Entrevista com o fã e coleccionador: Fabiano Monteiro Pereira

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Fabiano Monteiro Pereira: Nasci no Município de Pérola, Estado do Paraná, Brasil, no dia 21 de Março de 1975. Sou graduado em Logística e actualmente trabalho na portaria de uma empresa.

Quando nasceu o seu interesse pela Banda Desenhada?
Fabiano Monteiro Pereira: Praticamente quando aprendi a ler, sempre gostei de heróis e comecei a ler as revistas que o meu irmão mais velho tinha, na época era a série Heróis da TV, da Marvel.

Quando descobriu Tex?
Fabiano Monteiro Pereira: Todo domingo pela manhã o meu pai levava-me à banca e eu escolhia uma revista, adorava filmes de western e as capas de Tex fascinavam-me, só que comprava Tex esporadicamente e não seguia nenhuma colecção, ainda me lembro de algumas edições que eu tinha e infelizmente perdi: O grito dos apaches, A máscara de ferro, Linchamento, Pesadelo, Espectros.

Porquê esta paixão por Tex?
Fabiano Monteiro Pereira: Primeiramente, claro, por sua personalidade e carácter, pela constância de suas histórias e pelo cenário e época em que se passam. Diferentemente de outros heróis, as histórias de Tex começam e terminam, já outras personagens se o leitor não acompanhar há anos fica perdido. Já assisti filmes de determinadas personagens, fui na banca e comprei uma revista qualquer da mesma e desanimei, é sempre algum que morreu algum que ressuscitou, mudanças de equipa, etc. Com o Ranger não temos estes problemas.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Fabiano Monteiro Pereira: Tex não tem que ser mudado e revitalizado de vez em quando como tantos outros heróis, Tex pode até estar injuriando menos e com a “mão mais leve” que antigamente, mas a sua essência não mudou.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Fabiano Monteiro Pereira: Colecciono o Tex normal desde a edição 301, o Tex Edição Histórica a partir do 38, o Tex Gigante desde o número 4, já o Almanaque, Os Grandes Clássicos e Anual desde o começo, apenas as séries Tex Ouro e Férias que deixei de comprar alguns números pois já os possuo na série mensal. No total tenho por volta de 430 revistas do Ranger. Para mim sem dúvida a mais importante é a primeira, a edição Tex mensal 301 “Isca para um Deus”, do ano de 1994.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Fabiano Monteiro Pereira: Apenas revistas e pósters quando surgem, até gostaria de ter bonecos por exemplo, mas imagino que sejam muito caros. Também colecciono Batman desde 2000, Marvel Millenium desde o primeiro número e Homem de Ferro desde o primeiro número.

Qual o objecto Tex que mais gostava de possuir?
Fabiano Monteiro Pereira: A edição “O ídolo de cristal“.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Fabiano Monteiro Pereira: A minha história favorita é “A grande invasão”, na qual Tex vai ao enterro de um amigo e relembra uma importante passagem da sua vida. Na minha opinião Boselli superou-se e escreveu um épico, quanto ao desenhador ninguém supera Civitelli.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Fabiano Monteiro Pereira: O que mais me agrada em Tex sem dúvida é o seu jeito de ser de não perdoar os bandidos, seu censo de justiça, sua luta contra o racismo e em favor das minorias. Quanto às histórias prefiro aquelas em que os quatro parceiros actuam, não gosto de histórias “detectivescas” com muita investigação e pouco tiro.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Fabiano Monteiro Pereira: Tex é um herói de um tempo que já passou mas está no imaginário de muita gente. O bang-bang é um género que tem fãs pelo mundo todo.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Fabiano Monteiro Pereira: Aqui na minha região apenas com um primo que mora em uma cidade vizinha e que inclusive começou a coleccionar por influência minha.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Fabiano Monteiro Pereira: Discordo de quem diz que as vendas de Tex estão em baixa pelo facto do público mais jovem não gostar de western, há quem até diga que o futuro da personagem italiana é negro, mas na minha opinião o problema é outro. Pergunte hoje a uma criança de seis anos por exemplo quem é o Homem de Ferro, Capitão América ou Thor, dificilmente alguma não vai conhecer. O meu filho tem seis anos e conhece Tex de me ouvir falar e ver as revistas. Acho que o que Tex precisa de início é um novo filme, de preferência feito pelos americanos (que recentemente realizaram até um do Dylan Dog), não dá mais para ficar restrito somente à revista, as personagens que citei acima estão com títulos nas bancas que até há bem pouco tempo não tinham, porém aparecem directo em filmes, desenhos, etc. Quem sabe se depois de um bom filme surgiriam outros produtos como um videojogo e por aí vai, outras formas de mídia que atraiam e o façam conhecido para as novas gerações, fico na torcida. Quanto a mim, consumirei Tex até dar o grande salto. Um abraço a todos.

