Entrevista com o fã e coleccionador: Vander Dissenha

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Vander Dissenha: Tenho 40 anos, nasci numa cidade no Oeste do Paraná, Brasil, chamada Campo Mourão. Vivi ali até os meus 18 anos, quando fui para Curitiba (capital do Estado) prestar o serviço militar obrigatório. Após dois anos, quando dei baixa do Exército resolvi ficar vivendo em Curitiba. Em Julho último por questões pessoais e de saúde resolvi sair de Curitiba e por um tempo serei cidadão do mundo, viajando bastante, sem parar muito tempo em um lugar. Também vivi um ano em Orlando – EUA, entre 2002 e 2003. Sou quase formado em Estatística e formado em História, com Pós Graduação em Ensino de História e Geografia. Trabalhei os últimos 18 anos na área administrativa de algumas empresas. Não tenho formação na área, não gosto muito dessa área, mas levo jeito com administração. Resumindo, trabalhei muito tempo em algo para o que não tenho formação. Sou solteiro, sem filhos. Mas já estou pensando em largar essa vida de solteirão namorador quase boémio e arrumar uma companheira, ter filhos e os problemas que acompanham casamento e filhos.

Quando nasceu o seu interesse pela Banda Desenhada?
Vander Dissenha: Gosto de quadradinhos desde os meus três anos de idade. A minha mãe costumava comprar revistinhas Disney para mim e minha irmã, que é um ano e meio mais velha. Eu costumava pegar o meu biberão (no Brasil: mamadeira) com leite, uma almofada e uma revista aos quadradinhos. Daí deitava no chão, no meio da sala e ficava bebendo o meu leite e folheando a revistinha. Outras vezes a minha irmã mesmo sem saber ler ficava fazendo de conta que lia as revistinhas para mim. Na verdade ela via os quadradinhos e inventava as histórias. Quando comecei a estudar aos oito anos, eu já sabia muitas palavras graças aos quadradinhos. Depois conforme fui crescendo fui me interessando e gostando ainda mais de banda desenhada. Naquela época muitos garotos liam e coleccionavam revistas aos quadradinhos e era normal trocarmos revistas na escola ou na rua, em nossa vizinhança. E foi nessas trocas que acabei conhecendo novas personagens, além das personagens Disney que sempre gostei.

Quando descobriu Tex?
Vander Dissenha: Foi em 1979, eu tinha 9 anos e tinha aprendido a ler fazia pouco tempo. Um vizinho um pouco mais velho emprestou-me duas revistas do Tex. De início não gostei, pois eram em preto e branco. Li umas páginas e parei. Dois anos depois, um outro vizinho emprestou-me uns Tex, li e achei mais ou menos, não gostei muito do tal “continua no próximo número”. Dias depois esse mesmo vizinho pegou escondido uma revista do Zagor, que pertencia ao seu irmão e emprestou-me. Era o número 11 da Vecchi, ZAGOR CONTRA O VAMPIRO. Detalhe, a história era dividida em duas revistas e eu li somente a metade final e mesmo assim apaixonei-me pela personagem. Fui perguntar ao meu vizinho se tinha mais revistas daquela personagem e ele emprestou-me (também escondido do irmão) o Zagor número 1. Li a revista de uma vez só e saí pela vizinhança atrás de outros amigos coleccionadores de quadradinhos para ver se alguém tinha revistas do Zagor.
Aqui vale mencionar que Tex é a minha segunda personagem Bonelli, sempre fui mais zagoriano do que texiano. Na época a minha família passava por sérias dificuldades financeiras, o meu pai tinha ficado doente um ano antes e nós praticamente perdemos tudo o que tínhamos, chegamos ao ponto de não ter onde morar e quase passar fome. E diante de tal circunstância era impossível ter dinheiro para gastar com quadradinhos, ou seja, comprar os Zagor’s em banca. Então fiquei por um bom tempo garimpando revistas de Zagor com amigos. Era difícil, mas vez ou outra aparecia alguma. Somente um ano e meio depois que descobri Zagor, foi que ganhei o meu primeiro Zagor comprado em banca, era o número 47 da Vecchi. Nunca esqueci aquele momento, estava com a minha mãe na rodoviária de Maringá e ela perguntou se eu queria comprar alguma revistinha. Vi o Zagor 47 e ela comprou. Essa foi a primeira revista Bonelli nova que tive, cheirando a tinta. Nunca esqueci esse momento. Há algumas semanas estive na cidade de Maringá e descobri que a antiga rodoviária foi demolida. Ao ver o local cheio de destroços,  lembrei-me na hora que foi ali que ganhei meu primeiro Zagor, quase trinta anos antes. Bateu uma enorme nostalgia.

