AUDÁCIA EDITORIAL OU LOUCURA EMPRESARIAL?

Por Sérgio Madeira de Sousa [*]

Com o anunciado regresso das personagens Dylan Dog (DD), Martin Mystère (MM), Nick Raider (NR) e Nathan Never (NN) às bancas brasileiras previsto para o final de Inverno, início de Primavera, 2018 prepara-se para ser um ano magnifico para os apreciadores da banda desenhada, especialmente para os fãs da gama Bonelli. Além dos aguardados regressos, a destacar o lançamento de várias edições especiais de Tex, (originadas pelos 70 anos da personagem), e a manutenção de todas as colecções da gama com excepção do TEX EM CORES (TC), que foi cancelado[1]. Adicionalmente, em concorrência com as publicações da Mythos, teremos o fantástico TEX GOLD da Salvat. O elevado número de publicações previsto para 2018 torna o Brasil no segundo maior mercado Bonelli, somente suplantado pela Itália, facto surpreendente tendo em conta que o país continua a atravessar uma grave crise económica, financeira e politica!

As novas publicações apresentar-se-ão no formato Bonelli, com histórias completas e seleccionadas, pelo que se deduz, sem respeito pela cronologia. Todos sabemos que existem coleccionadores que não apreciam histórias em continuação, pelo que as opções da Mythos por histórias completas e seleccionadas são perfeitamente compreensíveis, ainda mais justificadas pelo elevado número de aventuras, disponíveis, que continuam inéditas no Brasil.
No entanto, atendendo ao elevado número de publicações prevista para 2018, à grave crise que afecta o povo brasileiro, à concorrência provocada pela Salvat, com o excelente TEX GOLD que além da excelente qualidade acrescenta um óptimo preço, poderão estas publicações ter sucesso?

E a selecção de personagens? Serão estas os mais adequadas para lançar? Porque não Mister No ou, a excelente série, A HISTÓRIA DO OESTE?  Quais os critérios de selecção das personagens a publicar?
O formato italiano e o numero de páginas por edição são outras questões pertinentes! Muitos leitores demonstram a preferência por este formato e, verdade seja dita, a editora já tentou, sem sucesso, implementa-lo[2] nas suas publicações. Porque é que esta tentativa há de ser diferente?
Mais grave, será que estes lançamentos não colocarão em causa publicações como ZAGOR, ZAGOR ESPECIAL (ZE) ou JÚLIA que em 2013 foram alvo de alterações, à forma como se apresentam, para se manterem nas bancas?
As intenções da Mythos são muito ambiciosas e louváveis, mas, aparentemente, a tomada de decisão é mais ditada pelo coração do que pela razão, senão vejamos:

Em 2012, em entrevista realizada por Pedro Cleto publicada aqui no blogue do Tex, Dorival Vitor Lopes (DVL) confidenciou que os títulos da editora que menos vendiam eram ZAGOR, MÁGICO VENTO (MV) e JÚLIA, que as vendas destas personagens tinham estabilizado, e que publicar revistas no formato original italiano significaria aumentar muito o preço de capa. Se considerarmos que nestes últimos 6 anos a conjuntura económica brasileira piorou drasticamente, que DD, MM, NR e NN já foram publicados no Brasil[3] e que foram cancelados, pressupõe-se, por venderem menos que Zagor, Mágico Vento e Júlia[4], que razões é que levam a editora a acreditar que é possível lançar, com sucesso, as 4 publicações em formato italiano, em datas tão próximas[5]?
O próprio editor da Mythos reconhece que os coleccionadores exigem todo o tipo de colecções, mas na altura de comprar encontram mil e uma desculpas para não o fazer[6]. O formato, o preço, o papel, por não ser colorido, por ser colorido, por não respeitar a cronologia, etc.

Em Agosto de 2013 a Mythos procedeu a modificações nas coleções de Zagor e Júlia, dobrando o numero de páginas por edição e o preço, e alterando a periodicidade para bimestral. Alterações que visavam adaptar/melhorar o sistema de distribuição, recolhimento e pagamento das revistas, com o objetivo de melhorar a rentabilidade das mesmas. Considerando que estas alterações visavam as publicações menos rentáveis, e que as novas publicações a lançar em 2018 vendiam menos, quando publicadas, que ZAGOR, ZE e JÚLIA, e que por este motivo foram canceladas, não seria mais adequado implementar essas alterações nas novas publicações?

