Morreu Carlos Alberto Santos, capista português de Zagor e Mister No

(18 Julho 1933 1 Novembro 2016)

* Morreu esta madrugada no Hospital Egas Moniz, com 83 anos

Carlos Alberto Santos (18 de Julho de 1933 – 1 de Novembro de 2016)

De seu nome completo, Carlos Alberto Ferreira Santos, nasceu a 18 de Julho de 1933, em Lisboa, tendo falecido hoje de madrugada, 1 de Novembro de 2016, no Hospital Egas Moniz, com 83 anos.

O corpo de Carlos Alberto Santos irá para a igreja do Santo Condestável, no bairro de Campo de Ourique, a partir das 16:30 de quarta-feira. Naquela igreja, onde o artista plástico casou, a 31 de Janeiro de 1959, com a pintora Maria de Lourdes Paes, será rezada missa de corpo presente, na quinta-feira, às 10:30. Meia hora depois, o funeral sairá para o cemitério do Alto de S. João, onde o corpo do pintor será cremado.

Carlos Alberto Santos começou como ilustrador num atelier de publicidade e aos 17 anos foi convidado para trabalhar para a Agência Portuguesa de Revistas (APR), onde se estreou-se na 9.ª Arte com “O Escudo Sarraceno” para a revista “Camarada”, história que ficou incompleta dado a extinção da revista. Depois, neste campo, a sua actividade registou-se em “Mundo de Aventuras”, “Pisca-Pisca”, “Jornal do Cuto”, “Colecção Audácia”, “Mini-Época”, Diário do Sul”, “Almada-BD Fanzine”, “Cadernos SobredaBD” e “Alentejo Popular”, tendo-se editado em Espanha pela Bruguera. Elaborou capas famosas para a revista “Zakarella” da Portugal Press, bem como a capa para o álbum colectivo “Salúquia: a Lenda de Moura em Banda Desenhada”, editado pela Câmara Municipal de Moura.

Carlos Alberto Santos no seu estudio

Da sua Banda Desenhada, salientam-se “Camões” (editado a preto e branco pela Agência Portuguesa de Revistas e depois, a cores, pela Asa), “O Rei de Nápoles” (no álbum colectivo “Contos das Ilhas”, pela Asa), “História Maravilhosa de João dos Mares”, “Ousadia Triunfante”, “Tarzan e a Escrava”, “O Combate de Pembe”, “A Espada Nazarena”, “O Santo Condestável”, “Capitão Bravo”, “O Infante Santo”, “O Almirante das Naus da Índia”,”Em Busca de Provas” e “Os Fidalgos da Casa Mourisca” (em oito fascículos, segundo a obra homónima de Júlio Diniz).

A sua Pintura está representada em diversos museus nacionais e estrangeiros. Foi premiado pela Academia de Marinha e homenageado nos Salões-BD de Sobreda, Moura, Lisboa, Viseu e Amadora. Devido a problemas sérios com a vista, teve de abandonar, com mágoa, a execução da Banda Desenhada, dedicando-se apenas à Pintura.


No que diz respeito a personagens da Sergio Bonelli Editore, Carlos Alberto Santos foi o português eleito para realizar as capas de Zagor e Mister No, séries bonellianas publicadas em Portugal, pela  Portugal Press sob direcção de Rossado Pinto e com distribuição da Agência Portuguesa de Revistas, em finais da década de 70 do século passado. Capas belíssimas por sinal e que mostramos de seguida (algumas delas), inclusive mostrando a arte original:

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

3 Comentários

  1. O criador da Zakarella faleceu? RIP 🙁
    Mais um dos meus artistas favoritos que partiu na longa viagem. 2016 é oficialmente um ano lixado…
    Não sabia que ele também tinha feito trabalhos pró Mister No e Zagor…

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