Entrevista com o fã e coleccionador: Veríssimo Neto

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Veríssimo Neto: Nasci em 10 de Fevereiro de 1971 em Leiria (os meus pais são de uma pequena aldeia que se chama Chainça no concelho de Leiria) e sou bancário.

Quando nasceu o seu interesse pela Banda Desenhada?
Veríssimo Neto: Praticamente desde que sei ler. Sempre gostei de ler e todo o tipo de Banda Desenhada (Disney, BD Europeia, super-heróis etc.).

Quando descobriu Tex?
Veríssimo Neto: Por volta dos 11 anos. Nessa altura eu coleccionava as revistas Falcão que tinham a particularidade de cobrir uma panóplia muito grande de heróis desde Cowboys (Caribu, Arizona Jim, Texas Kid), Idade Média (Robin Wood), Guerra (Major Alvega e N3), histórias de Piratas, historias futuristas, etc. e quando trocava de revistas com o meu primo Zé este me emprestou algumas revistas do TEX.

Porquê esta paixão por Tex?
Veríssimo Neto: A personagem tem uma grande paixão pela justiça independentemente da cor, raça e género.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Veríssimo Neto: Não usa luvas de pelúcia para tratar os maus da fita quando se trata de corrigir injustiças.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Veríssimo Neto: Não tenho o número exacto, mas talvez cerca de 750 revistas do Tex.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Veríssimo Neto: Apenas livros.

Qual o objecto Tex que mais gostava de possuir?
Veríssimo Neto: Gostava de ter as revistas mais antigas do TEX, mas os preços são proibitivos e para mim Tex é diversão e não investimento.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Veríssimo Neto: Há muitas histórias que revejo com alguma frequência, mas mais recentemente a história que reli mais vezes é a das Terras Malditas/Tornado e também o Tex Gigante Patagónia. Caçada Humana também já reli imensas vezes.
Não tenho nenhum desenhador ou argumentista preferido pese embora os desenhos de Galep e os argumentos de Boselli e Nizzi tenham algo de especial.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Veríssimo Neto: As suas histórias tentam sempre corrigir injustiças independentemente do local onde ocorram e quem está envolvido nas situações. Tem humor também nas suas histórias e punição para os culpados na maioria das vezes.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Veríssimo Neto: O que referi anteriormente, que é um paladino da justiça sem amarras e sem receio de leis que são muitas vezes apenas um espartilho para a verdadeira justiça protegendo apenas os mais ricos e poderosos.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Veríssimo Neto: Não, a excepção é o meu primo que também colecciona, mas já tive o grande prazer de conhecer pessoalmente, aqui em Leiria, o José Carlos e o próprio editor Dorival Vitor Lopes.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Veríssimo Neto: Penso que vai continuar a ser um ícone enquanto mantiver esta forma de actuar.
Em Portugal vai ser difícil manter/criar novos fãs dado que o acesso à revista é cada vez mais complicado quer pela falta de distribuidores consistentes que obrigam qualquer fã a desesperar por verem as suas colecções incompletas ou interrompidas e a crise a obrigar a cortar nos custos não essenciais.
Penso que a Internet facilita a divulgação e a troca de informação sobre a personagem, mas penso que há menos jovens com hábitos de leitura de quadradinhos deste género o que criará pressão sobre as tiragens das revistas e quanto mais a tiragem diminui maior é o custo unitário das mesmas o que poderá “pôr um fim” a muitos leitores e coleccionadores.

Prezado pard Veríssimo Neto, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

Um comentário

  1. Mais uma ótima entrevista no blog.
    E fico triste em saber que em Portugal as revistas do Tex tem problemas de distribuição, aqui no Brasil, felizmente isso não ocorre, às vezes atrasa um pouco, mas sempre encontro nas bancas.

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