O Alfabeto do Velho Oeste – Letra M

Wilson Vieira:

Desenhador e Argumentista Brasileiro de Banda Desenhada, com mais de 36 anos de experiência, dos quais 7 deles (1973/80), participando como colaborador do estúdio Staff di IF em Génova/Itália, ilustrando também alguns episódios de Il Piccolo Ranger para a Sergio Bonelli Editore, Diabolik, Tarzan e o Homem-Aranha (Octopus desafia o Homem-Aranha). É também o autor da saga Nordestina: Cangaceiros – Homens de Couro e da série western – Gringo, assim como autor de vários outros roteiros. E escreve, escreve…
É também autor do seguinte blogue na Internet:

http://brawvhqs.blogspot.com/

Caros LeitoresGeograficamente falando, como sabem o território dos Estados Unidos da América pode ser dividido em três zonas:
1 O Leste, ou seja, a faixa costeira Atlântica delimitada a ocidente pelas cadeias montanhosas de Allegheny e Apalaches.
2 O Oeste, ou seja, o planalto central ocupado inteiramente pela bacia hidrográfica do Mississipi-Missouri e caracterizado, principalmente em sua parte ocidental, pela imensa vastidão de planícies.
3 E o Far West, ou seja, a região que compreende as Montanhas Rochosas e suas vertentes ocidentais que deslizam para o Oceano Pacífico. Tais configurações geográficas são importantes, para compreendermos bem o desenvolvimento histórico da colonização da América do Norte; a faixa costeira Atlântica foi logicamente a primeira a ser dominada pelos Europeus e por ela surgiram os primeiros vilarejos e as primeiras cidades (1600 e 1700), depois, (início de 1800), o grande planalto central foi, não só atravessado, como colonizado, enquanto que os pioneiros erroneamente o consideraram inapto para a cultivação e preferiram seguir para o Far West, ou seja, o Oregon e a Califórnia. Na segunda metade do século, finalmente também foi retomado o imenso planalto, deixado por tanto tempo antes aos índios e bisontes, transformando-se em objectivo de emigrantes, que lá se estabeleceram e colonizaram. Isso deverá ser recordado, para estabelecer dois conceitos, geralmente confusos. 1 Aquele de “fronteira”. 2 Aquele de “conquista” do West. De facto, desde que núcleos de colonizadores ingleses estabeleceram-se na Virgínia em 1620, a vida dura de fronteira, foi para os predecessores brancos uma realidade quotidiana, com todos os percalços e perigos que ela representava; principalmente a hostilidade natural dos índios nativos diante dos cruéis invasores. Ao contrário, com a expressão “conquista” do West, entende-se somente aquele movimento de massa humana, que teve início nos primeiros anos de 1800 e avançou além das fronteiras, pelas cadeias de montanhas, até o vale do Mississipi e depois, foi até à costa do Pacífico; nesse sentido a “conquista” do West não é mais que, o último período da história da fronteira americana. Sendo assim, para esmiuçar o passado americano, que tanto nos fascina, apresento com imensa satisfação O ALFABETO DO VELHO OESTE propondo esse database western básico, narrado a verbetes, em ordem alfabética, os pormenores sobre tal época. Projecto online penso, pioneiro tanto em Portugal, quanto no Brasil, estimulado a publicá-lo, através do amigo entusiasta José Carlos Francisco (Zeca), o qual me ofereceu generosamente o espaço, neste já renomado Blogue e aceitei. Será um trabalho longo e árduo admito, porém prazeroso, onde a cada letra específica, o amigo leitor encontrará uma variedade de descrições relativas a ela, num período onde homens, mulheres, animais, geografia e clima, entrelaçavam-se na batalha árdua do quotidiano em busca da sonhada sobrevivência o Velho Oeste. Espero que aprovem o conteúdo sugerido e me acompanhem, nessa aventura extraordinária, agora com a letra…

M

Madsen – Christopher (Chris). Nasceu em 25 de Fevereiro de 1851, na Dinamarca, morreu em 9 de Janeiro de 1944 em Guthrie. Com catorze anos combateu contra os Alemães nas trincheiras de Düppeler, entrou para a Legião Estrangeira Francesa (Chasseurs d’Afrique) em Orano e combateu, em 1871, em Sedan ainda contra os Alemães. Em 21 de Janeiro de 1876, tornou-se soldado no Exército dos EUA, esposando em Dezembro de 1887 Maggie Morris, estabelecendo-se a partir de 22 de Abril de 1889, em sua casa, a sete milhas de El Reno, Oklahoma. Deixando o Exército em 20 de Janeiro de 1891. No dia seguinte o marechal dos EUA William Grimes condecorou-o com a estrela “USA Deputy” e então Chris Madsen foi um USA-Marshal de Oklahoma. Em 26 de Maio de 1892, tornou-se Vice Chefe Marshal dos EUA. Esses são os pontos essenciais da sua vida: em 5 de Março de 1896 Chris matou Red Buck e permaneceu seriamente ferido. Em 15 de Abril de 1896 tornou-se Marshal de Kansas City. Em 6 de Março de 1897, Deputado Marshal EUA de campo, com o comando de John C. Hammer, para o Distrito meridional de Oklahoma, com sede em Chickasha. Em 21 de Maio de 1898, entra a fazer parte dos “Rosevelt’s Rough Riders” e participa da invasão de Cuba, por parte dos EUA. No início de Janeiro de 1899 é novamente Deputy Marshal USA em Chickasha, prende Al Jennings e leva-o para a prisão de Estado em Columbus, Ohio. Em 1901 prende o assassino George Moran. Em 1903, captura Jim e John Black e Murphy. No início de 1906 torna-se Vice Chefe Marshal USA em Guthrie. Em 1909 foi enviado à Casa Branca juntamente a Bill Tilghman. Em 1912 prende Bem Cravens. Em 30 de Abril de 1916 pede demissão do cargo. Em 1916 torna-se Conselheiro para filmes de foras-da-lei em Oklahoma. Em 1917 é Chanceler no Tribunal de Polícia em Tulsa. De 1918 a 1922 foi investigador especial para o Governador Robertson. Em 1923 foi Tesoureiro da “Union Soldier’s Home” em Oklahoma City. Em 1933 iniciou a escrever as suas memórias, até Dezembro de 1943. Em 9 de Janeiro de 1944 foi sepultado no Cemitério de Frisco, Yukon, Oklahoma, próximo a sua mulher.