Porquê esta paixão por Tex?
Vander Dissenha: Como gostei de Zagor, acabei aprendendo a gostar de revistinhas em branco e preto. Então comecei a emprestar e trocar revistinhas do Tex. E assim fui gostando da personagem. Mas lia tudo fora de ordem, muitas vezes a história era em três revistas e eu lia a primeira parte e a última, não lendo a parte do meio. Eu lia conforme ia conseguindo as revistas. Continuei lendo revistas coloridas, mas fui me apegando às revistas em preto e branco. Daí além de Tex e Zagor, comecei a ler Chacal, Epopeia Tri (História do Oeste) e descobri e gostei de Mister No, mas foram poucas revistas que saíram. De cara achei a personagem parecida com Zagor e somente anos depois fui descobrir que eram criações dos mesmos autores.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Vander Dissenha: Tanto Zagor quanto Tex são carismáticos e suas revistas tem uma qualidade em termos de desenhos e roteiros, que acabam se tornando atraentes e fidelizando o leitor.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Vander Dissenha: Já tive centenas delas, mas hoje tenho bem poucas revistas do Tex. Por falta de espaço e tempo para ficar cuidando das colecções, acabei me desfazendo de quase tudo. Guardei somente algumas revistas de que gosto mais, outras que ganhei de presente e algumas autografadas e também umas poucas publicadas fora do Brasil. Tenho um carinho especial por um Tex publicado na Croácia e que foi autografado pelo Claudio Villa. E também um Zagor croata que o Ferri autografou. Um amigo croata esteve numa feira de quadradinhos na Itália e pegou estes autógrafos. E uma aquisição recente que gosto muito é o livro do Fabio Civitelli, o qual está autografado e com um desenho do Tex.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Vander Dissenha: Teve uma época em que eu coleccionava tudo o que dizia respeito a Tex e Zagor, mas acabei me desfazendo de tudo.

Qual o objecto Tex que mais gostava de possuir?
Vander Dissenha: O que sempre tive vontade de ter é uma edição italiana de Zagor autografada pelo Sergio Bonelli. Certa vez cheguei a mandar um Tex italiano para ele e uma cartinha “mal escritura” em italiano pedindo o autógrafo. Mas como a revista nunca retornou, acho que a revista e a carta não chegaram até ele.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Vander Dissenha: Minha história favorita de Tex é “El Muerto”, que já li e reli diversas vezes. Já o desenhador e argumentista gostava de todos, com excepção do Fusco. Não sei porque, mas nunca consegui gostar dos desenhos do Fusco.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Vander Dissenha: O que mais gosto em Tex são dos argumentos, o desenrolar das histórias. E também do senso de justiça e a luta contra a injustiça, bem como a defesa dos mais fracos. Uma das coisas que mais detesto na vida é a injustiça e a exploração dos mais fracos, mais necessitados. Talvez daí que venha essa admiração por Tex.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Vander Dissenha: Seu carisma. Tex é uma personagem de papel, mas que possui um carisma de alguém de carne e osso.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Vander Dissenha: Sim, costumo manter contacto com outros coleccionadores. Quando morava em Curitiba eventualmente fazíamos uma reunião com alguns coleccionadores locais. E nessas reuniões sempre estava presente o Júlio Schneider, que é um grande coleccionador e conhecedor de Tex. Então essas reuniões eram sempre interessantes. Vez ou outra aparecia algum coleccionador de outra cidade. Lembro de visitas do Gervásio S. Freitas, Nilson Farinha e Joe Fabio, além do Dorival, editor da Mhytos.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Vander Dissenha: Vejo que o futuro de Tex não será tão grandioso como o seu passado e o seu presente. Os tempos mudam, as pessoas mudam, as novas gerações mudam e os interesses também. Então acredito que Tex vai continuar existindo ainda por muitos e muitos anos, mas com o tempo vai se tornar uma espécie de cult, adorado por um grupo pequeno e fiel de leitores e coleccionadores. Tenho percebido que os leitores de Tex estão envelhecendo e que novos leitores tem surgido em menor número. Ou seja, não vai ocorrer uma reposição de leitores na mesma quantidade que existiu e que existe hoje.
Acho oportuno mencionar que não leio mais Tex e Zagor. Na verdade parei de ler e coleccionar banda desenhada faz algum tempo. Eventualmente compro alguma edição especial para matar saudades. Actualmente dedico-me mais à leitura e colecção de livros. O motivo de parar com os quadradinhos foi porque não via mais a mesma graça e qualidade de antes, tanto nos argumentos quanto nos desenhos. Com relação a Tex e Zagor, até gosto de muitos dos desenhadores e argumentistas da nova geração, mas sou por natureza um saudosista, um purista. Então prefiro reler as histórias antigas, que marcaram momentos de minha vida, do que ler histórias novas e que não me encantam mais. Outro detalhe que me desagradou com relação a Tex e Zagor foi a volta constante de personagens que tinham morrido e volta ou outra retornam. Para mim se a personagem morreu, deve sumir, não ficar reaparecendo, pois fica algo chato.

Prezado pard Vander Dissenha, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.
(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

29 Comentários

  1. Grande Vander, excelente entrevista. É pena que parasse com a coleção destes nossos personagens.

    Um grande abraço.

  2. Excelente a entrevista com o amigo Vander, sincera e honesta.
    Comprei muitas revistas com o Vander, a minha coleção de Ken Parker da Vechi foi 90% dele.
    Concordo também com a sua última colocação, e a mim, a ressurreição de personagens mortos também desestimula muito.
    Os super poderes adquiridos pelo Mefisto, por exemplo, tiram toda a graça deste que foi um grande inimigo de Tex.

  3. Grande entrevista do pard Vander, muito boa mesmo. O que eu acho interessante em todas essas entrevistas é que a grande maioria de nós colecionadores, todos na casa de 40 anos para cima, temos histórias bastantes parecidas. Uma época em que um gibi era um divertimento único, onde o nosso Tex chegou a impressionante marca de 150.000 exemplares.
    Vander vc pode me dizer onde conseguiu esses 2 Zagor enormes, onde mostra 1 com a capa do Explorador Desconhecido?

  4. JAILSON,

    Parei com a leitura de revistas novas dos personagens Bonelii, mas todo mês faço alguma releitura de revistas antigas. E mesmo não colecionando mais, continuo divulgando os personagens.

    Abraço,

    Vander

  5. MARCILIO,

    É fato que os fãs de Tex são fiéis e estão envelhecendo. Quando dei a entrevista eu era um jovem de 40 anos, agora sou um “velho” de 41 anos… rs!

    E sobre sua pergunta, aqueles dois Zagor’s foram publicados na Turquia, em comemoração aos 40 anos de Zagor. Eles tem 500 páginas cada. Os demais Zagor’s da foto onde eles aparecem, também são turcos, publicados em diferentes épocas e por diferentes editoras.

    Abraço,

    Vander

  6. Conheci o pard Vander pessoalmente no Fest Comix, mas já há anos acompanhava suas postagens nos fóruns e grupos Bonelli. Muito bom poder ler as palavras de um colecionador e leitor desse porte.

    Também queria mandar uma revista para o Sergio Bonelli retorná-la autografada, mas deve ser meio impossível!

