Texto da revista “ANIM’ARTE” nº 82 (a revista ANIM’ARTE é um projecto editorial do GICAV – Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu), do trimestre Outubro-Novembro-Dezembro de 2011.
O XVII Salão Internacional de Banda Desenhada de Viseu em Balanço
A temática do XVII salão internacional de banda desenhada de Viseu conduziu-nos ao encontro da arquitectura construída ou imaginada, transportando-nos aos cenários urbanos edificadas pelas mãos de gerações de artistas da pedra ou cenários fantásticos imaginados pelo génio de inesquecíveis nomes da arte de desenhar aos quadradinhos. As histórias de vida que atravessam o tempo e o espaço e se animam nos desenhos que enchem a nossa memória e despertam a nossa curiosidade vivem de múltiplos sinais e arquitecturas; uma cidade é também uma paisagem coberta de sinais, “estruturas de memória” assinadas pelos homens que a edificam, e pelo tempo; e o tempo deixa marcas nas cidades, que se entrelaçam nas histórias de vida, mas também na arquitectura, elemento artístico e humanizado de contextualização e harmonização.
É desta dialéctica entre o espaço e o tempo, a arte e a vida que se construiu em grande parte este XVII salão de banda desenhada, procurando divulgar e honrar os espaços edificados por onde viajam, respiram e nos inspiram os autores e os heróis, dando brilho às histórias. Porque há cenários urbanos que brilham como pedras preciosas nas páginas da banda desenhada. E uma cidade torna-se num imenso universo quando estamos apaixonados por um dos seus habitantes, ou pelos seus espaços de memórias, como acontece com o jovem repórter Tintin, ou com o eterno e enigmático viajante Corto Maltese, o histórico Alix ou o bravo pistoleiro TEX. E foi nesta perspectiva que foram homenageados autores que se têm dedicado a exaltar os espaços de memória nas suas histórias, nomeadamente o artista português Eugénio Silva (ausente por motivos de saúde) e o artista italiano Fabio Civitelli (desenhador de TEX).
O espaço de exposição foi pequeno para albergar no acto da inauguração tantos interessados e amigos da banda desenhada e do GICAV. Destaca-se em particular o grupo de fãs do TEX, liderado pelo Zeca, que engrandeceu a iniciativa em redor da homenagem ao artista Civitelli, grande desenhador e comunicador (a exposição de originais do Fabio Civitelli foi uma das melhores presentes no salão, sobretudo no que diz respeito à qualidade do desenho e das pranchas, a escolha das pranchas e do material cultural foi excelente, o Fabio deixou todos maravilhados, só nos resta agradecer os esforços de todos os que contribuíram para este sucesso). De realçar ainda o lançamento de livro “O Magriço”, um trabalho em BD totalmente realizado em Viseu por agente de Viseu (autoria de Pedro Emanuel, edição da Quartzo Editora e CM de Penedono), e por último o facto do local escolhido estar implantado dentro da grandiosa feira de S. Mateus, um espaço onde o salão se mostrou durante vários anos, no seu início, e onde regressou com assinalável sucesso.
Um agradecimento a todos os colaboradores que deram corpo a este salão: os comentários das exposições (Carlos Almeida, Luís Fernandes, António Mata e Luís Teixeira), o Luís Filipe como responsável da logística, o Bar Lugar do Capitão, a Quartzo Editora e a CM de Penedono, a CM de Viseu, o IPJ, o Governo Civil, a Casa das Molduras, aos associados do GICAV, ao Clube de Fãs do TEX e em particular ao Zeca, ao Luiz Beira, Eugénio Silva, Fabio Civitelli, Artur Correia, Geraldes Lino, Batista Mendes, e muito especialmente à parceria da Expovis na concretização deste salão, cooperação que se tornou imprescindível para a concretização deste evento de banda desenhada com a dignidade e o alcance assinalados.
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