Em Março de 2016 a Mythos dirigiu-se aos fãs, num comunicado intitulado “O futuro de Tex e demais personagens Bonelli no Brasil”, demonstrando grande preocupação com as suas publicações. No comunicado, DVL informava que ZAGOR, JÚLIA E TEX COLEÇÃO (TXC) tinham entrado no vermelho, isto é, tinham começado a dar prejuízo juntamente com TC e TEX GIGANTE COLORIDO e transmitia a ideia de que o futuro das publicações estava nas mãos dos coleccionadores o que gerou uma onda de comentários:
…. Realmente com a crise que afeta o nosso país (Brasil) eu mesmo de um ano para cá passei a comprar apenas o Tex mensal e algumas poucas outras edições, como por exemplo Tex Ouro, Tex Gigante. …[7]
Como sugestão eu digo que os repetecos com cara de encalhe com capa nova não irão atrair novos leitores. Por isso acho que deveria enxugar o número de edições no mercado. …[8]
…. Se a editora pensar logicamente, pensando em lucrar e se sustentar no mercado sem trabalhar no vermelho, precisa rever algumas coisas. Precisa se organizar.  Antes de mais nada deve reduzir a quantidade de “coleções” de Tex que está indo pra banca. …[9]
Eu tenho comprado regularmente tudo que a Mythos publica de nosso Tex – sou fã e colecionador há mais de 30 anos. Mas confesso que tenho enfrentado muita dificuldade para continuar. …[10]
…. Reduzir o numero de títulos e publicar só historias inéditas é uma forma de aumentar as vendas de cada um. Perante o cenário manifestado, talvez seja a única forma da manutenção, de, pelo menos, alguns títulos.[11]

As sugestões e criticas são muito variadas, mas há uma critica que se destaca pela quantidade: excesso de publicações à venda! Como se pode observar pelos comentários já apresentados e que continuam:
… diminuir a quantidade de repetecos, estamos vivendo uma época de crise, isto é um fato e os leitores não tem condições de adquirir todas as edições que saem nas bancas, …[12]
…. Eu acho que existe muito repetecos em Tex, … Como disse o Everton a editora tem que pensar na sua própria sobrevivência, vai ter repensar. Me desculpe ai, mas não entendi o porquê deste Tex Platinum, para mim totalmente desnecessário este lançamento, … Só porque tem um acabamento melhor? Isso não, dinheiro não dá em árvore.[13]
Sou colecionador há mais de 25 anos. Tenho 14.000 revistas em minha coleção (de tudo que é estilo). Acho que a Mythos sobrecarregou o mercado com títulos Tex. Isso pode ser bom pra pessoas que podem comprar tudo, mas não é nada salutar para um mercado em crise como o brasileiro.  Reduzam para o essencial.[14]
Disse, quando não vende cancela, muitos inclusive o Editor foram contra, o que fazer então se uma revista não está vendendo, a Editora vai bancar os prejuízos pra agradar os leitores? Os que não querem as suas revistas canceladas vão pagar um preço 10 vezes a mais pra manter as revistas em banca? Sou contra pagar esses preços exorbitantes nessas revistas, …[15]

Estes são alguns dos variados comentários de coleccionadores que pensam que existem demasiadas colecções de reedições, eu próprio me identifico com essa posição “…. Em minha opinião existem demasiadas coleções de reedições em publicação, muitas delas sem qualidade, reduzindo as vendas de todas porque dividem os poucos colecionadores na hora de comprar, porque são raros os que compram tudo.[16]
O editor percebeu que uma das sugestões dadas pelos coleccionadores era a redução das publicações existentes “…. Nos comentários acima, nota-se que quase todos defendem as coleções que fazem: “Nas minhas vocês não devem mexer, nas outras que eu não compro, pode.”
O que é um facto! Grande parte dos leitores não se importa com o cancelamento de determinadas séries, as que não colecciona! O editor argumenta: “…Como editor eu tenho que pensar em TODOS os leitores. … As republicações – que muitos criticam – são importantes para os leitores novos. …
Sem dúvida, as republicações são importantes e devem existir, mas não podem, por serem demasiadas e por concorrerem entre elas, colocar em causa a existência de todas. Como referiu Pedro Pereira “…. Diz-se que por vezes é preciso cortar uma mão para salvar um braço e talvez seja isso que há a fazer: reduzir o número de publicações!…”.

