ALFONSO FONT, consagrado desenhador espanhol de Tex, virá a Portugal abrilhantar o AMADORA BD, de 24 de Outubro a 3 de Novembro de 2019

Alfonso Font – Um desenhador que fez escola (e que estará presente no Amadora BD 2019)

Por Pedro Mota (Presidente do CPBD)*
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No âmbito da nova orientação subjacente à mudança de direção do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora – Amadora BD, o Clube foi convidado para, em parceria, promover a apresentação (com exposição e presença do autor) de um nome grande da banda desenhada internacional, que se inserisse nas pistas de continuidade que, noutros tempos, o festival costumava propor.

A escolha recaiu em Alfonso Font, autor espanhol, nascido em Barcelona em 1946.
E é uma escolha que se justifica por diversas razões.
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Em primeiro lugar, Font é, para os autores portugueses, um exemplo de um autor que, numa altura em que o panorama espanhol era uma realidade dormente, conseguiu vingar numa aposta de internacionalização voltada para os mais diversos mercados: dos Estados Unidos da América à Inglaterra, passando pelos mercados franco-belga e italiano. Nesta perspectiva, é um testemunho fundamental: quais as diferenças do ponto de vista do autor? Qual o esforço de adaptação que é exigido?
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Alfonso Font

Em segundo lugar, Font é, ainda para os autores, mas numa perspectiva mais técnica, um autor com um percurso muito interessante, trabalhando muito tempo em colaboração antes de avançar como o seu próprio argumentista, e conseguindo afirmar-se em géneros tão distintos como o western e a ficção científica.

Em terceiro lugar, para os editores portugueses, um autor que foi publicado nas últimas revistas de BD (últimas séries d’O Mosquito, Cadernos da BD, Selecções BD, …), mas que continua pouco presente no formato álbum, interessando promover uma visão do conjunto da sua obra, fomentando a discussão sobre critérios editoriais.

Em quarto lugar, Font é, para os leitores portugueses, um dos mais destacados autores de Tex, a série de western italiana que é extraordinariamente popular no nosso país. Tex terá, certamente, um destaque especial na mostra.
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Não deixe de comparecer no Amadora BD para ganhar um autógrafo desenhado por Alfonso Font

Em quinto lugar, Font é, para os estudiosos e em ano de centenário do nascimento de Eduardo Teixeira Coelho, um autor que trabalhou para a Vaillant (sobretudo para a revista Pif), em parceria com alguns argumentistas que também foram argumentistas de Coelho (incluindo Roger Lecureux, com quem Font não se entendeu). Também aqui, é um testemunho importante.

Em sexto lugar, Font é, para a continuidade de linhas já iniciadas no percurso do Amadora BD, um nome incontornável da história da BD espanhola, iniciado na mítica Bruguera. Num momento em que é amplamente divulgado em Portugal o actual momento (de grande vitalidade) da banda desenhada espanhola, importa apresentar ao público português mais um grande nome dos tempos em que as coisas não eram tão fáceis em termos de mercado, como já se fez com autores como Esteban Maroto (2008) ou Max (2005), de modo a que se alcance que portas foram abertas antes, para permitir o actual cenário.

Finalmente, em termos expositivos, Font resulta muito bem, pois, para além da economia da linha e dum notável trabalho de composição e planificação que será visível numa mostra de originais, tem trabalhos a cor directa de grande impacto.

Há uns anos, Alfonso Font não conseguiu disponibilidade para estar no Salão de Viseu. A Amadora pode agora suprir esta falha no contacto do público português com um grande autor… em parceria com o Clube Português de Banda Desenhada.

Tex desenhado por Alfonso Font

* Texto publicado no Facebook do Clube Português de Banda desenhada em  25/07/2019
Copyright: © 2019 Clube Português de Banda Desenhada;
Pedro Mota
(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

Um comentário

  1. Parabéns ao Clube por este marco! Isso para o nosso Ranger será muito engrandecedor. O Font tem um traço que, a bem da verdade, demorei a me acostumar, mas, hoje tenho muito prazer em ler as suas páginas.

    Abraços,

    Sílvio Introvabili

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