (e, portanto, com uma característica menos reconhecível), “amalgamados” em alguns casos pelos coloristas, que, por um lado com o seu trabalho, facilitam a fusão entre os estilos que impedem desfasamentos brutais de design, por outro lado, complicam a atribuição dos autores dos desenhos originais.
Portanto, ao tentar creditar melhor as várias páginas, não se diz que tal foi conseguido; pelo contrário, exorto os desenhadores e os coloristas envolvidos nesses volumes com várias assinaturas a relatar imprecisões, se as encontrarem, ajudando-me a corrigir as cronologias da série envolvida, dando a todos os seus próprios méritos.

Anna Lazzarini, a primeira ilustradora a liderar o ranking anual de ilustradores bonellianos.

Desta vez debaixo dos holofotes, como dissemos anteriormente, estão os ilustradores, os 178 desenhadores que este ano nos brindaram com os seus lápis e tintas da china; mantém-se a tendência decrescente dos últimos anos, desta vez são seis a menos do que nos 12 meses anteriores. Já são 51 a menos que no ano recorde de 2018. No gráfico abaixo, que compara os dados dos últimos quinze anos, vemos que 2022 é o pior desde 2013, mas melhor que todos os anos anteriores.

Este ano, houve 9 desenhadores a estrearem-se na Bonelli, dois a menos que no ano passado; Pode encontrá-los todos na próxima tabela porque estão indicados com a letra E ao lado do número de páginas.
Na tabela encontram-se todos os 178 ilustradores alinhados por número de pranchas publicadas, incluindo os irmãos Cestaro e os irmãos Esposito que, geralmente trabalhando em duplas, ocupam apenas uma posição. Lembramos também que o “PB” verde ao lado do nome significa Personal Best, caso o desenhador em questão tenha estabelecido o seu recorde pessoal nas páginas bonellianas publicadas neste ano (o “PB” é amarelo em caso de recorde igualado), e que os números decimais são consequência de histórias assinadas por muitas mãos.

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O pódio
Graças ao volume La cautela dei cristalli, e à bela história de Zagor centrada em Jenny, Anna Lazzarini é a primeira desenhadora, em oitenta e um anos da editora, a vencer a classificação anual dos ilustradores mais publicados; para ela também a primeira vez no pódio; até hoje apenas Lina Buffolente, em 1988, tinha conseguido subir ao pódio e conquistar a medalha de bronze. Não obstante a façanha de Lazzerini, a Buffolente mantém também o recorde de páginas anuais publicadas por uma desenhadora: 495 páginas em 1977. Vale lembrar que entre as suas colegas Anna é a sexta a ser incluída no Top Ten anual, tinha já acontecido obviamente com a Buffolente há 12 anos; três vezes para Arduini; duas vezes cada para Mandanici e Platano; e uma vez para Zanella, mas nenhuma jamais tinha conseguido alcançar o primeiro posto. 
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Auto-retrato de Fabio Civitelli

Em segundo lugar, graças à longa aventura de Tex contra Mefisto, finalizada após 16 páginas adicionais, encontramos Fabio Civitelli. É também o primeiro pódio do esmerado artista de Arezzo, apesar de ter publicado um número maior de páginas no passado: 465 que lhe renderam, em 1982, apenas o quinto lugar.
Giovanni Freghieri que conquistou este ano a medalha de bronze, é ao invés um habitué do pódio, aliás no seu palmarés bonelliano encontramos três medalhas de ouro (1995,2005 e 2012), duas de prata e cinco de bronze, já incluindo a deste ano.
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Giovanni Freghieri, desenhador do Texone de 2022, estava ausente do pódio desde 2016

O Top Ten
Como costuma acontecer, nenhum dos dez primeiros colocados deste ano apareceu entre os dez primeiros do ano anterior. Apenas quatro deles, Freghieri, Giardo, Casertano e Brindisi também haviam sido publicados em 2021. Os irmãos Cestaro estavam ausentes desde 2015 e Ambu desde 2017.
Entre os onze ilustradores que conquistaram os dez primeiros lugares neste 2022, o mais presente no passado foi Freghieri, para ele esta é a 13ª aparição no Top Ten; Civitelli chega aos andares superiores pela décima vez, após 22 anos de ausência; sexta presença para Brindisi e quinta para Giardo e Casertano; terceira aparição para Foderà e segunda para Pontrelli; pela primeira vez entre os dez primeiros, além do vencedor, também Ambu, os Cestaro e Scascitelli.
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Auto-retrato de Giampiero Casertano, que este ano festejou o 40° ano de colaboração com a Bonelli

