Entrevista com o fã e coleccionador: Lázaro Pereira

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Lázaro Pereira: Nasci no estado do Rio Grande do Sul, na região Sul do Brasil, em 1995. Sou militar da Força Aérea Brasileira, com muito orgulho.

Quando nasceu o seu interesse pela banda desenhada?
Lázaro Pereira: O gosto veio do meu pai, leitor de Tex desde os anos 70. Desde criança via a coleção dele em um pequeno quarto de nossa casa. Mas só comecei a ler Tex em 2005.

Quando descobriu Tex?
Lázaro Pereira: Como disse, entrei no universo de Tex em 2005. Através da Tex Edição Histórica número 66: Os chacais e O Espírito de Manitu. Peguei essa revista aleatoriamente para ler e me apaixonei pelo personagem desde as primeiras páginas. A partir daí comecei a ler várias histórias, sempre contando com a curadoria do meu pai, que me indicava as melhores histórias que ele já havia lido.

Porquê esta paixão por Tex?
Lázaro Pereira: Sinceramente, não sei ao certo… De certa forma, creio que seja uma identificação com o personagem, pelo seu estilo de vida, sua forma de encarar os problemas sempre ao lado da justiça. O ambiente do faroeste também me agrada muito, pois Tex nos transporta àquele universo e nos permite viver naquela realidade. Admiro muito os desenhistas de Tex também, e isso vem desde pequeno. Sempre gostei de admirar a arte, perceber as diferenças entre cada artista… Eu passava horas admirando os desenhos. Hoje o tempo é mais curto, mas ainda tiro um tempo pra apreciar esses detalhes.
Além disso, os roteiristas também são diferenciados, cada um ao seu estilo. Aventuras com perseguições, mistérios, suspenses, traições…
Aliás, creio que o facto de as histórias serem em preto e branco é um espetáculo à parte. Uma marca que me faz gostar ainda mais do Tex e da Bonelli em geral.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Lázaro Pereira: Li pouco de outros heróis. Tentei ler Marvel e DC, mas não gostei nem um pouco. Li alguns da Bonelli também, como Zagor, Júlia, Nick Raider, etc. Pretendo começar a ler mais esses heróis esse ano, mas por enquanto leio basicamente Tex no mundo dos quadrinhos, então não poderia dizer com propriedade qual o diferencial de Tex.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Lázaro Pereira: Contei recentemente, tenho 507 revistas. Na verdade, a coleção é minha e de meu pai e conta com as histórias que ele tinha quando era criança. Naquela época, havia dificuldades financeiras, portanto os números são esparsos. Começamos a colecionar todas as revistas da Tex Normal a partir de 2007.

Gosto muito da Tex Normal e vejo que a qualidade não pára de aumentar, mas também aprecio muito a Tex Anual e a Gigante, principalmente pela beleza dos desenhos.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Lázaro Pereira: Basicamente livros. Pra mim eles são preciosos. Até porque vi poucos objetos relativos ao personagem à venda.

Qual o objecto Tex que mais gostaria de possuir?
Lázaro Pereira: Talvez uma estrela de Texas Ranger… seria legal.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Lázaro Pereira: Difícil escolher uma, há muitas. Recentemente, gostei de “Jethro!”, história emocionante. Mas posso citar também toda a saga de Mefisto e Yama, Cruz Trágica, Entre Duas Bandeiras, A Volta do Dragão… infinitas histórias… Mas podemos dizer que o Retorno de Mefisto é minha favorita.

Bom, primeiramente acho que podemos deixar Claudio Villa de fora, pois ele é simplesmente genial, estou lendo “O Implacável” agora e todo quadrinho é uma obra de arte. Mas tirando ele, Ticci é incrível, Civitelli também. Diria que Civitelli é o meu favorito.
Dentre os argumentista, Ruju é o que eu considero que escreve as melhores histórias.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Lázaro Pereira: O que mais me agrada é o seu caráter. O que menos me agrada talvez seja o facto de haverem poucas histórias protagonizadas pelos outros pards.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Lázaro Pereira: No personagem em si, seu caráter e personalidade sempre corretos e imutáveis ao longo de décadas.
Nas aventuras, o preto e branco e o cenário das histórias.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Lázaro Pereira: Pessoalmente, é difícil, pois moro em uma cidade pequena, mas participo de alguns grupos no Facebook e lá a interação com outros leitores é muito boa. Tanto pra tirar dúvidas, quanto para conversar sobre histórias, etc.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Lázaro Pereira: Cada vez maior. De uns anos pra cá as histórias têm melhorado cada vez mais e os desenhistas estão cada vez mais primorosos. Desejo que cada vez mais pessoas conheçam Tex e ele se torne ainda mais popular. Aqui no Brasil, procurarei fazer minha parte pra isso, tenho algumas ideias pra realizar nos próximos anos e aumentar ainda mais os nossos amigos leitores de Tex.
O que eu gostaria de ver no futuro do ranger é mais histórias protagonizadas por Kit, Carson e Jack Tigre, principalmente Kit Willer. Na minha opinião seria muito divertido e saudável pra série. Podendo ser exploradas outros tipos de história utilizando as nuances da personalidade de cada personagem.
Estou colecionando a Tex Willer também e estou gostando bastante, creio que essa série deve ir longe e atrair novos fãs.

Prezado pard Lázaro Pereira, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

3 Comentários

  1. Bela entrevista e coleção! Espero que Dorival veja que são muitos pards pedindo uma estrela de Ranger como brinde em alguma edição especial!

  2. Muito legal conhecermos os pards entrevistado aqui, que bom pai e filho curtirem Tex juntos. Infelizmente meu filho não tomou gosto pelos quadrinhos.

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