  7. Agora, me “doeu” ler que ele se desfez de quase toda a coleção… Eu com meus milhares de gibis Bonelli, Disney etc. relutaria MUITO antes de uma decisão assim…

  8. FILIPE,

    Fiquei feliz ao ler suas palavras e saber que gostou da entrevista.

    Na época em que enviei a revista para o Bonelli e pedi que autografasse, enviei para o endereço da Editora Bonelli. Mas meu italiano é sofrível e acredito que a revista não chegou até ele. Agora não sei se existe uma maneira mais confiável de conseguir enviar uma revista e ter ela de volta com o autógrafo.

    E sobre me desfazer de 95% de minha coleção, não foi uma decisão fácil, mas foi bem pensada e mesmo com certa dor no coração acabei fazendo isso. A última coleção que vendi foi justamente a do Zagor. Atualmente tenho somente algumas revistas guardadas, e dessas não me desfaço. Os motivos que me levaram a desfazer a coleção foram variados. E não foi por questão financeira. A decisão final tomei ano passado quando estava me tratando de uma séria depressão, e passei a dar valores diferentes as coisas. Percebi que muitas vezes colocava minha coleção de revistas “acima” de pessoas que eram importantes para mim e isso muitas vezes me causou problemas, me deixou infeliz. Então me desfazer definitivamente das coleções foi mais uma das muitas coisas que fiz na busca da cura da depressão, pois naquele momento eu estava buscando me reconstruir como pessoa e tentar ser feliz novamente. E foi algo consciente, do qual “ainda” não me arrependi. Hoje estou curado e feliz, então tudo o que fiz buscando ficar curado acabou valendo a pena.

    Grande abraço,

    Vander

  9. Decisão igual tomei à pouco tempo parceiro Vander, este apego à matéria nos mata e deixa uma enorme distância dos que nos amam de verdade. Apoiado e felicidades.

  10. SANDRO,

    Então não fui o único e desfazer da coleção.

    Sei que muitas pessoas conseguem separar a questão de valor entre coisas materiais e não materiais. Mas tem aqueles, que como eu não conseguem, então nesse caso é melhor ficar atento e ver se não está de certa forma prejudicando sua vida, deixando sua família de lado.

    Abraço,

    Vander

  11. Vander, essa sua história de se desfazer dos quadrinhos, reconsiderar valores etc. é bem interessante e intrigante, eu gostaria de ver um relato completo seu sobre esse caso aqui no blogue. Seria um material diferente e que eu leria com grande gosto; será que isso estaria em seus planos? Não falo isso com curiosidade “xereta”, mas por ser um assunto que toca de uma maneira ou de outra a todos nós colecionadores, que damos grande valor a nossas revistas e nem sempre entendemos o que isso significa…

    De qualquer modo, espero que você nunca se arrependa mesmo da decisão e fico feliz que isso tenha feito bem a você!

  12. Excelente a entrevista. Sereno e inteligente, com sinceridade explicitou que não é colecionador do Tex, e não é leitor do Tex.
    A maioria dos encontros entre colecionadores do Tex é composta por pessoas que sequer compra a revista Tex, que não tem qualquer coleção completa do Tex, alguns que simplesmente comercializam o produto Tex.
    A época é outra diferente dos antigos colecionadores que possuem até hoje maravilhosas coleções, e mesmo alguns dos antigos entraram nessa de comerciante de gibis, não compram Tex, no entanto, aparecem em grandes eventos como se fossem grandes especialistas.
    Não é o caso desse honesto colecionador, mas, sinceramente por ser Tex um gibi da midia quase com 500 números no Brasil, merecia um tratamento melhor por parte dos colecionadores, e tenho contato com jovens colecionadores, que irão manter o personagem, no entanto, pra que isso aconteça é necessário pelo menos comprar o gibi Tex todos os meses, pra não acontecer como Júlia e Ken Parker que todo mundo tece elogios e acha cult mas, pouquíssima gente compra…

