Capa de Tex italiano # 512: La città della paura

Moreno Burattini, José Carlos Francisco, Claudio Villa e Dorival Vitor LopesQuando muitos de nós vemos uma capa de Tex nas bancas, não imagina por vezes o quão trabalhosa e quantas horas (ou mesmo dias) de trabalho foram necessárias até Claudio Villa chegar ao resultado final…

Tudo começa com um esboço da capa pretendida, determinado pelo editor Sergio Bonelli, já que ao contrário do que muitos pensam, o desenhador não tem liberdade para fazer a capa que bem entender para a história, até porque na grande maioria das vezes, Claudio Villa não tem acesso à história, porque tal só acontece quando as histórias são desenhadas por si, algo muito raro hoje em dia, devido ao grande volume de capas que Villa tem que desenhar todos os meses e que o têm inclusive impedido de desenhar histórias do ranger na actualidade.

José Carlos Francisco, Tex Willer e Claudio VillaPor motivos vários, desde vetos do editor que não as considera apropriadas ou por decisão do próprio desenhador que não fica agradado com o seu trabalho, algumas capas chegam a ter várias versões, mas damos a Claudio Villa a palavra para nos explicar o processo de criação de uma capa:

Tudo nasce na editora, onde Sergio Bonelli examina pessoalmente a história em questão. Procura uma cena “de capa” entre as vinhetas desenhadas, elabora um esboço veloz que me é enviado por fax, junto às cópias das páginas correspondentes (em geral, duas ou três).
A partir daí, começo a trabalhar, preparando a cena “de capa”.
Em síntese, é preciso cuidar do enquadramento, da luz e do movimento das personagens: a capa deve contar sem revelar, deve ser legível e imediata, deve interessar e ser suficientemente dinâmica.
Às vezes, falta uma cena significativa e então ela é “construída” com os elementos extraídos da história.
Algumas vezes, para conseguir o melhor, cheguei a seis, sete esboços. É incrível de quantas maneiras se pode contar, em igualdade de situação, uma cena. E cada vez descobrir uma “temperatura” diferente, só deslocando o ponto de vista, a luz ou a disposição das personagens.

Claudio Villa desenhando um belo TexInclusive as cores da capa, são da responsabilidade de Claudio Villa:
Eu dou uma “indicação” de cor: faço uma fotocópia em A4 a preto e branco e passo a colori-la com tintas líquidas, pintando-a como gostaria de vê-la impressa. Depois é o impressor que deve, com os seus instrumentos, aproximar-se daquilo que fiz…

De seguida mostramos as diversas fases de uma das capas de Tex que mais trabalho deu ao desenhador.
Falamos da edição italiana nº 512, intitulada “La città della paura” e onde também se constata que o título começou por ser outro :

Capa de La città della paura - Esboço de Sergio BonelliCapa de La città della paura - Esboço 1 de Claudio Villa
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Capa de La città della paura - Esboço 2 de Claudio VillaCapa de La città della paura - Esboço 3 de Claudio Villa
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Capa de La città della paura - Esboço 4 de Claudio VillaCapa de La città della paura - Esboço 5 de Claudio Villa
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Capa de La città della paura - Capa coloridaCapa de La città della paura - Capa final

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

9 Comentários

  1. A primeira ideia, geralmente é a melhor. E, para mim, essa capa confirma a regra. O ângulo, o movimento – tudo está melhor na primeira ideia. A capa aprovada ficou sem graça e perfeitamente dispensável, um típico quadrinho de página ampliado, esquecível na galeria de capas excelentes já feitas pelo Villa.

    Rui

  2. Interessantissimo “dietro le quinte”.
    Che lavoro ENORME, per realizzare una singola copertina

  3. Realmente um baita trabalho…
    Com essa matéria cai por terra os mitos da simplicidade de se fazer uma capa, e da “duplicação” de imagens, já que nos é explicado literalmente que a idéia da imagem vem do Sergio Bonelli.
    A primeira imagem dá uma sensação de movimento maravilhosa, mas também gostei da capa final. Porém, as cores aquareladas do Villa são muito melhores do que as digitalizadas, gostaria muito que o Sergio Bonelli deixasse as capas serem coloridas dessa forma pelo Villa.

    Sílvio Introvabili

  4. Perfeitamente de acordo com o “Rui”.
    O primeiro esboço de capa (com a imagem em contra-picado) é de longe o melhor.
    Também as cores finais deixam bastante a desejar em relação ao estudo de cores de Villa (mais quentes e apropriadas ao ambiente que se pretende recriar).
    Mas enfim, se não soubessemos que a capa definitiva tinha “irmãs”, provavelmente teriamos gostado bastante do resultado final…
    Seja como for, Villa é um extraordinário capista e está de parabéns pelo seu magnífico trabalho!

  5. Concordo.
    A primeira ideia com a câmera vindo debaixo deixou mais impactante a capa. Não sei porque não foi aprovado ou que quesito utilizaram pra não a aprovarem.

  6. Da notare come qualcuno della redazione, credo, (SB?) abbia cerchiato e “censurato” i bicchieri e le carte sul tavolo. Come mai? C’entra qualcosa il “politically correct”?

  7. No, cambiava la “temperatura” alla copertina: ogni particolare di un disegno “parla”…

    Se aveste visto i bicchieri e le carte avreste pensato che Tex aveva attorno amici non inquadrati…

    Che avesse alzato troppo il gomito…

    Che avesse perso al poker…

    È stato tolto pure il cappello dalla mano di Tex, messo così, faceva poco “eroe”….

    Tutte cose che non c’entravano niente con l’idea di fondo della copertina: Tex si prepara per una sparatoria…

  8. E’ impressionante quanti accorgimenti ci sono dietro una copertina!
    Ed e’ veramente bello avere la possibilita’ di conoscere “il dietro le quinte” direttamente dalla voce dell’autore, si apprezzano ancora di piu’ tutti quei capolavori di cover!

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