Maguey – Palavra Mexicana para Agave. Com as fibras duras da planta ressecada, os “Vaqueros” Mexicanos, faziam cordas excepcionalmente resistentes, que os cowboys Texanos, chamavam carinhosamente de “Peter Magay”.

Mahto-Iowa – Cacique dos Índios Brule-Sioux, que em 1854, interveio de maneira decisiva, no Massacre de Grattan, em Fort Laramie.

Maledon – George. Nasceu em 1830, perto da fronteira Francesa, morreu em 6 de Maio de 1911. Em 1831 seus pais emigraram para Detroit, onde em 1846, com dezasseis anos fugiu para o Ocidente, chegando finalmente em 1851, a Fort Smith, onde torna-se um polícia. Ao início da Guerra Civil, em 1861, alistou-se como voluntário no Primeiro Batalhão do Arkansas e participou de todas as batalhas sem ser jamais ferido. Quando em 1866 o Tribunal Distrital Americano de Van Buren, Arkansas, foi transferido para o Fort Smith, Maledon obteve, no mesmo ano, a nomeação como “Deputy Marshal”, junto a esse Tribunal. Depois tornou-se carrasco. Morreu num Hospício para Veteranos em Johnson City, Tennessee.

Manada – Sob esse termo, o cowboy, não entendia dizer jamais um grupo de cavalos, ou mulas, mas somente bovinos. Quando se tratava de um grupo de touros, eles o chamavam de “manada de bifes”; se era constituído somente de vacas, eles o chamavam de “manada de vacas”. Um pequeno grupo de cavalos era chamado de “bando de cavalos”. Porém em todos os dois casos, eram também chamados de “Bunch”.

Mandans – Tribo de Índios agricultores, com um alto grau de Civilização. Falavam a língua dos Sioux. Habitavam em casas de terra, em formas de cúpulas, em aldeias fortificadas, perto de Missouri, no Norte Dakota. Possuíam barcos confeccionados com peles de bisontes, de forma circular, e os acontecimentos principais da tribo eram registados na própria pele de bisonte. Segundo Lewis e Clark, os “Mandans” eram extraordinariamente hospitaleiros, amáveis, pacíficos, comunicativos e possuíam um imenso repertório de danças tradicionais entre os Índios ocidentais, como: “A Dança da Sociedade dos Bisontes Brancos”, a “Dança dos Bisontes”, “A Dança do Sol” e tantas outras. Em 1837 a tribo inteira, com 1.600 componentes, foi dizimada por uma epidemia de varíola. Sobreviveram somente 150 pessoas.

Mandíbula – (Jawbone). Termo usado na gíria do cowboy, para a palavra “crédito”. Quando um cowboy dizia que “vivia com a mandíbula” (Called his jawbone), entendia dizer que se era importante ganhar e gastar dinheiro, mais importante era que “o homem tivesse o que mastigar”, ou seja, que em caso de necessidade, aceitasse um empréstimo, por um período determinado e assim, sobreviveria, certamente.

Mangas Coloradas – Cacique dos Apaches Mimbrenjo, de excepcional altura física; 2.05 metros. Em Mexicano o seu nome significava: “Mangas Vermelhas”. Quando, em 1846, o general Stephen Watts Kearny, controlava o New Mexico, “Mangas Coloradas”, matou muitos homens que trabalhavam em minas de cobre para se vingar da morte de alguns Apaches que, anteriormente foram massacrados a sangue frio. Tendo recebido inúmeras provocações, por parte dos brancos, entre as quais algumas chicotadas, decidiu entrar em confronto com eles, e pediu a aliança de “Cochise”, para tentar destruí-los. “Mangas Coloradas” foi seriamente ferido em Apache Pass, no sul de Arizona. Feito prisioneiro em 1863, foi morto enquanto tentava fugir da Reserva. Parece que ele tentava escapar, em seguida a torturas, feitas por um funcionário com uma baioneta em brasa.

Mão – Unidade de medida usada pelos cowboys, quando o assunto era cavalos. De um cavalo, dizia-se que era “alto tantas e tantas mãos”. Uma “mão” equivalia a 4 polegadas = 10,16cm.

Marca – Marca de propriedade, sobre a pele de um bovino ou equino, que era produzida mediante a queimação até à raiz do pelo. O Conquistador Espanhol Hernando Cortez, foi quem iniciou na América esse método, com o qual o gado que transportava, usou a marca de três cruzes.

Marca a fogo Vent – Do Espanhol “Venta” = venda. Do Inglês “Vent Brand”. O cancelamento da marca do vendedor, quando um bovino era vendido, por parte do adquirente. O cancelamento acontecia, inserindo simplesmente uma barra na marca do vendedor. A barra era marcada a fogo.

Marcação – Além da normal marcação a fogo, os Criadores de gado, usavam outras marcas nos seus bovinos. Na marcação das orelhas ou no chamado “Dewlap”, onde se cortava com faca a pele que pendia abaixo do pescoço ou em volta do mesmo. O talho “Breech” era feito na traseira do animal. George T. Lastrup, em 1891, escreveu: “Um gado marcado com tanto refinamento, parece um mapa geográfico ambulante. Em sua pele, pode-se ler como num livro”.