Confesso que não compreendo as opções da Mythos! Não as percebi quando lançou TC e manteve OS GRANDES CLÁSSICOS TEX (OGCT)[17] em concorrência directa. Não compreendo o excesso de republicações que dividem as vendas, esmagam as margens de lucro e colocam em causa, porventura, ZAGOR, ZE e JÚLIA, as publicações que menos vendem. Não compreendo que em época de grave crise se lancem, praticamente em simultâneo e sem ter conhecimento das vendas de cada, quatro personagens que quando publicadas pela mesma editora[18], vendiam menos que qualquer uma das actualmente publicadas. Não compreendo que não se faça uma sondagem aos leitores/compradores sobre as personagens que gostariam/comprariam[19]. E não compreendo que as medidas adoptadas para rentabilizar ZAGOR, ZE E JÚLIA, mais precisamente, edições bimestrais e 200 páginas por edição não sejam utilizadas nas novas publicações.

É verdade que o lançamento de qualquer publicação, de qualquer personagem, tem riscos! E também é verdade que o público em geral não tem acesso aos dados que possibilitaram a tomada de decisão. Todavia, a difícil conjuntura que o Brasil atravessa, a concorrência movida pelo TEX GOLD da Salvat, o excesso de publicações Bonelli nas bancas, os poucos leitores que as novas personagens têm no Brasil, e o ritmo acelerado com que as novas publicações vão entrar nas bancas, leva-me a perspectivar que as novas colecções terão uma vida editorial muito curta, e que a tomada de decisão para os respectivos lançamentos, aparenta ter, mais de “loucura” empresarial do que audácia editorial.

NOTAS FINAIS:
Nota 1: Mais do que criticar a Mythos e seus responsáveis, que considero pessoas muito competentes, com larga experiência na área, aos quais a BD e os coleccionadores muito devem, pretendo expressar a minha opinião, e se à algo que a Mythos não pode ser acusada é de falta de coragem ao lançar 4 colecções na actual situação.
Nota 2: Relativamente às novas publicações, apenas tenciono comprar MM que, em minha opinião, juntamente com DD, são as únicas que têm algumas probabilidades de sucesso. A publicação de NN é a menos compreensível, sinceramente acredito que será cancelada antes do quarto numero e que Mister No ou A HISTÓRIA DO OESTE teriam maiores probabilidades de sucesso. Do material mais recente da SBE gostaria que a Mythos publicasse “Le Storie”, aventuras fechadas e diversificadas.
Nota 3: Não sou contra republicações! Sou contra republicações que dão prejuízo e que colocam em causa outras publicações pela divisão dos coleccionadores na altura da compra. Se a colecção dá lucro então deve manter-se. Até 2016 comprava todas as publicações da Mythos da gama Bonelli com excepção de JÚLIA. Parei de comprar TXC, TEX OURO E TEX EDIÇÃO HISTÓRICA por considerar publicações caras e por não terem qualidade e nunca comprei TEX PLATINUM. Como referi são demasiadas publicações e, à semelhança da grande maioria dos coleccionadores, não tenho poder aquisitivo para adquirir tudo o que é publicado pelo que, tenho de fazer opções.
Nota 4: Não sou a favor do cancelamento se a colecção dá prejuízo! Sou a favor do cancelamento se a colecção dá prejuízo, reiteradamente, ao longo de um largo período e sem perspectivas de viabilidade.

