Corrado Mastantuono, Um Multifacetado Desenhador

Corrado MastantuonoCaros Texianos, iniciamos aqui no blogue português do Tex, há cerca de 15 dias atrás, a apresentação de novos desenhadores de Tex, no intento de dar-vos a conhecer melhor aqueles que nos próximos tempos ladearão os Mestres já conhecidos e amados… depois de Mario Milano, propomos hoje um desenhador, que não obstante a jovem idade (nasceu em Roma em 1962), tem já às costas uma invejável e multiforme carreira. E jamais a palavra “multiforme” foi usada tanto a propósito, visto que Corrado Mastantuono conseguiu tornar-se um dos mais interessantes intérpretes da Banda Desenhada, seja no género humorístico, seja no realístico. Digamos a verdade: reconhecemos todos que passar de Pato Donald e Esquálidus a Tex Willer e Kit Carson não é verdadeiramente uma brincadeira. Contudo, é de facto aquilo que Mastantuono fez, a partir de 1990, ano da sua primeira colaboração com a Disney italiana, até ao mês passado, quando entregou a Sergio Bonelli as duzentas e vinte e quatro pranchas de um novo Texone (Tex Gigante), uma história super-dinâmica e aventurosa que Claudio Nizzi escreveu pensando no seu maravilhoso preto e branco, e que poderão admirar no próximo Verão.

Entre os dois extremos indicados acima, Corrado Mastantuono expressou o seu talento realizando entre outras, a série “Cargo Team” para o mensal “L’Eternauta”, editado pela Comic Art de Rinaldo Traini, vencendo, em 1992, o prémio “Rino Albertarelli”. Para a Sergio Bonelli Editora ilustrou também algumas histórias do policial Nick Raider, personagem de quem fez muitas capas; em seguida aportou na saga de Mágico Vento, colecção da qual realizou quatro episódios (5, 25, 42, 65), passando a ser o autor das capas a partir da edição nº 76; para chegar, enfim, ao Texone, do qual mostramos de seguida uma vinheta.

Tex de Corrado MastantuonoNão há duvida que desenhar Tex representa a máxima aspiração, o maior sonho de qualquer autor bonelliano, porque Águia da Noite tem um público vastíssimo e uma extraordinária tradição às costas. E este discurso vale ainda mais para os Texoni, que são um reconhecimento definitivo ao próprio talento…” disse Mastantuono. “A minha primeira banda desenhada em absoluto que vi publicada saiu em “L’Eternauta” em 1990: intitulava-se “Coureurs de bois” com texto de Ottavio De Angelis e era um western. Admito de não ter um género narrativo preferido: policial, fantástico, terror, humor, não fazem diferença para mim. O empenho que insiro nos desenhos é sempre o mesmo. Porém o western parece-me mais interessante, porque permite-me jogar com os cenários naturais, com o preto e branco, com a enquadratura. Da experiência que eu tive no mundo dos desenhos animados, antes de dedicar-me à banda desenhada, ficou-me o gosto de ser posto constantemente à prova, o prazer de defrontar desafios sempre diferentes. O maior, neste momento, seria ter êxito em dar vida a uma história escrita e desenhada por mim“.
Um ulterior passo em frente, em suma, no que diz respeito aquilo que Corrado Mastantuono fez e está fazendo actualmente: “Elias il maledetto”, uma saga fantástica editada em França por Les Humanoides Associés e em Itália por Vittorio Pavesio, fez os desenhos, enquanto o argumento é de Silvianne Corgiat; uma outra série, esta humorística, “Petit Pierre”, publicada pela Oltralpe – onde ao invés, escreveu o texto, enquanto os desenhos foram realizados por Stefano Intini.
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Texto de José Carlos Francisco, baseado na rubrica “Caro Tex…“, de Sergio Bonelli, inserida em Tex Nuova Ristampa nº 171 de 15 de Novembro de 2006.

2 Comentários

  1. Não basta ser um grande desenhista, tem que também ser bom em composição de cenas, e neste quesito o Mastantuono é excelente.
    A cena acima comprova isto.

  2. É verdade Antonio, não basta só desenhar…
    Tem de ter aquela narrativa gráfica também. Isto faz toda a diferença.

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