Entrevista com o fã e coleccionador: Pedro Henrique Alves de Oliveira Silva

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Pedro H. Alves O. Silva: O meu nome é Pedro Henrique Alves de Oliveira Silva e nasci em Tupã, interior de São Paulo, e actualmente eu estou desempregado.

Quando nasceu o seu interesse pela banda desenhada?
Pedro H. Alves O. Silva: O meu interesse pela revista Tex começou desde bem pequeno, mais ou menos quando eu tinha uns 4 para 5 anos, principalmente porque a minha mãe tinha conseguido com uma amiga dela um filme chamado Spirit: O Corcel Indomável, esse filme só me fez gostar ainda mais de tudo que Tex aborda: cavalos, soldados, índios e o oeste americano. E juntando tudo isso com os exemplares de Tex que o meu pai já tinha, o meu interesse por tudo isso só aumentava. Só que como eu não sabia ler eu só olhava os desenhos. Outro detalhe que também me fez gostar mais ainda de Tex e o faroeste em geral, foi que eu tenho um primo que sempre mexeu com cavalos, e que participava dos desfiles da minha cidade que envolviam cavalos e a minha mãe e o meu pai sempre me levavam para ver, e claro as roupas que eles usam nos desfiles eram parecidas com as da revista Tex, que eram chapéus, botas, etc., e a mistura disso tudo só contribuiu para me fazer gostar mais ainda de Tex!

Quando descobriu Tex?
Pedro H. Alves O. Silva: Eu descobri Tex na minha casa. O meu pai já comprava bem antes de eu nascer, mas eu não lembro qual foi a primeira vez que eu toquei numa revista Tex, mas desde essa época eu nunca mais parei.

Porquê esta paixão por Tex?
Pedro H. Alves O. Silva: Essa eu não sei responder bem (…risos…), bom, talvez seja pela personalidade do próprio Tex e dos três pards e o ambiente que eles vivem. Também acho que provavelmente porque Tex envolve tudo o que eu aprendi a gostar desde pequeno: cavalos, o oeste americano, aventura, etc., e também o senso de justiça do Tex e a sua perseverança, coragem e autoconfiança em qualquer situação, e acho que também por sua cara-de-pau, como diria o Kit em algumas situações (…risos…).

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Pedro H. Alves O. Silva: Bom, eu não leio muitos outros quadrinhos que não seja Tex, mas os poucos que eu já li, eu consegui perceber que o que faz Tex ser o que é, é o seu senso de justiça seja com brancos, índios, negros, chineses e sua generosidade com quem quer que seja, desde um batedor da cavalaria moribundo na trilha até um bandido ferido que caiu num rio, e também sua lealdade com seus amigos ou um completo desconhecido que precisa de ajuda, seu amor pela Lilyth, que ninguém nunca tomou o lugar, sua coragem, autoconfiança e também o esforço da Bonelli que conseguiu criar tudo isso e também ao esforço dos desenhadores e escritores.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Pedro H. Alves O. Silva: Eu tenho exactas 241 revistas, mas não sei dizer qual a mais importante para mim.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Pedro H. Alves O. Silva: Eu colecciono tudo que diz respeito ao personagem, mas a única coisa que eu tenho sobre Tex que não sejam revistas, são os pósteres do Tex 500, o livro Tex Willer – A História da Minha Vida, os caderninhos de capas do Tex 500 e Tex Coleção 400, mas livros como O Meu Tex. A Balada do Oeste e Meu Irmão Mais Velho Tex Willer, eu não tenho.

Qual o objecto Tex que mais gostaria de possuir?
Pedro H. Alves O. Silva: O objecto Tex que eu mais gostaria de ter é a história O Passado de Tex, e um chaveiro escrito Tex que saiu no Tex Anual (nº 6) O Filho do Vento aqui no Brasil, mas além das revistas e do chaveiro, talvez eu gostaria de ter aquelas estatuetas do Mundo de Tex, com os seus amigos e inimigos.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Pedro H. Alves O. Silva: Hmmm, para mim sempre foi difícil escolher uma história favorita, talvez aquelas que a Lilyth apareça, ou as que falem das origens do Tex, ou que mostrem o Kit (Carson) jovem e também aquelas que falam da infância do Kit Willer, como A camisa mágica, mas escolher entre todas essas é difícil, não vou saber responder. Entre os desenhadores eu também gosto de vários, desde Galep, Ticci, Fusco, Muzzi até Villa, Civitelli, Dotti, De Angelis. Quase todos na verdade, mas o que eu mais gosto é o Claudio Villa. Entre os argumentistas eu também gosto de muitos, mas acho que o que eu mais gosto é o Mauro Boselli.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Pedro H. Alves O. Silva: O que mais me agrada em Tex são as características dos personagens,como eu já tinha dito antes, e também, por sempre estar nas bancas desde 1948 e sempre fazer sucesso e também por passar muitos valores bons para quem acompanha essa revista, e também por mesmo sendo uma revista de faroeste conseguir encaixar histórias de magia, dinossauros, e até em outros lugares do continente americano e por ter histórias de faroeste muito boas, sempre com argumentos muito bons, porque os escritores sempre conseguem tirar um coelho da cartola, sendo que os temas para histórias de faroeste são muito parecidos.
O que menos me agrada em Tex é que os outros três pards poderiam se destacar só um pouquinho mais, e também em algumas edições novas sobre a juventude do Tex, que meio que se ´´desencontram´´ um pouco do que já está escrito.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Pedro H. Alves O. Silva: Para mim o que mais faz Tex ser o que é, são as características dos personagens, os desenhadores que são muito bons, os argumentos, o estilo da Bonelli que em todos esses anos que sempre conseguiu renovar com coisas boas e ainda manter Tex com sua essência.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Pedro H. Alves O. Silva: Não, embora eu só conheça um fã de Tex, que também colecciona e vende, nós nos encontramos muito pouco.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Pedro H. Alves O. Silva: Eu vejo um bom futuro para o Tex, embora eu ainda tenha um pouco de receio de que com o tempo os leitores diminuam. Eu acho que tem um bom futuro pela frente sim, pois aos poucos estão aparecendo novos leitores, e que tudo isso por muito mais tempo.

Prezado pard Pedro H. Alves O. Silva, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

3 Comentários

  1. Muito bom. Tenho 23 anos e comecei a ler Tex há uns 3 meses apenas. Tenho poucas edições, umas 10 talvez. Quando tiver uma coleção de respeito quero ser entrevistado pelo blog.

    • Prezado pard Fábio,
      É sempre gratificante conhecer um novo leitor de Tex, ainda mais sendo tão jovem como é o seu caso. É a prova que Tex continua a seduzir novas gerações e claro que teremos o maior prazer em publicar uma entrevista consigo, dando-nos a conhecer a sua história de fã e coleccionador de Tex!
      Quando você julgar oportuno, entre em contacto connosco, que enviaremos as perguntas para a sua entrevista 😉

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