REFERENCIAS:
https://texwillerblog.com/?p=75194
https://texwillerblog.com/?p=75141#comments
https://texwillerblog.com/?p=75158
https://texwillerblog.com/?p=74667
https://texwillerblog.com/?p=64888
https://texwillerblog.com/?p=46774
https://texwillerblog.com/?p=35364

[1] Num comentário ao POST “UM ANO BOMBÁSTICO” DVL coloca a hipótese de continuar a colecção futuramente.
[2] Tex e os Aventureiros, dos 6 números previstos, como resultado das baixas vendas, o sexto numero já foi publicada no “formatinho”. Tex em Cores, a publicação foi interrompida por diversas vezes sendo o ultimo número o 34. Cassidy&Demien que inclui duas mini-séries dos duas personagens, de 18 volumes cada, foi cancelada no número 5.
[3] Dylan Dog teve 40 edições regulares publicadas pela Mythos entre Julho de 2002 e Dezembro de 2005. Martin Mystère teve 42 edições pela Mythos e foi publicado entre Agosto de 2002 e Janeiro de 2006. A colecção Nick Raider da Mythos teve apenas 16 números publicados entre Agosto de 2002 e Fevereiro de 2004. Nathan Never é a única personagem das 4 anunciadas que nunca teve colecção própria na Mythos, teve apenas uma história curta publicada no TEX E OS AVENTUREIROS Nº1.
[4] Nick Raider já tinha sido cancelado aquando do lançamento de Júlia.
[5] Dylan Dog e Martin Mystère têm o lançamento previsto para Março e os seguintes números para Abril, Julho e Setembro. Nick Raider e Nathan Never prevê-se a estreia em Maio, com os números seguintes a serem publicados, respectivamente, em Junho, Agosto e Outubro. Pelas datas de publicação não é possível identificar a periodicidade, no entanto, se as colecções tiverem continuação após os 4 números previstos para 2018, aparentam ser bimestrais.
[6] Tex e os Aventureiros, Tex em Cores e Demien & Cassidy são 3 exemplos de publicações que foram canceladas devido ao baixo volume de vendas.
[7] Comentário de Jean César Vasconcelos
[8] Comentário de Jessé Bicodepena
[9] Comentário de Everton Junior Pelisson
[10] Comentário de Rouxinol do Rinaré

[11] Comentário de Jorge de Carvalho
[12] Comentário de Paulinho
[13] Comentário de Lupercio Brambilla
[14] Comentário de Walber Feijó
[15] Comentário de Nei Campos
[16] No texto intitulado “O limite da tolerância” expressei a minha opinião sobre o número excessivo de títulos de Tex existentes nas bancas e prováveis consequências que, felizmente até ao momento, não se verificaram.
[17] No artigo “RECOMEÇAR” procurei demonstrar que a manutenção da colecção Os Grandes Clássicos de Tex em simultâneo com Tex em Cores poderia resultar no insucesso de ambas.
[18] Somente Nathan Never não teve uma colecção pela editora Mythos.
[19] A Mythos possui no seu site o registo muito fiável para efectuar uma sondagem: os clientes da loja que efectuam as suas compras directamente na Mythos. Um simples inquérito enviado para o email dos clientes questionando-os sobre que personagem Bonelli gostariam de ver nas bancas, formato, quantidade de páginas, etc., seria uma forma bastante eficaz de recolher a informação para fundamentar a escolha. Como contrapartida para incentivar os clientes a responder oferecer uma revista a enviar em futura compra, (para não ter custos com o envio).

[*] Sérgio Madeira de Sousa escreve regularmente artigos bonellianos no seu excelente blogue Thebonelliemporiumhttp://thebonelliemporium.blogspot.pt/

18 Comentários

  1. Concordo com suas colocações Sérgio, tem um excesso de revistas lançadas pela Mythos, sei que os leitores mais novos esperam relançamentos, mas não sei se é pra tudo isso.
    Entra também a situação que o país atravessa, junto com os preços das revistas que são altos, preços esses pra poder manter as revistas em banca, só que a maioria dos leitores não consegue pagar, aí são canceladas.
    Estou no Aguardo pra ver o que vai acontecer com estes lançamentos.

    Nei Campos.

  2. Caro senhor, aplaudo a iniciativa da Mythos e vou comprar todas as novas edições de Dylan Dog, Martin Mystère, Nick Raider e Nathan Never.
    Espero que tenham sucesso e torço pela sua continuidade.
    Mas afinal o que pretende com o seu artigo?
    Desmoralizar a Mythos?
    Com todo o respeito, precisamos de apoiantes, não de detratores.
    Se Carson estivesse cá diria que o senhor é um pessimista incurável.
    Cumprimentos.

