A capa de Almanacco del West 2013, “La pista dei fuorilegge”

Por José Carlos Francisco

Conforme mostramos a semana passada quando abordamos a realização da capa de Tex #628, com lançamento previsto na Itália para 8 de Fevereiro de 2013, contendo a segunda parte de uma aventura escrita por Mauro Boselli e desenhada por  Stefano Andreucci, cujo título é Una donna in ostaggio, actualmente o nascimento das capas de Tex ocorre directamente pelo próprio Claudio Villa que escolhe a cena a partir da qual faz a capa, embora com supervisão de Mauro Boseli, tendo este o poder de aprovar ou vetar a “capa” escolhida por Claudio Villa, devido a ser na actualidade o responsável máximo por Tex.

Tal acontece também com a capa do Almanacco del West 2013, com lançamento previsto na Itália para dia 24 deste mês e que trará a história de Tex intitulada “La pista dei fuorilegge”, aventura escrita por Mauro Bosellli e desenhada por Carlos Gomez e onde Claudio Villa para além da ilustração a preto e branco também é o responsável pelas cores da capa já que elas são indicativas para o impressor da Sergio Bonelli Editore com os seus instrumentos aproximar-se daquilo que Villa fez como se pode constar de seguida:

Capa original de Almanacco del West 2013 a preto e branco

Capa de Almanacco del West 2013 colorida por Claudio Villa

A propósito da diferença verificada entre a colorização manual de Claudio Villa e a colorização digital realizada na SBE e que na esmagadora maioria dos casos é considerada pelos fãs e coleccionadores do Ranger como sendo nitidamente inferior a colorização final, Claudio Villa confidencia que «As capas de Tex devem respeitar uma tradição bem consolidada no tempo (embora a cada nova tento maliciosamente agir ousando fazer incidir as luzes e sombras sobre a camisa de Tex). Recordo os originais de Galep, cujas indicações para as cores eram sugeridas com gizes de cera e a cor era espalhada uniformemente variando somente a escolha da cor: o amarelo era amarelo, o azul era azul, o verde era verde. Porque a impressão de então não permitia o uso de matizes e dos tons. As cores eram tintas lisas.

Hoje a tecnologia permite-nos novas possibilidades, mas uma colorização “imersiva” tipo Marvel quebraria demais o “discurso” da história de Tex. Por isso é necessário ir por etapas. Eu, por mim, continuo a pensar colorir, dar indicações de cor segundo a minha visão. Mas não posso pretender que a “história da imagem de Tex” mude assim tão profundamente.

Algo aconteceu no passado recente: algumas vezes o céu foi digitalizado e reproduzido na capa da revista tal como eu o tinha colorido, mas recordo que na camisa de Tex, por exemplo, eu sempre tive em mente que deve ser uniformemente amarela sem sombras e luzes. É uma espécie de “marca registada”. Com efeito, vendo as capas de Galep a composição de “amarelo-azul” está quase sempre presente com Tex muitas vezes enquadrado de corpo inteiro.

Por outro lado no entanto o tempo, também a respeito do uso da imagem na sua valência expressiva, mudou. Hoje a linguagem expressiva tem à sua disposição muitos mais nuances. A política da editora portanto é de evoluir progressivamente, lenta, mas inexorável, na direcção de novas linguagens, mais actuais. Contando que Tex é assim tão amado por leitores de vários extractos culturais e idades, é uma operação muito delicada, que dá muitas preocupações de cada vez.

Provavelmente também eu faço mal, tornando públicas as minhas cores. Talvez me conviesse não fazê-lo para não gerar estas “discussões”.»

Para finalizar registe-se a mudança de design ocorrida na capa do Almanacco del West em 2013, mudança que ocorrerá, segundo soubemos, em todos os Almanaques da Sergio Bonelli Editore.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

4 Comentários

  1. Eu prefiro a colorização manual do Claudio Villa àquela digital da SBE. Quem sabe um dia tenhamos capas texianas com o colorido mais bonito do que o atual, ou seja, mantendo o realizado pelo desenhador.

  2. Impressionante a qualidade dos desenhos do Villa! Esse moço é um exímio desenhista, um verdadeiro mestre, na arte que faz!!!

  3. São agora 01:36 do dia 11 de fevereiro de 2016, três anos após postar o comentário acima, é que estou lendo esta história!
    Maravilhosa, diga-se de passagem. O primeiro trecho dela lembrou-me “Os cinco fugitivos do Inferno“, pelo menos no que diz respeito aos casebres no vilarejo abandonado.

    Abraços,

    Sílvio Introvabili

Responder a Beto Sousa Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *