Entrevista com o fã e coleccionador: Luiz M. M. Júnior

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Luiz M. M. Júnior: Bom, nasci em Alto Araguaia, Mato Grosso, em Novembro de 1982, sou casado, pai de duas crianças, uma das quais infelizmente nasceu prematura e devido a problemas que ocorreram após o parto, se acometeu de várias doenças, e acabou falecendo aos oito meses de idade. Sou servidor público municipal, e actualmente trabalho como Auxiliar Legislativo na Câmara Municipal de Sinop.

Quando nasceu o seu interesse pela Banda Desenhada?
Luiz M. M. Júnior: Não me recordo exactamente a partir de quando comecei a ler Tex, mas sempre fui um leitor assíduo e voraz, rsss
Só sei dizer que foi na infância, o momento exacto eu não sei, mas comecei a ler os Tex que eram do meu pai, que ele comprava, lia e guardava de qualquer forma.
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Quando descobriu Tex?

Luiz M. M. Júnior: Através de meu pai, que já os lia e os coleccionava, à maneira dele, rsss
Depois com o tempo, quando comecei a entender o valor emocional e afectivo que aquela colecção me dava, começamos a ler juntos, como eu era apenas uma criança, de classe média baixa, em minha família não existia o hábito de receber mesada, portanto, quem acabava comprando ou dando o dinheiro para que eu fosse comprar os gibis, era meu pai, rsss
Eu que sempre ia as bancas, de bicicleta, verificar se já havia chegado Tex e Zagor, do qual sou um grande fã e leitor também.

Porquê esta paixão por Tex?
Luiz M. M. Júnior: Sinceramente, não sei dizer… mas é algo que me dá muito prazer e alegria, eu me sinto como se estivesse dentro das histórias, junto com as personagens, sem contar a certa gama de cultura que há nas histórias, sempre baseada em factos e locais Históricos daquele grande país que são os Estados Unidos, por qual eu nutro uma certa admiração, pela história de luta e liberdade do seu povo, também pelas tragédias como a Guerra da Secessão e a Escravidão nos Estados do Sul.


O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Luiz M. M. Júnior: Antigamente, quando criança, eu também lia e coleccionava a Turma da Mônica, do Maurício de Souza (brasileiro), e vários outros gibis para criança da Editora Abril (Zé Carioca, Pato Donald, Mickey, etc.), já que papai havia feito uma assinatura mensal das mesmas para nós (somos em três, eu e mais duas irmãs), todo mês era uma alegria, quando chegava o pacote com os gibis por assinatura, meu pai assinava também, junto com essas, a revista Placar (sobre desportos, principalmente futebol), e a revista Veja (uma semanal, com coberturas jornalísticas e notícias importantes, de renome aqui no Brasil), já li também as histórias da DC e da Marvel e várias outras, mas as aventuras da Marvel e DC, nunca me agradaram os estilos dos desenhos e seus quadros confusos, onde um herói dava um soco no primeiro quadrinho e acertava o vilão no último quadrinho, (não sei se me explico direito, rss, mas nessas histórias, por exemplo, existem desenhos que ocupam as duas páginas da revista, por isso, ao meu ver, sempre muito confuso).
Já Tex, são traços mais limpos e organizados, de fácil compreensão.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Luiz M. M. Júnior: Nossa, boa pergunta, rss… essa terei que contar todas para te responder, rsss
Só vale Tex? Ou devo incluir Zagor, Mister No,  Martin Mystère e Mágico Vento que comecei a coleccionar recentemente? Bom, contei aqui, entre revistas, pósters, adesivos (autocolantes), marcadores de páginas, livros, álbum de figurinhas (cromos), miniaturas das personagens, eu tenho um total de 1.411 itens em minha colecção.
E um dos itens que considero mais importante para mim, são duas edições da revista Tex Júnior, dos anos 50, que foi a primeira revista que publicou Tex no Brasil, e dois Mini Texones que eu tenho, que são miniaturas dos Tex Gigantes italianos, os Texones.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Luiz M. M. Júnior: Bom, ultimamente, ando coleccionando quase tudo que diga respeito a eles, e que me interesse… e que se encaixe no meu orçamento, rss… porque por aqui, algumas peças importadas da Itália, adquirem um valor astronómico, como por exemplo o Tex montado no Dinamite, que chegam a cobrar até 1.500,00 Reais. Mas mesmo assim, consegui adquirir o álbum italiano, lançado recentemente, que está incompleto, alguns exemplares lançados pela Mondadori, alguns Mini Texones, e algumas estatuetas lançadas pela Hobby & Work.

Qual o objecto Tex que mais gostava de possuir?
Luiz M. M. Júnior: Hum, acho que seriam as 37 primeiras edições em formato italiano, lançadas aqui no Brasil, pela extinta Editora Vecchi, dessas só tenho a n.º 30. Se bem que, o álbum do Tex, também lançado pela Editora Vecchi, está sendo vendido no Mercado Livre por 6.000,00 Reais.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Luiz M. M. Júnior: Gosto muito do Tex Gigante “Os Assassinos”, e da história “A Grande Invasão”, que saiu no Tex Mensal, outra que gosto muito é a do Bando de Jack Thunder, que achei incrível, outra que me fascina é “O Passado de Kit Carson”, com o Bando dos Inocentes. Já o desenhador de quem mais gosto, é sem sombras de dúvida, Fabio Civitelli. Quanto aos argumentistas, gosto muito das histórias de Claudio Nizzi e Mauro Boselli.

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O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?

Luiz M. M. Júnior:
A acção, as narrativas que contenham factos Históricos reais e lendas do Velho Oeste americano. Já uma das coisas que me desagradam nas histórias seria a falta das mulheres, poderia haver mais mulheres na vida dos nossos heróis, até mesmo do nosso Tex, que já devia ter abandonado o luto, há anos. Outra coisa, acredito que poderia haver mais uma pitada de violência nos desenhos, como em Mágico Vento, onde as cenas de violência e sexo são um pouco mais intensas do que em Tex.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Luiz M. M. Júnior: A acção, rss, os factos históricos, os detalhes dos desenhos, as tramas bem elaboradas e a vasta gama de heróis e vilões.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Luiz M. M. Júnior: Sim, infelizmente aqui na minha cidade, apesar de ser uma cidade relativamente grande, eu só conheço um, sei que existem outras pessoas que compram e coleccionam, mas graças à Internet, tenho travado conhecimento e relacionamento com vários outros admiradores e fãs como eu, que inclusive, cada qual à sua maneira, estão me ajudando a incrementar, completar e aumentar a minha modesta colecção.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Luiz M. M. Júnior: Sinceramente, gostaria de viver para sempre, para poder continuar lendo todas as óptimas histórias que ainda serão publicadas, rsss… às vezes me pego pensando nisso, sei que pode parecer meio mórbido, mas eu penso: “Nossa, e quando eu morrer? Quantas histórias que eu vou perder de Tex, que não poderei mais ler?”.
Kkkkkkkkk
Resumindo, tenho convicção de que Tex existirá por muitos e muitos anos ainda, mesmo depois de mim.

Prezado pard Luiz M. M. Júnior agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

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