  13. FILIPE,

    Essa questão sobre eu ter parado de comprar e colecionar revistas em quadrinhos e depois vender as coleções, é meio complexa. As duas coisas são eventos distintos, pois primeiro parei de ler e comprar revistas e depois de um bom tempo é que decidi me desfazer das coleções. Na entrevista até explico os motivos que me levaram a parar de ler e comprar revistas em quadrinhos. Já me desfazer das coleções foi uma decisão que tomei num momento complicado de minha vida, quando passava por uma depressão muito forte e viver já não tinha mais sentido. Faltou muito pouco para eu “pular da ponte”. Então para quem em certo momento não tinha prazer em viver, sentir prazer em guardar e cuidar de centenas de revistas, era algo sem sentido. Foi então que decidi me desfazer das coleções, algumas que eu mantinha a vinte e poucos anos. E tomei outras decisões também, tudo isso na época em que estava depressivo. Inclusive largar emprego, vender quase todas minhas coisas e mudar de cidade, tirar um ano sabático para realizar projetos que estavam engavetados, descansar, viajar, passar um tempo com minha família, repensar minha vida. Então me desfazer dos quadrinhos é uma pequena parte dessa mudança.

    Debater sobre isso é meio complicado, pois vai acabar fugindo da função desse blog que é tratar de quadrinhos, principalmente quadrinhos Bonelli. Mas se quiser saber mais sobre essa história, podemos conversar de forma reservada. Estou no teu Facebook, então tem meu contato e podemos falar sobre isso qualquer hora.

    Abraço,

    Vander

  14. ANTONIO,

    Quando o Zeca me convidou para dar a entrevista ao Blog do Tex, lembrei a ele que tinha parado de ler e colecionar Tex e demais personagens. Mesmo assim ele achou que valeria a pena fazer a entrevista, pois seria o ponto de vista de um ex-colecionador, que por quase trinta anos leu e comprou quadrinhos Bonelli.

    Durante muitos anos dei muito valor as minhas coleções de quadrinhos, e saiba que isso chegou a me prejudicar algumas vezes, inclusive ajudando um noivado a não dar certo.

    Durante muitos anos comprava mensalmente revistas em banca. Teve uma época em que eu comprava 32 revistas mensalmente e com isso ia ampliando minhas coleções. Com o tempo e por várias razões fui perdendo o interesse pelos quadrinhos até que cheguei ao ponto de parar de colecionar e vender quase todas minhas coleções. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer um dia, mas aconteceu. E não foi somente com quadrinhos que meu interesse mudou, com outras coisas, como futebol por exemplo, o interesse foi diminuindo.

    Nesses muitos anos como leitor e colecionador, fiz muitas amizades, algumas para a vida toda. Ainda mantenho contato com a maioria desse pessoal. E também acesso o Blog do Tex e o Portal Texbr todas semana, para saber das novidades. Sou grato a Tex e Zagor pelas muitas alegrias e amigos que me deram.

    E sei que existem leitores não colecionadores, leitores colecionadores, e leitores negociantes. Conheço pessoas que vivem de vender revistinhas, que alimentam os filhos dessa forma. E também sei que existem picaretas nesse meio, pois já levei calote de falsos amigos colecionadores. Mas a vida é assim, seja em que meio for existem os bons e o maus. Então cabe a nós sabermos escolher o que é bom, escolher os bons amigos.

    Grande abraço,

    Vander

  15. Este é o nosso Indiana Dissenha, o Homem-que-Anda, com grande milhagem pelas Américas.
    Um cara sem medo de ser feliz, que não se fecha e fala quando sente essa necessidade.

    Lendo a sua entrevista, lembrei do seu relato lá no grupo ‘Amigos do Tex’ sobre presenciar da janela do seu quarto, em Curitiba, um assalto lá na rua. Ou quando sofreu um acidente e sua perna quase foi por água a baixo. E também lembrei dos velhos anúncios que fazia no BonelliHQ das suas revistas e ainda das grandes jornadas no Colégio.

    Amigo Vander, como já lhe disse, quando vier pelo Nordeste, passe aqui em Jampa para a gente se rever e bater aquele papo texiano-zagoriano e curtirmos as boas coisas daqui.