Marcar – Função mais importante do cowboy durante as contas feitas a cada ano na Primavera e no Outono, que servia para reunir o gado, para juntar as cabeças que seriam vendidas ou as que fossem transferidas, mas, sobretudo, para serem marcados, os animais ainda não marcados. Começavam sempre pelos novilhos. Durante essa operação, levavam o gado para um canyon ou para o “corral”. O “Ropper” pegava o animal com o seu laço e levava-o para perto da fogueira, onde o animal era preso por outros dois cowboys pelas patas e colocava-o de lado, enquanto que o “Iron Man” marcava-o com o ferro em brasa. Geralmente os cowboys eram feridos, pelo debate dos bovinos em pânico.

Maricopas – Tribo pertencente ao grupo linguístico dos “Yuma”, que era aliada aos “Pimas” e que era inimiga dos “Yumas” e dos “Mohaves”. Em 1857 os “Maricopas” foram praticamente dizimados pelos “Yumas” e “Mohaves”, tanto que abandonaram o seu território de caça do Arizona, na foz do Colorado River e refugiaram-se juntos aos “Pimas”.

Mark Twain – Pseudónimo derivado do grito que bradavam os marinheiros do Mississípi River. Mark Twain significa “Marca dois”, com referência às longas varas usadas para sondar as águas do rio. Samuel Langhorne Clemens (esse é o verdadeiro nome do escritor Mark Twain), após ter obrigado o coronel Sellers (sua personagem) com suas paródias, deixar de escrever. Daí roubou também esse nome. Sam Clemens nasceu em 1835 no Missouri, é o maior escritor humorístico Americano. Ensinou aos compatriotas rirem de si próprios, fazendo sátira das “usanças” importantes do Velho Mundo. Minerador de ouro, marinheiro e depois jornalista, escritor de inúmeros contos, Mark Twain tornar-se-à conhecido como autor das “Aventuras de Tom Sawyer” e de “Huckleberry Finn”. Com o passar do tempo, seu humorismo, tornou-se algo amargo: “Adão e Eva”, escreveu em “Pudd’nhead Wilson”: “…tiveram muitas vantagens, mas a principal foi aquela de escapar à dentição”. E ainda: “…porque o homem fica alegre com o nascimento, e se entristece, num funeral? Porque não é ele, a pessoa em questão.”

Marker – Designação dada aos cavaleiros, especializados na marcação à faca.

Marlinspike – Faca que era usada para tirar da pele do animal, os restos de carne que permaneciam “coladas”.

Marshal – 1. Marshal de cidade (Town o City Marshal) era um chefe supremo da polícia da cidade ou do território, que era escolhido pela Administração da cidade ou província e que poderia ser dispensado em qualquer momento. Ele era responsável pela ordem e tranquilidade e estava sempre à disposição da comunidade, que variava de lugar para lugar. Outros adeptos à polícia eram o “Deputy Marshal”, o “Assistant Marshal” e os polícias (Policemen e Constabler). Todos dependiam do Mayor e da Administração. 2. USA Marshal. Era o chefe da polícia que era nomeado pela Autoridade Federal de cada Estado Federativo ou por cada Território Federal. Sua missão era a de fazer observar as leis Federais em cada Estado ou Território. Assim, por exemplo, era de sua competência os delitos contra o Serviço Postal Federal, assaltos às diligências postais ou aos trens, nos quais o correio Federal era violado. Delitos contra as Forças Armadas dos EUA, ou cometidos nas Reservas Indígenas, ou contra o direito de domicílio, etc. O USA Marshal num Estado possuía normalmente vários substitutos, que por sua vez controlavam um determinado território. As funções desse Marshal eram severamente delimitadas. Assim, por exemplo; um Marshal podia agir nos limites de uma cidade somente com o consenso e a colaboração do City Marshal. Acontecia também que um City Marshal ignorado, tenha simplesmente preso um USA Marshal quando esse transgredia direitos que não lhe competiam. Também os “Rangers” do Texas, podiam agir numa cidade somente com o consentimento do City Marshal. Invés disso o Xerife de um distrito, que era também um funcionário executivo do Tribunal competente, tinha livre acesso em cada parte de seu Distrito.

Martingale – Parte do arreio de um cavalo, cuja correia inferior era fixada em baixo da sela e uma segunda correia era fixada em seu cabresto, assim acalmava o cavalo arredio.

Máscaras – Eram usadas em cerimónias e em particulares festas. Seu uso é muito antigo. Elas deviam provavelmente representar animais, Divindades ou o Espírito dos primeiros homens. Quando um Índio usava uma máscara, estava convencido em assumir por determinado tempo, o carácter do animal ou da Divindade que representava. As máscaras eram feitas de madeira, fibras, terracota ou pele. Eram decoradas, pintadas e ornamentadas com conchas, fibras, cabelos, crina de cavalo ou penas. Existiam máscaras masculinas e femininas. Os “Iroqueses” fabricavam as suas máscaras em madeira, começando a esculpi-la num tronco de árvore e finalizando-as depois de extraídas. Os “Hopis” esculpiam bonecas graciosas, que representavam as Divindades, as “Katchinas”, tinham também máscaras “Katchinas”; quando uma pessoa usava uma dessas máscaras, tornava-se, por aquele período de tempo, a Divindade representada.

Massacre Grattan – No tardio Verão de 1854, um grande número de guerreiros “Brule”, “Ogalla” e “Mineconjou”, subgrupos da família dos Sioux, esperava, perto do Fort Laramie, a distribuição da ração anual, mas estava demorando tanto que “Mah-to-I-o-wa” (O Urso), cacique dos Índios “Brule”, já advertido, pegou um boi de uma caravana de Mórmones que passava para dar carne aos seus homens esfomeados. O comandante do Forte ordenou ao Tenente Grattan de colocar em marcha 18 soldados e 2 canhões e punir o cacique ousado. A 8 milhas do Forte, o tenente dispôs os seus homens e canhões na ordem de batalha e pediu ao cacique de se render. Tardando muito a resposta, ele deu ordem de bombardearem o acampamento dos “Brule”. Os Sioux, com os seus 200 guerreiros, responderam ao fogo; somente um soldado, gravemente ferido escapou ao massacre.

