Exposição de homenagem póstuma a Sergio Bonelli no Mab Invicta 2012

Por José Carlos Francisco

Já chegou a Portugal parte do material, enviado pela Sergio Bonelli Editore, para a Exposição de homenagem póstuma a Sergio Bonelli integrada no Mab Invicta – Festival Internacional de Multimédia, Arte e Banda Desenhada, a realizar na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, nos fins de semana de 10/11 e 17/18 de Março próximo e que contará no último fim de semana com a presença do consagrado desenhador Fabio Civitelli que graças ao honroso convite do Mab Invicta volta uma vez mais ao nosso país e novamente com direito a uma exposição pessoal; desta vez teremos expostas algumas páginas de Tex de sua autoria, páginas essas referentes ao Tex Gigante nº 27 que será lançado na Itália em Julho deste ano e cuja trama contendo 224 páginas tem o título provisório ”La cavalcata del morto“. Argumento e guião de Mauro Boselli e cuja história aborda uma maldição…

Mas voltando à exposição de homenagem a Sergio Bonelli, de pseudónimo Guido Nolitta (Milão, 2 de Dezembro de 1932 — Monza, 26 de Setembro de 2011) foi um autor italiano de personagens de banda desenhada, entre eles Zagor e Mister No e editor de Tex.

Filho de Gian Luigi Bonelli. Desde pequeno Sergio frequentava a editora dirigida por sua mãe, Tea Bonelli, a Redazione Audace. Em 1957, concluídos os estudos, assumiu a direcção da empresa, que então tinha o nome de Edizioni Araldo. Em 1958 Sergio criou Un Ragazzo nel Far West (desenhada por Franco Bignotti) e em 1959 escreve Il giudice Bean (desenhos de Sergio Tarquinio), sempre sob o pseudónimo de Guido Nolitta. Escreveu também alguns episódios para a revista Piccolo Ranger.

Em 1960 deu o pontapé inicial a Zagor, com desenhos de Gallieno Ferri, cuja primeira história saiu em 15 de Junho de 1961, publicação que logo granjeou um grande sucesso junto ao público italiano. Foi autor das histórias de Zagor até 1980. Em 1975 cria Mister No, personagem com caracterização diferente do que havia na época e que mudou o estilo das personagens bonellianas.

Mesmo sem aparecer “oficialmente”, por muitos anos colabora com o pai Gian Luigi Bonelli escrevendo episódios de Tex. A primeira história é “Caçada humana“, de 1976 (Tex brasileiro nº 68, editora Vecchi), e muitas outras foram escritas em seguida, mas sempre de forma eventual, pois Sergio era um autêntico multitarefa na editora, cuidando de tudo depois que sua mãe se aposentou.

Sergio Bonelli que faleceu no dia 26 de Setembro de 2011, aos 78 anos era também o editor responsável por personagens populares como Martin Mystère, Dylan Dog e Nathan Never.

Conforme se pode já ver nas fotos que ilustram este texto, nesta exposição serão expostas fotografias de Sergio Bonelli nas suas viagens pelo mundo e que mais tarde serviram de inspiração para o seu Mister No, alguns livros dedicados ao editor milanês (Mister No & Mister Nolitta, Lezioni di fumetto – Guido Nolitta, etc.), algumas cartas que Sergio Bonelli escreveu a José Carlos Francisco, algumas das edições de Tex autografadas por Sergio Bonelli também da colecção de José Carlos Francisco, alguns recortes de jornais portugueses, sendo também expostos alguns dos desenhos que vários autores fizeram homenageando Sergio Bonelli após o seu falecimento, pretendendo assim a organização dar a conhecer melhor aos fãs e coleccionadores portugueses de banda desenhada, o principal artífice da passagem dos fumetti (BD italiana) de simples entretenimento popular a produto com dignidade cultural, criando ao longo da sua carreira de cinquenta anos uma das mais importantes editoras de Banda Desenhada no contexto italiano e mesmo mundial.

Sergio Bonelli fez sonhar gerações de italianos mas também de leitores de muitos outros países, como por exemplo Portugal, por isso nada mais justo que o nosso país lhe dedique a exposição de homenagem que Sergio Bonelli merece!

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

6 Comentários

  1. Amigo Zeca, homenagem mais que merecida! Bonelli pai e, por último Bonelli filho, influenciou gerações e continuará, pelo legado de tantas histórias Texianas, influenciando e fazendo sonhar outras tantas gerações, em várias partes do mundo.

    Grande abraço.

  2. Perfeitamente de acordo! Se neste país se fazem homenagens a estrangeiros que pouco ou nada nos dizem, nada mais justo do que esta homenagem a Sergio Bonelli. Sem ele, quem sabe se hoje estaríamos todos unidos no mesmo ideal de “gozar” no bom sentido com todas as aventuras de Tex que ao longo de tantos anos nos têm sido proporcionadas.
    António Freire

  3. Homenagem merecida! A Bonelli é sinónimo de qualidade.
    Sergio Bonelli, um genio simples que elevou os quadrinhos no mundo.

  4. Sem querer desmerecer os demais herois bonellianos, mas, considero Zagor um dos personagens mais geniais, mais bem estruturados e dos mais bem executados, não só dos fumetti, mas das BDs a nível mundial. Afinal, não há limites para as suas aventuras e, mesmo parecendo batido ao fazer uso de bordão tão desgastado, em suas histórias, tudo, absolutamente TUDO pode acontecer! São pouquíssimos personagens na História das BDs de que se pode dizer isso, e Sergio Bonelli criou o maior de todos! O que mais se poderia esperar de um gênio, afinal? Essa exposição só vem atestar ainda mais o quanto um mestre da grandeza e brilhantismo de Sergio Bonelli é merecedor de todas as homenagens que ele puder receber!

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