  3. Respeito a opinião do texto escrito por este leitor, mas achei demasiadamente pessimista. A editora acredita que chacoalhar um pouco o mercado poderá gerar bons frutos. Nunca se vendeu tanto quadrinhos como agora, tem Bonelli, Marvel, DC, Disney, Mangas, etc. Não se pode comprar tudo. Deve-se analisar seu gosto pessoal na hora de comprar. Mas a editora tem que criar novas formas de marketing e vendas para atrair o leitor, alem de criar assinaturas pra fidelizar seu leitor. Economistas já falaram que o pior já passou e que em 2018 teremos melhoras na economia, por isso menos pessimismo.

  4. Para mim é um sonho realizado ver esses novos lançamentos com formato italiano, e histórias completas sendo publicado pela Mythos! E digo mais, eu aplaudo a boa ousadia do Dorival, por se esforçar para colocar esses lançamentos no mercado Brasileiro! “Eu comprarei com certeza todos os lançamentos que vierem!” Espero que venham com qualidade editorial, e preço justo!… Ah, ainda estou otimista com o RETORNO de TEX EM CORES.
    Um abraço Dorival! E com certeza pode contar sempre com os verdadeiros fãs das HQs Bonelli, e eu sou um desses.

  5. Excelente matéria.
    Parabéns ao autor.
    Como bem disse o Banzé, eu também me vejo otimista com o relançamento de novos personagens, e o autor lembrou bem a falta do nosso aviador da Amazônia.
    Quanto a Tex continuo batendo na mesma tecla, a volta do Tex edição colorida e o cancelamento do Tex Platinum e escolher somente uma edição ou Tex Edição Histórica ou o Tex Coleção, eu opto por Tex Edição Histórica por ser histórias fechadas, e isso agrada novos leitores.
    Lembrando que eu sou daqueles que compra tudo que sai na banca.
    Que Deus me dê vida e saúde pra não parar de comprar kkkkk

  6. Espero que o Dorival não se deixe “contaminar” com esse texto pessimista, e mude de opinião sobre seus lançamentos!… Acho que o que precisamos é de incentivo, não que alguém que com algumas palavras de pessimismo, venha desestimular, alguns com seus comentários!… Sei também que é só a opinião do autor!… Pois a maioria esmagadora, está super ansiosa pela chegada desses novos lançamentos.

  7. Infelizmente, dos títulos, somente Martin Mystère me interessaria, mas como já invisto em Zagor e Tex Gold, além de alguns outros Tex, não terei como comprar uma edição que, por certo, será cara. Porque não o mesmo tratamento com Zagor, pelo menos no quesito formato italiano? Vejo, por outro lado, algo positivo: se der certo, talvez abra portas para o retorno de Mister No – esse sim, eu compraria – Dragonero e Le Storie.

  8. Não faço parte do público alvo de$$as novidades, embora sejam muito boas, mas gostaria de comentar. Dorival está há muito tempo no ramo. Tem experiência e prática. E costurou os acordos em reuniões com a SBE, que deve ser bem exigente. Não sei… Vocês sabem bem mais que eu. Apenas acho uma coisa: “loucura” não é a palavra. No mínimo é uma tentativa que pode ou não ter êxito. E isso faz parte, afinal depende do retorno. É como no futebol. Sempre tem os torcedores que assistem e têm as fórmulas mágicas, a escalação perfeita. Mas vai lá e coloca tais torcedores pra dirigir o time…
    Boa sorte, se algum dia eu tiver condição apoio na aquisição. 🙂

  9. Caros coleccionadores. Confesso que ao escrever este texto não esperava tantos comentários, afinal, à semelhança de outros artigos que escrevi, trata-se de um artigo de opinião e nada mais do que isso. Se pensar que os novos lançamentos têm poucas probabilidades de sucesso, devido às razões que exponho no texto, faz de mim um pessimista, então seja, compreendo e aceito que pensem assim. O facto de ser pessimista não quer dizer que esteja contra ou que pretenda desmoralizar a Mythos na sua iniciativa, apenas expor a minha opinião como referi. Uma coisa tenho a certeza, concordem ou não com o que está escrito todos, incluindo eu, querem que a Mythos tenha sucesso nesta iniciativa.
    Um abraço.

