Entrevista com o fã e coleccionador: Jorge Augusto Leal Duque Aveiro

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Jorge Aveiro: Nasci em Coimbra, em 5 de Setembro de 1968 e a minha juventude até aos 16 anos foi passada no Cacém, onde os meus pais continuam a morar. Com essa idade, voltei a Coimbra para estudar e jogar futebol nos juniores da Académica. Depois entrei na faculdade e como chumbei um ano, fui “chamado” em 1991 para cumprir o Serviço Militar Obrigatório. Ingressei no Curso de Oficiais Milicianos na Escola Prática de Infantaria no Convento de Mafra (conhecida carinhosamente por todos aqueles que nela cumpriram serviço por “Calhau”) e como gostei tanto da vida militar acabei por lá ficar até Janeiro de 2000, como Oficial (Tenente). Sou licenciado em Gestão de Empresas e neste momento desenvolvo a minha actividade nas áreas da óptica Ocular e da formação profissional.

Quando nasceu o seu interesse pela Banda Desenhada?
Jorge Aveiro: Desde que me lembro que sou um apaixonado por BD. No Cacém tinha um vizinho mais velho que me emprestava revistas para ler. Às vezes lá conseguia muito a custo que os meus pais me comprassem uma revista ou outra. Com 8-10 anos “devorava” títulos como “Guerra”, “Combate”, “Terror”, “Xerife”, “FBI”, “O Falcão”, “Condor”, “Tarzan”, etc. Os meus temas preferidos eram a 2ª Guerra Mundial e adorava as histórias do Major Alvega, do Aranha (não da Marvel), Tarzan, Korak, Zorro, Zoltan, Kalar, Flash Gordon, Mandrake, Fantasma e Tex Tone, entre outros. Mais tarde, descobri o Mundo Marvel e DC e os seus super-heróis e ainda hoje sou um amante desse mundo.

Quando descobriu Tex?
Jorge Aveiro: Descobri Tex por acaso, aos 15 anos, no meio da minha avidez pela BD.

Porquê esta paixão por Tex?
Jorge Aveiro: Desde a primeira leitura, houve “qualquer coisa” que me despertou a atenção. Os desenhos e as histórias eram diferentes, mais elaborados, com uma grande preocupação pelo pormenor. Depois foram os traços de Aurelio Galleppini e de Guglielmo Letteri que mais me impressionaram na altura. Foi “paixão à primeira vista”.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Jorge Aveiro: Tex é uma força da natureza, com uma personalidade muito forte, agindo sempre em nome da justiça e protegendo os desfavorecidos. É corajoso e intrépido, mas ao mesmo tempo muito humano. E é esta última característica – a humanidade de Tex – que faz com que seja diferente de outros heróis.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Jorge Aveiro: Infelizmente, “perdi” muitas revistas por “culpa” do meu irmão mais novo que me fez o favor de em pequeno riscar e cortar muitas publicações (do Tex e não só). Actualmente (nunca contei) penso que serão perto de 400 exemplares. Não tenho uma revista mais importante que outra.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Jorge Aveiro: Colecciono apenas livros.

Qual o objecto Tex que mais gosta de possuir?
Jorge Aveiro: Neste momento, o meu maior desejo seria conseguir adquirir o máximo de publicações para completar as minhas colecções do Ranger.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Jorge Aveiro: Não tenho uma história favorita. No entanto, uma história do Tex leva-me horas e horas a ler. Isto porque adoro desenhar e como sou um autodidacta, delicio-me com os pormenores colocados pelo desenhista em cada quadradinho. E se tiver um papel e um lápis tiro algumas ideias. Actualmente Claudio Villa, Fabio Civitelli e Roberto Diso são os desenhadores que mais gosto.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Jorge Aveiro: Apenas me desagrada em termos estéticos, as botas do Ranger. Também não gostava das luvas das primeiras histórias.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Jorge Aveiro: Os leitores identificam-se muito com a sua personalidade. Tal como no “mundo” de Tex, vivemos actualmente num mundo cheio de injustiça e violência. Há uma grande carência de valores na nossa sociedade. Valores como a amizade, o carácter, a honestidade, a lealdade, a liberdade, a justiça, o respeito, a igualdade e a perseverança são pedras basilares na personalidade do Ranger.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Jorge Aveiro: Infelizmente não.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Jorge Aveiro: Vejo-o com muito optimismo. Acredito que Tex continuará a galopar pelo Velho Oeste, durante muitos e bons anos na companhia do velho Kit Carson, do seu filho Kit e de Jack Tigre. Quero ter 100 anos e continuar a ler novas aventuras deste quarteto.

Prezado pard Jorge Augusto Leal Duque Aveiro, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

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