Quando Tex vem ao nosso encontro…

Por Jorge Magalhães [1]


Nutro, desde há muito, um fervoroso entusiasmo pelo western e pela sua mitologia, tanto na literatura e no cinema como nas histórias aos quadradinhos, mas não sou, nem de perto nem de longe, um grande coleccionador de Tex, pois comecei a interessar-me por esta famosa série italiana um pouco tarde, em meados dos anos 80 (como já tive oportunidade de narrar num artigo que redigi para o primeiro número da excelente revista do Clube Tex Portugal).

Devido a esse relativo atraso, são muitas as lacunas na minha modesta colecção texiana… e refiro-me só às edições brasileiras distribuídas nas nossas bancas, que na série principal já atingiram, este mês, o nº 513. Mas como também compro o Tex Coleção, série que já vai no nº 304 e onde as histórias originais italianas têm sido apresentadas pela sua ordem cronológica, esse facto preenche as minhas lacunas e atenua um pouco a frustração que às vezes sinto por não ter também, como desejaria, a série principal completa, cujas capas só por si constituem um magnífico espectáculo. Além disso, são o repositório (antológico) do trabalho de dois dos maiores ilustradores de Tex: os mestres Aurelio Galleppini e Claudio Villa.

Recentemente, uma feliz circunstância, como sempre fruto do acaso, proporcionou-me  juntar à minha colecção dois exemplares raros (e também já antigos), em muito bom estado e a um preço bastante acessível. Trata-se de uma edição em formato um pouco maior do que o normal, na série que continua a sair mensalmente (embora chegue às nossas bancas com anos de atraso): os nºs 2 e 3 da edição especial colorida da Editora Globo (Setembro de 1991 e Dezembro de 1992), com histórias completas desenhadas respectivamente por Fabio Civitelli e Aurelio Galleppini.

Actualmente, o Tex brasileiro está a cargo da Mythos Editora, que tem feito um excelente e criterioso trabalho, brindando os fãs da série com vários títulos de publicação regular, como o Tex Coleção, o Tex Almanaque, o Tex Ouro, o Tex Edição Histórica, o Tex a Cores (em formato maior), o Tex Anual e o Tex Gigante — além, claro, da série principal e de algumas edições avulsas, como o Tex Férias, por exemplo. Mas o maior problema é descobri-los no meio da caótica confusão de jornais e revistas que enxameiam os escaparates e as bancas dos postos de venda. Na localidade onde resido tenho de correr “seca e meca” para não perder as colecções que me interessam, pois é muito difícil encontrá-las sempre no mesmo sítio. Não consigo perceber porque é que os distribuidores e os vendedores têm estes caprichos… que tantas dores de cabeça provocam aos leitores fiéis da série!

Mas voltando à minha última e afortunada aquisição texiana num alfarrabista, apresento mais abaixo, para desfrute dos amigos deste blogue, as capas das duas edições especiais da Globo, como atrás mencionei. O nº 3, com o título “Forte Apache”, foi reeditado (também a cores) no nº 300 de Tex Colecção, revista que chegou às nossas bancas em Maio do corrente ano e à qual este blogue já se referiu num post que podem ver (ou rever) aqui. Mas o formato maior e mais “nobre”, escolhido pela Globo na sua edição especial colorida, dá-lhe uma apresentação mais notória, fazendo destas duas peças (cujas capas são da autoria de Zaniboni e Galleppini) um autêntico must para qualquer coleccionador texiano que não possua na sua bedeteca as edições originais italianas desta série.


Só tenho pena de não ter encontrado também o primeiro número… pois seria a cereja em cima do bolo! E, a propósito, recordo que em 30 de Setembro Tex Willer festeja mais um aniversário, a caminho dos 70 anos de publicação ininterrupta. Um feito invejável que poucos heróis da Banda Desenhada, em qualquer parte do mundo, contam no seu activo!

[1] (Texto publicado originalmente no Blogue “O gato alfarrabista“, em 22 de Setembro de 2015)

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

2 Comentários

  1. Por falar em cereja em cima de bolo, é esse gostinho que me vem na mente (não na boca), quando me debruço sobre um texto do pard Jorge Magalhães… eu não deveria, pois não nos conhecemos, mas a bem da verdade, talvez pela sua simpatia texiana, parece-me que já jogamos bola de gude juntos num canteiro qualquer de Malaposta PT ou de Dona Inês BR ou lemos muitas revistas do Tex, Roy Rogers, Durango, num sombreado de Igreja, no meio da tarde.
    Tomara que consiga as revistas que faltam! E o bom é consegui-las assim, de supetão, para a emoção ser tamanha e forçar uma matéria dessa.
    Abraço e hasta la vista, hermano!

  2. Gostei do texto, pard Jorge Magalhães. A propósito: tenho a nº 1 repetida (dessa série colorida da Globo – O ÍDOLO DE CRISTAL).

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