Por José Carlos Francisco
Nadir Quinto, um dos mais conceituados desenhadores italianos, nasceu em Milão, Itália, em 26 de Novembro de 1918.
Frequentou a Academia de Belas Artes de Brera, interrompendo os estudos em 1938 para se estrear como desenhador realizando “L’Arciere Nero” para o editor Mario Conte.
Mas logo após esse passo, foi chamado às armas para combater na Segunda Guerra Mundial e foi somente depois da Guerra que começou a sua carreira como ilustrador profissional, trabalhando para inúmeras publicações, com destaque para personagens e séries como por exemplo: Robin Hood, Tom Bay, Swea, O Mago de Oz, As Aventuras de Tom Sawyer, Peter Pan, Wendy, As Mil e Uma Noites, Larry Yuma…
Depois de várias tentativas para tê-lo entre os seus colaboradores, finalmente em 1992, o editor Sergio Bonelli, conseguiu por fim que Nadir Quinto aceitasse desenhar uma aventura para o mítico Ranger Tex Willer, aventura essa que estaria prevista, fosse editada na prestigiada série “Tex Gigante“, mas infelizmente as suas páginas nunca viram a luz do dia porque entretanto Nadir Quinto faleceu, mais precisamente em 15 Março 1994.
O blogue do Tex tendo acesso a parte deste seu trabalho com Tex, dá a conhecer a todos os Texianos, duas das páginas desenhadas pelo falecido desenhador italiano.
Páginas de uma história escrita por Claudio Nizzi, intitulada “I lupi del Colorado”, deixada incompleta devido à sua morte (para aproveitar a extensão completa das páginas abaixo, clique nas mesmas).
Continuando com o tema, esta história de Claudio Nizzi, foi depois passada para outro desenhador do staff do Ranger, em concreto a Ferdinando Fusco, que a redesenhou desde o seu início e foi editada nos meses de Junho e Julho de 1996 nos Tex’s italianos # 428 e 429.
História essa que saiu no Brasil pela Editora Globo em 1998 e pode ser vista nas edições de Tex # 340 a 342, tendo tido como título “Os Lobos do Colorado“.
Finalizamos este artigo, comparando as páginas desenhadas por Nadir Quinto e Ferdinando Fusco, páginas essas da mesma página do roteiro, para se poder visualizar que uma mesma situação pode ter interpretações diferentes por desenhadores diferentes… (para aproveitar a extensão completa das páginas abaixo, clique nas mesmas)
Fonte:
Spazi e colori della fantasia: Mario Uggeri e Nadir Quinto, Edizioni IF
Desconhecia completamente este facto. Muito interessante poder comparar a interpretação da mesma história, por artistas diferentes. Teria sido óptimo, na altura da publicação da história no Brasil, terem informado os leitores e publicado algumas pranchas. Não é referido quantas pranchas desenhou Nadir, por acaso sabes? Recordo que para situações semelhantes, Nolitta optou por continuar a história por outro desenhador.
Porque optou por uma solução diferente?
Sérgio Sousa
Caro pard Sérgio Sousa quando abordei este assunto com o editor Sergio Bonelli (Maio de 2004) fiquei a saber que Nadir Quinto tinha desenhado um pouco mais de 100 páginas. O motivo da não publicação delas pelo que me recordo deviam-se a dois factores… ser um desenhador estreante em Tex e por norma essas histórias não são continuadas por outros autores (havendo obviamente algumas excepções no passado) mas sobretudo porque a maioria das pranchas foi desenhada quando Nadir Quinto já padecia do mal que veio a falecer e Sergio Bonelli não as achou à altura da sua fama e preferiu restituí-las à família sem as publicar e já nessa altura Sergio Bonelli crê que fez a melhor opção, pensando sobretudo no grande nome (e passado) do autor. Aliás é por esse mesmo motivo que por exemplo as últimas pranchas desenhadas pelo mítico Galleppini nunca foram publicadas até hoje…
Mas voltando ao artigo, o motivo porque só agora eu o trouxe a público, foi devido a um Amigo italiano perguntar-me precisamente ontem se eu sabia que Nadir Quinto tinha desenhado o nosso Tex antes de falecer… e daí a este interessante artigo, foi um pequeno passo, que espero tenha agradado a maioria dos Texianos…
Não podemos deixar de notar, e comentar a diferença entre ele e o Fusco.
A pagina desenhada por Fusco é infinitamente superior.
AMoreira
O Nadir Quinto dos últimos anos era uma sombra do que era.
Além de que, comparado com Fusco, tinha um estilo de figuração narrativa muito “clássico” e menos dinâmico.
Mas sempre foi um grande autor a nível de ilustração e de cor.
Procurem na net por trabalhos dele (no site do “Look and learn” há bastantes ) e verão porque é que Bonelli decidiu não publicar o trabalho dele: é que não se compara mesmo. Mas enfim, todos envelhecemos e as capacidades vão diminuindo com a idade e a doença.