Prezado pard Fabiano Monteiro Pereira, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

12 Comentários

  1. Parabéns pela bela entrevista pard Fabiano Monteiro Pereira.
    E concordo com você quando diz que “Tex precisa de início é um novo filme, de preferência feito pelos americanos.
    Acredito também que Tex chegará na edição nº 1000!!

    Grande abraço.

  2. Bela entrevista!
    Tem como eu ser entrevistado também?
    Sou fã de Tex e é meu sonho ser entrevistado aqui!

    • Prezados Mattheus e Carlo Pandolfo,
      Perante a vossa paixão por Tex e o vosso desejo em serem entrevistados pelo blogue português do Tex, considerem-se desde já convidados de modo a serem também entrevistados, dando azo a que o blogue do Tex possa dar a conhecer ao mundo mais dois grandes fãs e coleccionadores brasileiros de Tex.
      Assim sendo irei contactar privadamente cada um de vocês, enviando as perguntas para vocês responderem conforme a vossa disponibilidade e inspiração 😉

  3. Você não é o único Mattheus, também gostaria

    Bela entrevista, também acho que o Tex deveria ter outro filme, mas 100 % italiano.

  4. A quem pediu pra ser entrevistado: sou testemunha do cuidado do nosso querido Zeca ao conduzir as coisas de forma a sair da melhor forma possível. Pensem nas respostas e deixem o resto com ele.
    Quanto às opiniões do nosso caroF pard Fabiano: inteligente e lúcido. Já em relação ao filme, sou obrigado a discordar em certos aspectos. Os americanos fazerem um filme não é garantia de qualidade. E fazer só por fazer também não ajudaria em nada. Teria que fazer sucesso, levar público aos cinemas, gerar retorno de mídia, colocar o personagem em evidência. Aí vem meu questionamento: como tornar atrativo um filme de um gênero tão datado? Como chamar a atenção de pessoas (a garotada) cujas referências são completamente diferentes?
    Esse é o ponto que eu coloquei em minhas respostas. Como RENOVAR esse público que lê Tex?

  5. Nossa! Eu adoro história de Faroeste e queria ter nascido em tempo de participar da geração que era fã e colecionava! Mas estou correndo atrás do tempo “indiretamente” perdido e estou me atualizando em “western’s stuff” e, como um amante de RPG, criei um jogo num estilo Velho Oeste Sobrenatural, chamado Old West Darkness, que tem como o cenário a cidade de Armadillo, do jogo de XBOX 360, Red Dead Redemption, que é um dos meus jogos favoritos.

    Bom, espero que gostem do blog, pois com certeza eu favoritei esse daqui!

    http://oldwestdarkness.blogspot.com.br/2012/05/estrada-ate-agora.html

  6. Um jogo bem feito atrairia muita gente, o jogo de western chamado Red Dead Redemption se tornou o melhor game do ano mesmo possuindo esse tema já “passado”.

  7. Muito boa a entrevista! Devo dizer que recebi o convite para ser entrevistado mas o meu antigo e-mail foi bloqueado e não tive como responder! Criei este novo aqui rs rs! Quando der pode me convidar novamente, aqui no meu Estado (Minas Gerais) é raro ver alguma entrevista! Um abraço para todos os guerreiros fãs dos fumetti italianos!

  8. Amei a entrevista. Também fui entrevistado e ainda hoje recebo comentários. kkkk
    Um abraço e parabéns pela coleção de Tex.

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