Os veteranos
Entre os desenhadores publicados este ano o veterano continua a ser Giuseppe Montanari que colaborou pela primeira vez com a editora Bonelli há 68 anos! Depois dele encontramos Giancarlo Alessandrini, que estreou na Bonelli há 45 anos. Terceiro entre os decanos, Ernesto Grassani que apreciamos há 43 anos, seguido por Fabio Civitelli, na crista da onda bonelliana há 42 anos. Finalmente, Giampiero Casertano, festejou em 2022 o seu 40º ano de colaboração na casa Bonelli.
Dentre os ilustradores mais constantes, aqueles publicados ininterruptamente por décadas, destacamos que lemos as pranchas de Giovanni Freghieri há 38 anos consecutivos, um a mais que Montanari & Grassani; seguido por Brindisi, publicado ininterruptamente há 33 anos, Michelazzo há 28 e Piccoli há 25.
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Série per série
Prosseguimos com a lista dos desenhadores mais produtivos para cada série, pelo menos aqueles com 350 páginas publicadas no ano que acaba de terminar. Segue-se, abaixo, uma tabela-resumo, com o número de páginas publicadas e o número de vitórias anuais relativamente à série em questão.
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Luigi Siniscalchi vence pela terceira vez a classificação anual dos desenahdores de Il Commissario Ricciardi; com 222 pranchas, é o único desenhador mais prolífico do ano que realizou mais páginas do que o escritor mais produtivo do mesmo personagem.
Com as 267 pranchas, que lhe valem o quinto título anual entre os ilustradores de Dampyr, Nicola Genzianella supera Dotti na classificação absoluta do personagem, tornando-se assim o desenahdor mais produtivo das aventuras de Harlan Draka.
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Nicola Genzianella, este ano o desenhador mais produtivo de Dampyr

Fabio Babich com o seu melhor resultado anual, é o desenhador mais publicado em Dragonero neste 2022; para ele é o primeiro título.
Segunda afirmação por sua vez para Giorgio Pontrelli nas páginas de Dylan Dog; com 284 pranchas supera também o seu recorde de 2015 que lhe valeu o primeiro “scudetto”.
Curioso o mérito quádruplo entre os ilustradores de Julia. Piccoli, Michelazzo, Boraley e Marinetti, são, por essa ordem, os quatro desenhadores mais prolíficos das aventuras da criminóloga berardiana; este ano realizaram dois volumes cada um conquistando o sexto título ex-aequo. Aliás, até agora tinham ganho cinco a um, em anos diferentes, e foram, a par de Laura Zuccheri, quem teve mais “títulos” pela série policial da Bonelli. Hoje estão todos empatados com seis títulos. Quem será o primeiro a conquistar a sétima vitória?
Mérito igual a três também para Martin Mystère: Gino Vercelli, Fabio Piacentini e Walter Venturi assinaram dois volumes cada um, para a série do Detective do Impossível em 2022; para todos eles é o primeiro título desta série.
Primeira vitória também para Andrea Fattori em Morgan Lost, com apenas 96 páginas.
Segundo título por sua vez para Max Bertolini em Nathan Never, após a primeira vitória em 2009.
Marco Foderà e Ivan Vitolo empataram no primeiro título para Nick Raider.
Fabio Civitelli é pela terceira vez o desenhador mais publicado em Tex num ano solar; repete o título após 33 anos, a última vitória datava de 1989. As 456 páginas de 2022 também são a sua melhor produção anualno que diz respeito a Tex.
Por último, Giuliano Piccininno, vence pela primeira vez o título de desenhador mais publicado do ano nas revistas de Zagor

Os Anos Vinte
Chegámos também para os desenhadores, à classificação da década, ou pelo menos ao início da década, dado que para os Anos Vinte do século XXI apenas decorreram apenas três anos. De seguida o Top Ten momentâneo.
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Walter Venturi com as 282 páginas deste ano assume a liderança do ranking da década, pelo menos momentaneamente; Max Bertolini persegue-o ganhando quatro posições em relação a 2021; Fabrizio Russo desce ao terceiro degrau do pódio virtual da década. Entram em força no Top Ten, graças às publicações de 2022 Freghieri, Brindisi e Giardo, que ganham respectivamente 33, 22 e 26 posições em relação aos doze meses anteriores; as 40 páginas de Chiarolla publicadas este ano, são fundamentais, para o desenhador mais prolífico do ano passado, para manter um lugar entre os primeiros dez da década. Saem do Top Ten Sedioli, Gerasi e Diso.
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Walter Venturi, um dos desenhadores mais publicados em 2022 em Martin Mystère, é também, no momento, o mais publicado nos Anos 20 deste século, nos volumes bonellianos

All-Time
Graças às páginas publicadas em 2022, Freghieri supera Ticci e alcança o oitavo lugar da classificação dos desenhadores mais publicados de todos os tempos na editora Bonelli. Os Esposito Bros conquistam a 15ª posição all-time ultrapassando Lina Buffolente. Atrás de si aproximam-se Piccatto (17°) e Casertano (18°), que ultrapassaram Guzzon. 
Alessandrini com as páginas de 2022, ultrapassa a marca das 7500 páginas publicadas para a editora Bonelli, por sua vez Casertano, Brindisi e Civitelli superam as 6000, enquanto De Angelis e Grassani alcançam a marca das 5000.
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Encerramos aqui esta terceira parte dos números bonellianos de 2022, convidando-vos a descobrir nos “episódios” anteriores todos os números das personagens e as classificações dos argumentistas. Voltaremos a encontrar-nos em breve,  para o quarto e último post dedicado aos números bonellianos de 2022: irá falar-se de capistas, coloristas e álbuns especiais.
Saverio Ceri

Material apresentado no blogue Dime Web em 28/12/2022; Tradução e adaptação (com a devida autorização): José Carlos Francisco.
Copyright: © 2022, Saverio Ceri

3 Comentários

  1. Zeca, sabe dizer por que o Matteoni, criador de Dragonero, capista de toda “1ª temporada” e também ilustrador de várias histórias, diminuiu tanto de ritmo? Ao menos é o que parece…

    • De facto parece ter havido uma nítida diminuição de ritmo, mas a ser assim, desconheço de todo o motivo…

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