Massacre Wounded Knee River – Após a batalha de “Little Big Horn”, o cacique “Sitting Bull”, procurou refúgio no Canadá, onde permaneceu até 1881, ano o qual, confiando nos Americanos, foi para o Fort Budford. Os brancos fizeram-no prisioneiro e mandaram-no para a Reserva de Standing Rock, no Dakota. A “Ghost Dance”, inventada por um Índio “Paiute”, que se proclamava um “Messias”, era “Wowoka” que pregava a rebelião, foi executada em segredo em Standing Rock. Em 15 de Dezembro de 1890, “Touro Sentado” era assassinado por “Red Tomahwk”, um agente da polícia Indígena. Seus velhos companheiros chegaram a Badlands, onde se uniram aos Índios “Mimmiconjoux”, do cacique “Big Foot”. Estes, animados com a pacífica intenção, quiseram se entregar ao general James W. Forsyth. Apresentaram-se então em 29 de Dezembro de 1890, em Wounded Knee. Surgiu uma confusão indescritível, na qual, os soldados, em sua maioria embriagados, dispararam sobre os Índios que estavam desarmados. Foi uma horrenda carnificina. 80 guerreiros, 44 mulheres e 18 crianças, foram executados; foi um dos actos mais odiosos executado pelo exército Americano.

Mather “Mysterious” – Dave. Nasceu em 1845, morreu em 1921. Surgiu pela primeira vez em Janeiro de 1879 em Dodge City junto ao ladrão de cavalos Dutch Henry Born. Um ano após, era polícia em Dodge. Em 25 de Janeiro de 1880 matou o telegrafista Joseph Costello, quando ele o ameaçou com um revólver. Pouco depois, uniu-se ao bando de Dave Rudaboaugh e foi preso em 16 de Novembro de 1880, em Las Vegas, New Mexico. Teve que ser libertado e foi para o Texas e lá ficou preso em 27 de Janeiro de 1882, por roubo. Dave Mather participou em muitas brigas, que geralmente terminavam em duelos e com mortes dos adversários. Em Junho de 1883, tornou-se “Assistant-Marshal” em Dodge City e em Setembro de 1883 também Vice-Xerife. Os principais jornais davam sempre notícias de grandes caçadas humanas, mas sempre o “Mysterious” Dave, voltava com o seu prisioneiro vivo ou morto. Em 18 de Julho de 1884 foi substituído no cargo de “Assistant-Marshal” por Thomas Nixon. Houve uma briga e Nixon disparou em Mather que matou Nixon, num duelo, sendo absolvido. Em 15 de Maio de 1885 matou David Barnes e foi novamente absolvido. Em 20 de Agosto de 1885, era novamente Marshal da cidade de New Kiowa. Mather, então era da parte da lei e da parte do bandido, literalmente “Misterioso”. Porém, de ambas as partes, sempre atirou, e acreditem, morreu calmamente, na sua própria cama.

Matho-Iowa – Cacique dos Índios “Brule-Sioux”, que em 1854, interveio, em modo decisivo no massacre de Grattan, Fort Laramie.

Maverick – Denominação lendária para individualizar bois e novilhos sem a devida marca de propriedade. Para a origem dessa denominação existem várias versões. É difícil que um Americano de hoje saiba como nasceu tal expressão. Samuele A. Maverick, advogado e um dos assinantes da Declaração de Independência do Texas, recebeu em 1845, de seu vizinho Frederick Tilton, que lhe devia 1.200 dólares, 400 bois que saldava assim o seu débito. Maverick, que não sabia e não queria saber nada de bois, inspeccionou os animais na ilha de Matagorda, na costa Atlântica do Texas. Essa ilha, que é um banco de areia, longa 70 milhas, e larga uma milha. Deu depois a custódia dos bovinos a um casal de negros. Em 1856 Maverick lembrou-se dos seus bois e vendeu-os, por 6 dólares a cabeça, ao criador de gado Toutant Beauregard. O preço de 2.400 dólares foi o acertado. Mas se, as cabeças diminuíssem, a perda era de responsabilidade do comprador e se aumentasse era o seu proveito. Com a baixa maré o casal de negros levou os bovinos para o continente. Durante essa operação alguns bovinos escaparam. Beauregard saiu à procura deles e capturava todos os bovinos que estavam sem marcas, dizendo ser de Maverick. Conseguiu capturar 100 cabeças, mas depois enfadado, desistiu. Desde então o gado que não era marcado era chamado de “Maverick” e os primeiros ladrões de gado do Texas, que não possuíam ainda técnicas refinadas, mas se limitavam a roubar o gado ainda não marcado, era chamado então de “Maverickers”.

Maverick Bill – A princípio, o gado não marcado que pastava num pasto livre, pertencia “Ao homem com o laço mais comprido”. Legalmente ninguém podia reivindicar a propriedade de bovinos ou cavalos ainda não marcados, a não ser a quem os capturava e o marcasse com a sua própria marca. Essa regra foi anulada pela primeira vez em 1884, pela “Cooperativa dos Criadores de Gado dos Montana-Ranchers” e foi substituída por uma lei (Bill) que estabelecia: “Todas as marcas em bois e novilhos, que não foram oficialmente registadas, não terão valor algum”. Os animais em questão eram considerados “Mavericks”. Os “Mavericks”, ao completarem um ano de idade, pertenciam à “Cooperativa dos Criadores de Gado”. Com isso pretendia-se principalmente pôr o fim ao ladrão de gado.

“Maverickar” – Actividade de um “Mavericker” em pasto aberto. O seu dever era de encontrar o gado disperso e não marcado, e marcá-lo com o símbolo da propriedade e em particular nas orelhas do animal capturado.

May – Friedrich Karl. Escritor Alemão que nasceu em 25 de Fevereiro de 1842 em Hohestein-Ernstthal e morreu em 30 de Março de 1912, em Radebeul, perto de Dresda. Era professor e acabou por escrever livros de aventuras ambientados no Médio Oriente e ao norte dos EUA. Seus conhecimentos sobre os assuntos provinham quase que exclusivamente das descrições de terceiros da Época, descrições que eram incompletas ou até falsas. Escreveu que a tribo dos Índios Apaches era a mais nobre das tribos, ficando totalmente incompreensível, aos factos Históricos verdadeiros, pois os próprios Apaches, como todos os habitantes de desertos, eram de um nível cultural mínimo.

Mecate – Era uma corda feita com a crina entrelaçada do cavalo, longa sete metros, com 1,6 metros de diâmetro. Faziam-se com ela rédeas e cabrestos que os cowboys chamavam geralmente de “McCarty”.

Medicina – O tratamento das feridas dos cowboys era muito simples. Não existiam médicos nas vastas regiões de pastos e poucos nas cidades. As feridas eram limpas com água, a pele solta, era cortada à faca; as balas, pontas de flechas, ou pedaços de ossos, eram extraídas à faca; a hemorragia estancada e cauterizada com um ferro em brasa e com pólvora, depois tudo era desinfectado com uísque e pronto. As amputações eram feitas com faca e serra, e as artérias cortadas, amarradas com crina de cavalo, enquanto os tecidos musculares e a pele eram costurados com intestino de gato. O anestésico era geralmente um soco ao queixo, uma pancada na cabeça, com a empunhadura do próprio revólver, e quando era possível o láudano. Portanto imaginem o físico daqueles  homens/cowboys. Geralmente dois ou quatro cowboys imobilizavam o paciente a ser operado, segurando suas pernas e braços, enfiando na sua boca um pedaço de madeira. Os dentes eram arrancados pelo cozinheiro, maneira realmente dolorida. Se um cowboy fosse picado por uma serpente, um cachorro louco, ou por uma aranha, escorpião, ele próprio amputava no local, a mão, o braço, ou a perna, ou no mínimo cortava duas libras da parte do corpo afectado e cauterizava a ferida com pólvora. Se fosse algo realmente sem solução, ele dava um tiro a si próprio ou pedia aos seus companheiros para o fazer. Contra a febre, inflamações ou envenenamentos recorriam-se geralmente ao uísque e unguentos. As feridas infeccionadas eram resolvidas com talhos de faca e depois fazia-se uma drenagem, para ser expurgado o material infectado. A mortalidade infantil era altíssima, aquela materna, ainda maior. Epidemias como aquelas do sarampo, tifo, cólera, varíola, tuberculose e escarlatina matavam muito. Muitas doenças internas conduziam geralmente a morte; as inflamações pulmonares, as pleurites e as infecções intestinais, os cálculos biliares eram incuráveis. Não se conhecia uma dieta infantil, portanto alimentavam-se as crianças como os adultos. A higiene era desconhecida. Famílias inteiras bebiam, na mesma caneca e usavam somente uma toalha. Os insectos eram como a sombra eterna dos humanos. Algumas pessoas chegavam raramente à idade de 90 anos. Outras para chegarem à idade de 50 anos, era realmente um sonho.

Medicine Man – Após o “Sachem” e o “Sagamore”, o homem mais poderoso da tribo era o “Medicine Man” (o Xamã). Um pouco praticando feitiçaria e, sobretudo jogando sobre a incredulidade e sobre a ingenuidade de seus companheiros, ele bradava possuir poderes sobrenaturais e encontrava na interpretação dos sonhos e sinais premonitórios a matéria para explicar o seu poder. Ele fazia-se crer de estar sempre em contacto com o “Grande Espírito” e por essa razão, alguns deles construíam suas tendas isoladas nas quais lá dentro, sós, faziam um grande barulho. Diziam que comunicavam com os “Deuses”. Às vezes essa personagem entrava em transe, depois, voltando ao normal, revelava o êxito de suas conversas com as potências sobrenaturais e prescrevia remédios para os seus seguidores. Ele tinha também o papel de médico da tribo e quando visitava um doente, dançava, batendo um pequeno tambor ou agitava pedras no casco de uma tartaruga. Alguns se aproximavam com as bocas em várias partes do corpo do paciente, outros interrogavam os parentes dos enfermos, para descobrir o objecto que estava na origem de tudo aquilo. E quando ele era descoberto, eram imediatamente destruídos.

Menatha – Assim pronunciava o cowboy, a palavra Mexicana “Manada”, com a qual representava um bando de cavalos, guiado por um garanhão. Chamava-se também “Harem”.

Merrimac – Famoso Couraçado Sulista, ficou famoso por seu duelo em alto mar em 9 de Março de 1862, com o Monitor, uma “estranha” embarcação Nortista.

Mesa – Em Espanhol = Mesa. Palavra usada como referência a um planalto elevado e rochoso.

Mescalero – É uma sub-tribo dos Índios Apaches orientais, que habitavam em New Mexico, entre o Pecos River e os Montes Sacramento e que foi formada nos primórdios do tempo da dominação Espanhola da fusão das tribos “Farahones”, “Cuartelejos” e Apaches “Vaqueros”, para se defenderem contra os Comanches. No século XVIII foram inimigos jurados dos Espanhóis, que os temiam. Eles raptavam mulheres e crianças dos Pueblos e dos “Apaches Mansos”, que eram estabelecidos entre Tubac e Tucson em Arizona, como agricultores e vassalos dos Espanhóis. Após a anexação das Províncias do México setentrional aos EUA, em 1855, os “Mescaleros” viram-se inseridos na batalha perto de Penasco, contra o tenente Americano Ewell, com 180 “Dragões”. Com a morte do cacique “Palanquito” nesse mesmo ano, eles entregaram-se aos Americanos e foram para uma Reserva. Logo após o início da Guerra Civil, eles mantiveram-se pacíficos. Depois os Americanos, retiraram as tropas dos Fortes ocidentais e as tropas do Texas invadiram o New Mexico. Os “Mescaleros” (assim chamados porque comiam a polpa do agave “Mescal”, da qual faziam também uma bebida fermentada chamada Mescal), abandonaram a Reserva e combateram os Texanos. Ao mesmo tempo, porém, atacaram com 200 guerreiros Pino Alto e foram sucessivamente derrotados pelo Corpo de Voluntários os “Arizona Guards”. Em seguida eles aliaram-se aos “Mimbrenjos” e com os “Chiricahuas” que combatiam contra todos os brancos. As tropas Confederadas que avançavam para o Ocidente, contra os Apaches, avançavam agora do norte os “Colorado Volunteers”, do oeste o general Carleto com 300 soldados e do sul aqueles do Arizona, e a Passo Apaches, dominam os Apaches. O Fort Stanton em New Mexico, abandonado pelas tropas dos EUA, foi ocupado pelos Californianos, enquanto Kit Carson atacava o Dog Canyon, onde estavam refugiados os “Mescaleros”. Eles rendem-se e foram sucessivamente (1863)  colocados na Reserva de Bosque Redondo. Eles, porém abandonando-a em 1865, com o comando do cacique “Ojo Blanco”, porque não estavam de acordo com os “Navajos”, que estavam por ali. Em 1873 eles estabeleceram-se na sua própria Reserva, na terra de origem, entre o Pecos e os Montes Sacramento. A descrição de Karl May, de “Winnetou” como cacique dos “Mescaleros”, não poderia ser falsa se os seus guerreiros fossem chamados de Beduínos. Os “Mescaleros” eram pouco civilizados e entre todas as tribos “Apaches” eram uma de menor importância.

Mex – Palavra usada pelos cowboys, para indicar o falso ou o decadente. Foi usada no tempo no qual, o “Peso” Mexicano, tinha perdido completamente o seu valor monetário.

Milling Herd – Quando, durante uma “Stampede”, existia o perigo que a manada pudesse precipitar num rio ou num atoleiro, os cowboys tentavam fazer um movimento giratório, em círculos concêntricos. Essa manobra podia durar algumas horas, até que o pânico dos animais era substituído pelo cansaço.

Mimbrenjos – Também conhecidos como “Mimbres”, palavra derivada do Espanhol “Miembres” = pasto. Tribo da família dos Apaches, que habitavam numa região situada entre o oeste do Arizona e o sudoeste de New Mexico; pertencia ao grupo dos Apaches ocidentais. Quando em 1832 o sábio e pacífico cacique “Juan Jose”, permitiu aos Espanhóis e aos Mexicanos de trabalhar nas minas de cobre em Santa Rita do Cobre, uma parte dos jovens da tribo, guiados por “Black Knife”, deixou-o. Em 1835 o cacique “Mangas Coloradas” atacou com muitos guerreiros as minas com a intenção de reconquistá-las. O então Governador da província de Durango, México, colocou uma recompensa de trinta dólares sobre cada escalpe Apache, o que sugeriu ao comerciante de peles, James Johnson convidar os “Mimbrenjos” a uma festa e matar a sua maioria, entre os quais estava o cacique “Juan Jose”, com tiro de canhão e arrancar os escalpes e obter uma grande soma de dinheiro. O cacique “Mangas Coloradas” conseguiu escapar e esse massacre, brutal, iniciado pelo Governador, foi a causa principal de uma intensa e prolongada Guerra por mais de 30 anos dos Apaches contra os Mexicanos. O prémio por tais escalpes, fez com que surgisse nas províncias de Chihuahua e Sonora, um imensurável comércio de escalpes e, por exemplo, o bandido John Gallantin, com o seu bando, vendeu sem o mínimo remorso, 300 escalpes pela soma de 9.000 dólares. Durante a guerra entre Americanos e Mexicanos, o cacique “Mangas Coloradas” e os sub-chefes “Delgadito” e “Victorio” aliaram-se com o general Americano Kearny. Eles caçaram os Mexicanos das minas e fortificaram-nas. Mas dois anos após a conclusão da Paz em 1848, com a qual o México cedia aos EUA; Arizona, Califórnia, Nevada, Utah, Colorado, Wyoming e o New Mexico, os Americanos tomaram possessão da Fortaleza dos “Mimbrenjos”. Em 1859 foi encontrado ouro no Gila River e prata nas montanhas de Palo Alto. Quando o cacique “Mangas Coloradas” tentou com tratativas com que os mineradores desistissem de ocupar as terras de sua gente, foi capturado e açoitado. Ele aliou-se com “Cochise” e com os “Navajos” arquitectou emboscadas sangrentas contra os Americanos. Em 1863 “Mangas” foi capturado pela tropa dos EUA e com a idade de setenta anos, foi fuzilado durante uma tentativa de fuga. Sucessores desse altíssimo cacique (alto, mais de 2 metros), foram “Victorio”, “Acosta” e os filhos de “Mangas”; “Joaquin”, “Cassari” e  “Salvador”. Esses, porém, em 1865, cederam a pressões das tropas Americanas e aceitaram, com desconfianças, a irem para a Reserva de San Carlos. Durante a guerra combatida pelos “Chiricahuas” com “Victorio”, “Loco”, “Cochise” e “Geronimo”, existiram “Mimbrenjos” que não pegaram em armas, permanecendo assim nas Reservas; alguns participaram esporadicamente, retornando de vez em quando, e alguns se uniram aos “Chiricahuas”. Mas o papel dos Índios “Mimbrenjos” como tribo independente, acabou em 1865.

Mocassim – Palavra Indígena para indicar um sapato feito com pele rústica, que era amaciado e geralmente adornado de várias formas. “Bota-mocassim” eram mocassins nos quais eram costuradas as devidas perneiras, aliás, eram as preferidas dos Índios Apaches; ou simplesmente as perneiras, usadas pelos Índios “Blackfeet”.

Mochila – 1. Primeira cobertura de pele com a qual foi revestida a velha sela de madeira Hispano-Mexicana e que era amarrada diante ao arco com duas amarras de pele. Desta derivou-se a sela revestida propriamente dita. 2. Sela para cavaleiros da “Pony Express”, munida de quatro alforges de pele. Ao início usavam-se selas normais, sob a qual se colocava a “Mochila”, uma espécie de cobertor de pele, com quatro alforges grandes, para a colocação de produtos postais. Essa ”Mochila” era confeccionada de tal modo, que o cavaleiro podia pegar o objecto num só movimento. Mais tarde, foram adoptadas as verdadeiras selas “Mochila”, nas quais, eram moldadas nas formas ajustadas e sólidas, em pele.

Modoc – (palavra Modoc: Maotokni = Meridionais). Os “Modocs” eram estreitamente aparentados com os Índios “Klamaths” e habitavam na fronteira entre a Califórnia e o Oregon. Eram caçadores primitivos. Sua alimentação consistia (caso único ao mundo) em grande parte de sementes de lírio d’água. Culturalmente um povo único, os “Modocs” e os “Kamaths” eram escravistas que tinham um comércio activo de escravos com as tribos próximas. Viviam em casas de terra, das quais somente o tecto a cúpula, surgia do solo. Pescavam no Lost River e no lago Tule com lanças, tridentes e redes. Em 1872, com o cacique “Captain Jack”, negaram a ida para a Reserva dos “Klamaths”. Quando o Exército dos EUA, com 650 soldados e uma bateria de pequenos canhões marchou contra 50 guerreiros “Modocs”, que com 75 mulheres e crianças, estavam escondidos na chamada “Fortaleza Lavabett”, na parte meridional do lago Tule, o general Canby e o reverendo Dr. Thomas, tentaram convencer os “Modocs” de sua rendição. Os dois foram mortos. Esse duplo homicídio obrigou o Exército EUA a mandar o general Jefferson Davis, com 3.000 soldados e 4 baterias da Artilharia, contra os 50 “Modocs”, que ainda estavam armados com rifles rudimentares. A batalha durou 5 meses e não somente os “Modocs” perderam, mas o cacique “Captain Jack”, conseguiu escapar do campo de batalha. Pouco mais tarde, porém, após uma implacável caçada humana, foi feito prisioneiro, e acusado do duplo homicídio, juntamente com seus sub-chefes e foi publicamente enforcado no Fort Klamath, em 3 de Outubro de 1873. Os descendentes dos Índios “Modocs” vivem hoje na Reserva dos “Klamaths”.

Mogollons – Também chamados de “Mogayones”. Pequeno grupo de Apaches ocidentais, que habitava o território desértico nos Montes Mogollon no Arizona.

Mohaves – Grupo da tribo dos “Yuma”. Linguisticamente pertencem ao grupo do Arizona ocidental e do grande vale do Colorado River e dão nome ao deserto dos “Mohaves”, na Califórnia. Em 1859 o exército dos EUA derrotou esse pequeno grupo, entre o Colorado River e Fort Mohave e tomou como prisioneiro 5 caciques que logo após, foram mortos, durante uma tentativa de fuga. Os sobreviventes foram para uma Reserva e ocasionalmente algum desses guerreiros vingava seus mortos, contra os soldados brancos.

Mohuances – Sub-grupo dos Índios Ute.

Moinho a vento – Foram necessárias décadas, antes que se descobrisse que o Oeste, pobre de água e de chuvas, tinha, em grandes profundidades, enormes reservas de água. O facto que através das pradarias soprasse sempre o vento foi adoptado os assim chamados “Poços a Moinho de Vento”. Foram esses Moinhos a vento que eram montados na ponta de um edifício de madeira, iguais a torres de perfuração, alto 20-30 metros, que tiravam a água de um poço, geralmente profundo 200-300 metros, mediante uma espiral do tipo saca-rolha. A água assim levada à superfície era levada a imensos reservatórios. Todas as regiões da pradaria no sudoeste apresentavam desde 1880, a semelhança dos Moinhos de Vento, que ainda hoje determinam o aspecto de um Rancho, naquela parte da América. Mexicanos bem treinados, sempre mantiveram a eficiência desses monstros de madeira.

Monitor – Esse navio “estranho” ficou famoso pelo duelo sustentado contra o “Merriac”. Era armado com dois canhões, situados numa torre móvel, reforçada por placas de ferro. Foi uma arma flutuante muito importante em águas da Guerra Civil Americana.

Montanhas “Blue” – Uma cadeia de Montanhas alta 2.500 metros, coberta por bosques, na parte oriental do Oregon, onde surgiam em suas encostas, vales majestosos e protegidos, onde os habitantes do Oregon iniciaram a criação de gado na zona setentrional da costa ocidental dos EUA.

Morral – Termo usado comummente pelo cowboy do sudoeste para o saco de forragem; dito também “Saca de Nariz”.

Mossman – O capitão Burton C. ou “Cap” Mossman foi uma figura das mais coloridas do Selvagem Oeste. Como cowboy aos vinte e um anos, tornou-se capataz de um Rancho ao norte de New Mexico, que possuía 8.000 cabeças de gado. Aos vinte e sete anos, tornou-se capataz do “Blood Basin Ranch” ao norte do Arizona e aprendeu como fazer ao recolher 10.000 cabeças de bovinos, os perdidos, ou os selvagens, num terreno inóspito até para as mulas. Aos trinta anos, tornou-se o capataz no “Hash Knife Ranch” o maior do Arizona, que possuía 2.000.000 de acres de pasto e 60.000 cabeças de gado. A zona deste Rancho era, no seu tempo, o lugar mais turbulento do Arizona. Os ladrões de gado aterrorizavam toda a região e como o “Cap” Mossman exterminou as quadrilhas dos bandidos, ficou o “mistério”, mesmo para os mais capacitados históricos. Ao fim do século “Cap” Mossman que tinha por ordem expressa do Governador, formado uma tropa de “Rangers do Arizona”, acabou com os malfeitores. A sua última caçada foi contra o bandido “Chacon”, que ao fim, acompanhou-o à forca. “Cap” Mossman, vivia ainda em 1951, com a idade de 84 anos, em Roswell, New Mexico, e era ainda capaz de acertar com um tiro de revólver, uma carta de baralho, na distância de 10 passos.

Mossyhorn – Bovino selvagem com líquen no dorso e nos chifres. Durante o dia escondia-se em grandes moitas espinhosas e somente à noite, ia para espaços abertos, pastar. Era o exemplar mais forte e combativo do chamado “Black Longhorn”. Mossyhorn era também chamado o cowboy veterano, forte e rude.

Mother Lode – (Veta Madre). Grande zona minerária da Média Califórnia, que se estende desde as encostas meridionais da Sierra Nevada até os vales profundos, recortados por rios e em sua maioria na parte mais meridional até o Oceano Pacífico. O nome “Veta Madre” foi dado por mineradores Mexicanos, que foram os primeiros a chegar em 1848. Em sua Pátria, Sonora, existia certo número de veias de ouro, que continham também quartzo, os quais, geralmente eram denominados “Veta Madre”.

Muffer – Expressão dialectal usada pelo cowboy, para indicar um lenço de forma triangular.

Mula – Cruzamento entre o asno e a égua, desmitificando o que geralmente é dito; o cruzamento de um cavalo com uma asna. Disse Bill F. Sanders em 1879: “Os cowboys não gostam desses animais, obstinados e cabeçudos, de orelhas longas. Quando é visto ao longe, desejava arrancar-lhes a pele, por essa razão os condutores desses animais eram chamados de Peleiros de mulas. Quando um desses animais “empacava”, era acesa então uma palha de milho sob o seu ventre. Verá que ele se moverá rapidamente, mas só o bastante, para levar o carroção até em cima do fogo. E se colocar uma sela no lombo dessa besta temperamental, ela aguardará que você a tenha montada, depois puxará para trás sua própria barriga, fazendo com que você caia com a sua sela, juntos”.

Mula guia – Os novilhos e os bois selvagens eram geralmente conduzidos fora dos arbustos espinhosos, através da Mula-Guia. Um laço era preso no pescoço do animal selvagem e depois amarrado à canga de madeira, usada pela mula.

Mule Skinner – (Peleiro de mulas). Termo usado pejorativamente, pelos cowboys aos condutores de carroções puxados por mulas.  O ter que haver com esses animais obstinados e teimosos, enriquecia o vocabulário daqueles homens rudes, que não eram certamente politicamente educados, os quais recorriam frequentemente a uma frase ameaçadora: “Vou te arrancar a pele”.

Muley – Bovinos dos quais, tinham sido arrancados, os chifres.

Mustang – Americanização da palavra Espanhola “Mesteño” (Mustangue), que significa “animal doméstico tornado selvagem, que nasceu nas montanhas e era selvagem e desconfiado”. Na Alemanha o termo foi traduzido como “Cavalo Selvagem Americano”, o que não é propriamente exacto. O “Mustang” é uma raça de cavalos por si, que descende dos cavalos Árabes dos Conquistadores Espanhóis, mas que, sempre vivendo no estado selvagem, desenvolveu somente poucas qualidades úteis ao homem. Assim por exemplo; o “Mustang” tinha peito estreito, um esqueleto leve e, coisa que um cavaleiro não apreciava mesmo, era as suas costas curvas. Somente uma parte do bando, de milhões de animais, podia ser utilizada para cavalgar e especialmente para o serviço com boiadas. Também é verdade que durante os 300 anos de vida selvagem, surgiram mutações que os levou novamente à raça pura Árabe, mas que possuem também afinidades com as raças Asiáticas.
Eram esses os cavalos, que os cavaleiros Indígenas usaram para criarem novamente raças especiais. Geralmente os cowboys faziam uma grande diferença entre o “Mustang”, que para ele não tinha nenhum valor, e o “Cavalo Selvagem”, do qual se podiam obter cavalos de sela de grande valor. Isso foi conseguido num tempo difícil, no qual os cavalos de sela eram escassos e custavam de 100 a 150 dólares o animal, os “Mustangs” eram mortos à vontade, porque se alimentavam nos pastos dos bovinos e bebiam a sua água, deixando indóceis os garanhões e éguas de sela. Portanto tais animais eram uma verdadeira “praga”. Como que de uma raça originalmente assim especial, surgiu uma raça assim desclassificada; os cientistas acreditam numa explicação: muitos dos melhores garanhões sucumbiram pelas feridas causadas pelo cio, surgindo assim os garanhões mais fracos, que não aceitavam nem tais combates, para reprodução. A segunda tese e mais importante razão pode ser a sub-nutrição durada séculos e devido a uma epidemia de vermes, que foram expostos os bandos de animais do New Mexico e Arizona. A crescente colonização do Oeste tornou quase sistemática o abatimento dos “Mustangs” e isso aliado às Campanhas do exército dos EUA contra os Índios, dos quais escaparam muitos animais sãos e tornaram-se selvagens. Deve-se também ter em conta que das caravanas de colonizadores, muitos cavalos escapavam. Esses cavalos fugitivos mesclavam-se com o restante dos “Mustangs” e produziram o “Cavalo Selvagem”, depois muito requisitado e que os caçadores de cavalos selvagens caçaram até o fim do século XX, revendendo depois com óptimos lucros, os exemplares capturados.

Myers S. D. – Moderna selaria de El Paso, Texas, que reproduz selas especiais, para todas as exigências e que criou também o seu próprio estilo.

* Caricatura: Fred Macêdo
* Edição, revisão e adaptação portuguesa: José Carlos Francisco

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