  10. Na verdade não é fácil para ninguém, editora nem leitores. Jamais existirá alguma ou alguém que vá agradar todos.
    Na minha humilde opinião, digo que para um personagem em quadrinhos estar completando 70 anos, é muito forte. Principalmente olhando para o lado de produzir algo que se trata de um hobby. Acho que se existe por tanto tempo, aí ouve muito trabalho, dedicação, divulgação e principalmente planejamento.
    O planejamento e pesquisas, principalmente nos dias de hoje em que estamos tentando sair de uma crise financeira lamentável, e concorrências tão fortes e bem preparadas, são fundamentais para sobrevivência para qualquer seguimento. Pesquisa e planejamento, além de ser de custo baixo, calibra a mira economizando tiros no escuro.
    Hoje já é possível produzir só o que vende. Hoje com pesquisas e planejamento, é possível saber da sua receita anual sem colocar em riscos sua qualidade e custos.
    Abraços.

  11. Acho eu que também mexeu mais com as emoções dos leitores, e eu sou um deles, foi, além das citações de pessimismo ditas pelo autor do texto, foi também o título do texto! “AUDÁCIA EDITORIAL, OU LOUCURA EMPRESARIAL?” Porquê não esse?… “MAIS UMA PROVA DE QUE A EDITORA MYTHOS PROCURA ACERTAR, TRAZENDO NOVOS HQS BONELLI PARA OS FÃS BRASILEIROS?” Aí seria uma “dose de incentivo a mais!”. Bem, é só minha exclusiva opinião, de um leitor que ama demais as HQs Bonelli, e que está torcendo muito para ser um grande sucesso, esses novos lançamentos que virão.

  12. Eu estou um pouco mais otimista. Na época do cancelamento dessas edições não havia toda essa divulgação e interação nas redes sociais, nem tanta visibilidade em vídeos no Youtube. Hoje existe até a Confraria Bonelli. Pelo que vi, as publicações serão bem intercaladas nos meses, facilitando o orçamento. Quem sofrerá o prejuízo será Júlia que vou deixar de comprar (está ficando cada vez mais chato), e provavelmente algum Tex repeteco sofrerá também. Em resumo, acredito na subsistência dessas novas séries nos moldes propostos, não de todas, mas especialmente Dylan e Nick.

  13. Eu vou continuar comprando Júlia e vou apoiar comprando em Banca os novos lançamentos em 2018.
    Meu sonho é ver Ken Parker de volta pela Mythos.

  14. Acho que as perspectivas hoje são melhores que há anos atrás. Temos o Facebook como divulgador desses outros heróis. Fora o boom provocado pelo Tex Gold.

  15. Desses títulos a serem lançados só Martin Mystere me interessa. Quando se encerrou a publicação de Mágico Vento cheguei a sugerir que a Mythos poderia publicar outra coleção nos mesmos moldes ou seja que tivesse um numero certo de histórias publicadas como foi Mágico Vento e falei em 2: primeiro a História do Oeste e em segundo Capitão Jack, tenho certeza que qualquer um dos dois ou os dois títulos seriam bem aceitos pelos colecionadores, o primeiro quando foi lançado pela Ebal foi um tremendo sucesso e até hoje tem fãs pelo Brasil e quanto a Capitão Jack é um personagem que vive em uma época anterior a Zagor e Tex e que foi pouco explorada nas publicações aqui no Brasil, portanto uma novidade.

  16. Le Storie seria uma excelente pedida, História do Oeste tem um público fiel no Brasil tanto que a Ebal publicou na integra e pela Record foi o segundo título mais duradouro, também poderia vir Welcome to Springville que é curta e daria pra publicar todos os volumes. Nick Raider creio que será o primeiro a rodar (em vez desse deveria ser Mister No) dessa nova leva e Nathan Never deve ter alguma chance se continuar de onde parou a Globo.

    Aguardemos.

  17. Sérgio,
    Ótima matéria. Bem embasada e com ótimos argumentos.
    Não se deixe levar pelas críticas, porque infelizmente a comunidade aqui é levada somente pela paixão que quase sempre supera a razão.
    Parabéns.

Responder a Jário Costa Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *