Por José Carlos Francisco
Lá diz o velho ditado… “À terceira é de vez…”, mas parece que nem sempre isso é assim tão linear, inclusive no que diz respeito a Tex Willer e ao seu mundo. Isto porque pela terceira vez Giovanni Freghieri, conceituado desenhador italiano, começou a desenhar uma história de Tex e também pela terceira vez acabou por abandonar o projecto, a última das quais depois de já ter concluído 15 páginas com a arte final e ter realizado outras 20 páginas a lápis.
A mais recente destas desistências ocorreu com a história “Delta Queen”, história essa destinada à publicação Color Tex e que acabou por ser, no que à arte diz respeito, da autoria de Fabio Civitelli que desse modo acabou por substituir, magistralmente direi, Giovanni Freghieri.
Freghieri confessou ser muito mais lento a desenhar uma história destinada a ser publicada a cores do que a desenhar um álbum normal a preto e branco. E disse que o motivo é a ausência das sombras. Ter que fazer um trabalho “liso” não lhe sai como gostaria, o que o leva a desenhar com muita lentidão para além de não ser do seu agrado. E como tinha prazos a cumprir com relação a Dylan Dog, a série bonelliana em que trabalha regularmente acabou por ter que abandonar uma vez mais o projecto “Tex”, tal como aconteceu há alguns anos atrás com o Maxi Tex “Lo squadrone infernale“, de Outubro de 2008, que acabou por ser desenhado por Ugolino Cossu.
A título de curiosidade, mostramo-vos de seguida uma mesma página de “Delta Queen” nas interpretações de Giovanni Freghieri e de Fabio Civitelli e é curioso ver como o mesmo guião gera duas interpretações diversas:
(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)
O talentoso artista gráfico Giovanni Freghieri ainda desenhará uma bela história do Ranger do Texas. Talvez na quarta, quinta tentativa…
Sem desmerecer o Civitelli, mas os ângulos desenhados pelo Freghieri são bem melhores. Cinematográficos.