Entrevista com o fã e coleccionador: Dogenildo Francisco da Mota

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Dogenildo Mota: O meu nome é Dogenildo Francisco da Mota, tenho 48 anos, adoro ler e assistir filmes. Nasci em uma cidadezinha do interior da Paraíba, chamada Itatuba. Em 1977 mudamos para o Rio de Janeiro, por causa da minha avó que estava doente, hoje trabalho como vigia nocturno em um condomínio residencial no Rio de Janeiro.

Quando nasceu o seu interesse pela banda desenhada?
Dogenildo Mota: Quando era criança a vida era dura, minha pobre mãe era empregada doméstica e não tinha dinheiro para comprar revistas para mim, às vezes lia dos filhos das patroas dela, deliciava-me com aquelas aventuras do Pato Donald, Mickey, Tio Patinhas, Luluzinha & Bolinha, etc.

Quando descobriu Tex?
Dogenildo Mota: Em 1982 a minha mãe trabalhava para uma família em Teresópolis, cidade da região serrana do Rio de Janeiro, quando a minha avó faleceu, mudamos para a capital e o meu tio então levou alguns gibis (revistas de banda desenhada) para mim já que sempre gostei de ler, só que aqueles gibis eram diferentes dos que eu estava acostumado, eram preto e branco, gibis de faroeste, algo que estava acostumado a ver na TV, foi assim que eu descobri Tex.

Porquê esta paixão por Tex?
Dogenildo Mota: O senso de justiça, o carácter incorruptível, a amizade pelos pards é algo que me cativa, acho que por isso eu gosto tanto de Tex.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Dogenildo Mota: Eu acho que já respondi na pergunta anterior: carácter, senso de justiça, amizade e também a coragem, sem ter super poderes. É isso que o diferencia dos outros heróis.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Dogenildo Mota: O total exacto eu não saberia responder, acho que um pouco mais de mil (1000), a maioria da Bonelli. Além de Tex também colecciono Zagor, Julia, Mágico Vento, Ken Parker. A revista mais importante da minha colecção, com certeza é o de numero um de Tex, ainda que seja da segunda edição.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Dogenildo Mota: Gostaria de ter tudo relacionado a Tex, mas infelizmente não teria onde colocar tudo e também não tenho dinheiro para comprar. O ano passado (2016) comprei o álbum de figurinhas lançado na Itália.

Qual o objecto Tex que mais gosta de possuir?
Dogenildo Mota: Gosto de dois objectos do mundo de Tex  da minha colecção, o primeiro é o número 1 da Vecchi, o outro é o álbum italiano lançado o  ano passado, comprei mesmo sabendo que nunca o completarei.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Dogenildo Mota: A minha história favorita é a de número 112 da Vecchi (El Muerto). O desenhador é o Aurelio Galleppini, mas também gosto do Guglielmo Letteri e do Jesus Blasco. O argumentista é claro: G. L. Bonelli, mas o Claudio Nizzi também escreveu grandes histórias.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Dogenildo Mota: O que me agrada mais em Tex é o facto de aprendemos um pouco sobre a História Americana, o que me agrada menos é o facto de Tex ter menos tiroteio e menos brigas de saloons como tinha nos primeiros números.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Dogenildo Mota: O facto de Tex não ter super poderes e estar sempre querendo justiça, mesmo que às vezes tenha que burlar a lei para obter um resultado justo.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Dogenildo Mota: Gostaria de ir a mais encontros, fui a um deles em 2015. Estou me programando para ir ao IV encontro do Fã Clube, que vai se realizar em Belo Horizonte, em Novembro de 2017.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Dogenildo Mota: Não quero ser pessimista como o velho Kit Carson, mas tenho muito medo do futuro do nosso Ranger, pois tem muito poucos jovens lendo Tex nos dias de hoje, nos grupos da Internet só vejo saudosista como eu…

Prezado pard Dogenildo Francisco da Mota agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.


(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

5 Comentários

  1. Pard Dogenildo!

    Fiquei emocionado ao ler seu relato da sua infância e de como foi adquirindo o gosto pela leitura, especialmente do nosso ídolo maior: Tex.
    Infelizmente, quando falamos em leitura, todos nos tornamos o “Kit Carson” (pessimista) tendo em vista que os hábitos modernos estão fazendo com que a juventude não se sinta atraída por revistas e/ou livros.
    Ah… antes que esqueça… ficou-lhe muito bem essa camisa do III Encontro Regional Sul do Fã Clube Tex e Zagor do Brasil!
    Um forte abraço!

  2. Obrigado pard Edemar, acho isso também de que o hábito de ler tá cada vez mais escasso.

  3. Parabéns pela entrevista. Vamos torcer que nós, os mais veteranos, consigamos nos unir e manter esta chama acesa por muitos anos.
    Abraço amigo Dogenildo.

  4. Dogenildo coleciona o filé do faroeste: Tex, Zagor, Mágico Vento e Ken Parker… só coisa boa…

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