Vídeo-Conferência Claudio Nizzi: “Hoje saem histórias péssimas do Tex, mas os leitores continuam a lê-lo…”

Nos dias 8, 9 e 10 de Abril, na cidade italiana de Pistoia, decorreu o ‘Festival del giallo‘ que este ano atingiu a 12ª edição e que teve como ponto alto, no que a Tex diz respeito, uma conferência que contou com a participação do argumentista Claudio Nizzi, que para além de Tex abordou também o seu trabalho com Nick Raider e também a sua faceta mais recente de escritor de livros, Conferência essa que no que a Tex disse respeito, contou com algumas frases polémicas de sua autoria, como poderemos assistir no vídeo integral que reproduziremos mais abaixo e como já indicia o título deste post.

Conferência ‘Claudio Nizzi apresenta… Tex Willer e Nick Raider’ (foto de Stefano Di Cecio)

A Manifestação é organizada pela ‘Associazione Giallo Pistoia odv‘, em colaboração com a Câmara Municipal de Pistoia. Um evento de três dias voltado aos fãs do tema, mas não só. Indicativo o tema do festival deste ano: “O ‘Giallo’ ainda é um género?” Uma questão cada vez mais abordada na actualidade.

Conferência ‘Claudio Nizzi apresenta… Tex Willer e Nick Raider’

Com a presença de muitos autores e de inúmeras iniciativas dedicadas ao público, realce para a conferência “Claudio Nizzi apresenta… Tex Willer e Nick Raider“, conferência essa de pouco mais de 45 minutos e que coincidiu com o encerramento do certame e que teve Roberto Guarino como moderador, na sala Terzani da biblioteca San Giorgio e que vamos dar a conhecer de seguida a todos os nossos leitores:

8 Comentários

  1. Não são péssimas as histórias atuais, mas são medianas apenas, Tex carece de mais um grande roteirista, estilo Bonelli e o próprio Nizzi.
    O personagem é um gigante, mas, é necessário um padrão de qualidade quase perfeito como ocorria antigamente.

  2. Um bom tema de debate. Não dá para ser saudosista e dizer que só as histórias antigas eram boas (embora poucas das atuais me entusiasmem, mas talvez o problema esteja comigo, que não sou mais um jovem entusiasmado). Contudo, entendo que seja cada vez mais difícil inovar em uma personagem com mais de 70 anos de história editorial, ainda mais hoje, quando são publicadas muito mais histórias do que antes, em novos formatos, e que, em alguns casos, testam novos autores. Contudo, do que disse Nizzi, certo mesmo é que “continuam a lê-lo”.

  3. Assisti todo o vídeo e, se faltou sutileza do Nizzi em vários momentos, sobrou firmeza e coerência. Não há dúvidas que o Tex de Nizzi é o mais próximo do Tex canônico de Bonelli pai. Nizzi chegou a afirmar que o Tex de Galep tinha vários rostos (fácil de ser admitido, visto que Galep usava cartazes diferentes de cinema como referência). O Tex de Boselli sofre influência dos comics americanos, é distante do Tex de Gian Luigi Bonelli. Não acho que Nizzi mentiu em nenhum momento, embora se perceba um ranço em sua fala. E ele não é o primeiro da velha guarda a manifestar descontentamento com os caminhos da Bonelli Editore. Milazzo também já externou sua frustração, Sclavi também, dentre outros.

  4. Pard José Carlos, para mim Bonelli, Nizzi e Boselli são os melhores autores de Tex.
    E Nizzi se destaca por trazer um Tex com histórias mais centradas na investigação e com muito pouco de sobrenatural, haja visto que Mefisto praticamente desapareceu com ele como autor. E sim, os novos autores podem fazer histórias com um contexto um pouco diferente, mas sem mudar o principal que o seu criador Bonelli conferiu ao personagem e que Nizzi seguiu respeitando, que é a personalidade e a maneira como Tex vê e reage aos fatos, pois cada personagem tem a sua personalidade, seja Tex, Zagor, Mágico Vento e outros; e Nizzi embora mudando um pouco o estilo de suas histórias que são em sua maioria do mundo real e tendo poucas com o sobrenatural, conseguiu manter a essência do personagem.

  5. Não é de hoje que Nizzi mostra esse ranço. Se por um lado há de se reconhecer seu enorme legado com Tex, também há de se reconhecer que as histórias mais recentes dele não foram mais do que cópias do que ele já escreveu no passado, com todos os clichês que já usou em várias histórias. Há de se respeitar o cerne do personagem, mas Tex não pode ter a mesma história contada de novo e de novo só variando os nomes dos coadjuvantes.

  6. Acho que ele tem razões em partes. O Tex do Boselli tem algumas histórias com muitos balões, personagens e excesso de reviravoltas. Algumas histórias ficam cansativas. Também perdeu-se o humor e o sarcasmo do Tex e seus pards. Ele realmente não sabe trabalhar isso. Mas não dá para generalizar tudo. Algumas histórias são boas e vejo bom futuro no Ruju, sucessor natural do Boselli. Algumas histórias do passado escritas pelo Nizzi são muito previsíveis e parece que escreveu no automático por que não tinha tempo. Assim como ele escreveu as melhores histórias de Tex. Então o que ele disse, eu vejo tudo como relativo.

    • Boselli tem muito valor, mas, Nizzi é o melhor depois do Bonelli, sempre me emociona quando há informações sobre histórias inéditas desse magnífico autor.
      Quanto as críticas, creio não existir histórias ruins do Tex, mas, carece de grandes roteiros atualmente.

  7. Discordo que as histórias atuais de Tex estejam ruins, na verdade há sim aventuras que se destacam e outras que apenas ficam na média, mas isso ocorre desde os tempos de Bonelli. E quem vai dizer que o Nizzi de hoje (com todo respeito à sua gloriosa trajetória passada) supera Boselli no quesito qualidade das histórias? Basta ver os últimos trabalhos de cada autor. Boselli ousa, se reinventa, insere personagens antigos de volta à série, coloca os protagonistas em novas situações, sem nunca desvirtuar o Tex tradicional que todos conhecemos, enquanto Nizzi só trouxe mais do mesmo.

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