    Legal que vc tenha guardado algumas revistas, para não se desligar de todo das suas antigas práticas. Não é legal cortar os vínculos na totalidade, pois quando o problema que causou se vai, abre-se uma lacuna.

    Sobre a entrevista, no final, a parte mais contundente tendo em vista o Tex, que já vai se tornando uma verdade, com a diminuição dos velhos texianos e o ingresso menor de novos colecionadores, que fatalmente provocará mudanças no quadro que temos atualmente… mas, é por isso que existem os guerreiros que persistem em batalhar para os sonhos de papel não sucumbirem, em especial os mantenedores de sites e blogs e entusiastas que dedicam parte importante do seu tempo diário para manter viva a chama do colecionismo e fazer uma divulgação constante e permanente. Prova disso é que o Tex vai mudando pouco a pouco, não na essência do personagem, mas no visual (colorido) que é um grande passo para alcançar novas gerações.

    O sonho continua, pard… abraço e boa sorte!
    g.g.carsan

  16. Eu fiquei sensibilizado porque um amigo meu começou a passar por um principio de depressão, e vender gibis do Tex novíssimos que ele comprou nos sites a preços altíssimos, porque tinha perdido o gosto por tudo, então sugeri que ele fechasse o armário porque depressão passa, um dia passa, os amigos e a boa leitura ficam pra sempre, não acho justo a pessoa repentinamente vender objetos a preço baixo, levar prejuízo, motivado por problemas pessoais, e sou convicto da importância de ajudar o próximo nos momentos difíceis, em especial grandes colecionadores.
    Sou leitor de tudo e posso te garantir que Tex é quadrinho diferenciado de grande padrão de qualidade não fica atrás de qualquer leitura no mundo. Você esta perdendo grande momentos de cultura não lendo Tex e Zagor. Atualmente na Bonelli tem inúmeros génios da literatura todos dedicados, que prezam a amizade e o auxilio mutuo entre as pessoas.
    Achei você sereno, coerente e inteligente. Parabéns pelas respostas.

  17. Caro Vander,
    li a sua entrevista interessante e os comentários dos pards. Realmente, muitos mudam com a vida, cujas épocas mudam as pessoas – é um ciclo.
    As Histórias em Quadrinhos não perderão o seu espaço no cotidiano, continuarão com milhares de colecionadores; o que tem mudado são as preferências por novos tipos de gibis.
    Tex, Zagor, Ken Parker, Blueberry, sempre serão seguidos por uma legião de fãs.
    Abraços,
    Afrânio Braga
    http://www.texbr.com/forum
    http://www.texbr.com/blueberry

  18. GG,

    Sábias palavras as suas.

    Um coisa te digo, enquanto existir GG’s, Zecas, Júlios, Gervásios, Nilsons, Valdivinos, Moreiras, Nandas, Jesuses e tantos outros abnegados colecionadores e divulgadores de Tex, o personagem não vai morrer.

    Vida longa a Tex!!!

    Abraço,

    Vander

  19. ANTONIO,

    Obrigado por suas palavras.

    No meu caso, quando tive a depressão e decidi “eliminar” de vez minhas coleções, isso não foi tão problemático, pois eu já tinha perdido o gosto pelos quadrinhos algum tempo antes e já não estava mais lendo ou colecionando e inclusive já tinha me desfeito de parte de minhas revistas. Acredito que meu caso tenha sido diferente do que aconteceu com seu amigo.

    Grande abraço,

    Vander

  20. Vander,

    Parabéns pela entrevista! Simples como você!

    Na minha coleção de Dampyr, tem uma edição que comprei de você.

    Sucesso nos seus projetos e não esqueça que seus amigos, te admiram e respeitam.

    Joe Fábio

  21. Caro Vander,
    Parabenizo pela entrevista, sei que é difícil termos as coisas, ou seja mantermos o nosso hobby, baseado na leitura e admiração pelos quadrinhos, mas tenho certeza que mesmo desfazendo das suas coleções, recompensaste em um admirador e divulgador do nosso TEX e essa decisão sua é importante para nós leitores e colecionadores em mantermos o ideal, mesmo que um dia tenhamos que nos desfazer das nossas coleções. Parabéns pela entrevista. zin-rs

  22. Pard e amigo Vander, grande entrevista, além dos quadrinhos que você entende tão bem, afinal colecionou por mais de 30 anos, falou também dos colecionadores e daqueles pseudos colecionadores, pois é raro colecionador de Tex, Zagor ou de outros títulos Bonelli que já não foi alvo dos picaretas ou especuladores quando necessitou de determinada revista para completar sua coleção, e as vezes caem nas mão dos falsos amigos ou de aproveitadores, que aproveitam a nossa boa fé. O importante é que você faz parte do grupo dos bons e todos seus amigos te admiram e torcem para que você consiga, vem acontecendo, realizar seu sonhos futuros, relacionado a família, viagens e trabalho. A realidade é que os colecionadores de Zagor e Tex (onde me incluo) perderam muito com sua decisão de afastar-se e deixou uma lacuna, pois muitos conseguiram preciosidades e itens raros com sua colaboração. Mais apoiamos sua decisão. Da mesma forma que disse o Pard GG, acima, e já te falei isso também em bate papo por Orkut, vindo ao Nordeste se passar em Recife, será sempre bem vindo a minha residência para uma conversa e um grande abraço. Tenho certeza que superou seu problema de depressão. Força de vontade e disposição para vencer qualquer problema, você tem de sobra. Todos agradecemos seu relato e ao Pard Zeca pela idéia da publicação da entrevista de colecionadores de Tex no Tex Willer Blog. Iranildo.

  23. Buenas…
    Gostei muito da entrevista e gostei bastante também dos comentários dos Amigos. Tchê, quando vir ou mesmo quando estiver passando pelo Rio Grande, dá um pulinho no Centro de nossa Querência. Nos avisa antes. que é pra ir preparando o fogo e salgando a carne. Abração!!!!!

  24. Oi Vander!

    Bela entrevista, gostei muito de ler!

    Bom, creio que todo colecionador de Bonellis, pelos menos aqueles que participam das nossas listas comuns, tenham no mínimo uma revista que fora adquirida do Vander. Eu tenho várias. Aliás, ouso dizer que, revistas e séries fechadas de grande importância para mim e para a minha parca coleção, foram adquiridas com o Vander, dentre estas posso citar:

    Coleção do JUDAS da Record; Tex Ídolo de Cristal da Vecchi, Fumetti – O melhor dos quadrinhos italianos, Os cervos e um hálito de gelo do KP e, tantas outras preciosidades…

    Apesar de AINDA não conhecer vc pessoalmente, Vander, considero-o um Grande Amigo. Uma pessoa por demais simples e de um coração imenso. Fico feliz por terdes vencido a depressão e de novo, ter voltado a gostar da vida. Desejo que Deus te abençoe sempre!

    Caso vá fazer alguma viagem, não esqueça de enviar postais, tenho todos os que me enviastes ornamentando a minha estante.

    Forte abraço,

    Sílvio Introvabili

    PS.: Sinto falta das suas listas, elas eram sempre uma ótima oportunidade de enriquecer a minha EstanTEX:-)

  25. Bela entrevista Vander.
    Nos conhecemos apenas virtualmente pelos negócios feitos envolvendo gibis. Graças a você tenho algumas edições (principalmente de ZAGOR) de outros países.

    Parabéns e abraços.

  26. Parabéns Vander pela sua coragem em se desfazer das coleçõese mesmo assim continuar admirando os personagens.
    O que você falou do Zagor acontece comigo, sou muito saudosista e adoro as histórias antigas, mas continuo admirando as novas também.
    Grande abraço.

  27. Caro Vander, li a tua entrevista esse fim de semana, deveras que gostei muito do que li, eu também sei o que é passar por momentos em baixo, aliás nesse momento ando um bocado bem triste, muitas vezes apetece desaparecer, ou até mesmo voar.
    Espero que nesse momento estejas bem com muita saúde e em paz, com pessoas de bem e de amor à tua volta.
    Um grande abraço amigo,
    Marco Avelar

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