COM MATER MORBI, DYLAN DOG CHEGOU FINALMENTE A PORTUGAL

Por João Miguel Lameiras

Dylan Dog: Mater Morbi

Novela Gráfica III – Vol. 7
Dylan Dog: Mater Morbi
Argumento – Roberto Recchioni
Desenhos – Massimo Carnevale
Sexta, 11 de Agosto
Por + 9,99€

Com a publicação no passado dia 11 de Agosto de Mater Morbi, os leitores puderam testemunhar a estreia, em português de Portugal, de Dylan Dog, o popular detective do sobrenatural criado pelo escritor Tiziano Sclavi para a editora Bonelli em 1986 e que, mais de trinta anos depois da sua estreia, se mantém como um verdadeiro fenómeno de culto e uma das mais importantes e populares séries dos fumetti (nome dado à banda desenhada em Itália).

Exemplo perfeito de uma série de culto, dirigida a um nicho constituído pelos fãs do cinema e da literatura de terror, que conheceu um grande sucesso comercial, tendo chegado, durante um curto período na década de 90, a ultrapassar o meio milhão de exemplares mensais, superando as vendas de Tex e de Topolino, (a revista italiana do rato Mickey) afirmando-se como a BD mais vendida em Itália, a série Dylan Dog mantém actualmente vendas acima dos cem mil exemplares mensais, confirmando-se como um dos maiores sucessos da BD europeia.

Dylan Dog: MaterMorbi

Para apresentar Dylan Dog aos leitores portugueses, escolheu-se, não um clássico de Tiziano Sclavi, mas uma história mais recente, publicada originalmente em Dezembro de 2009, no nº 280 da revista mensal de Dylan Dog, que tem sido das mais traduzidas histórias do detective, e também das mais premiadas, tendo a tradução americana arrebatado um Gasthly Award para a Melhor Novela Gráfica de Horror publicada nos E.U.A. em 2016.

Capa alternativa da primeira edição da Bao Publishing, pintada por Massimo Carnevale

Reflexão alegórica e sombria sobre a doença, simbolizada por uma belíssima mulher, Mater Morbi, esta novela gráfica reúne os talentos combinados de dois grandes nomes da BD: Roberto Recchioni e Massimo Carnevale, desenhador e ilustrador que dá vida de forma espectacular ao universo desencantado imaginado por Recchioni.

Capa da edição original (Dylan Dog #280, Mater Morbi), pintada por Angelo Stano

Argumentista, jornalista e actual responsável editorial da série Dylan Dog, Recchioni trabalhou para as principais editoras italianas, da Disney à Bonelli, mas tinha escrito apenas duas histórias de Dylan Dog, quando o editor Mauro Marcheselli que era leitor assíduo do blogue de Recchioni onde ele descrevia os seus frequentes problemas de saúde, que o levaram por diversas vezes a uma cama de hospital, se lembrou que ele, que estava sempre doente, seria a pessoa ideal para escrever uma aventura de Dylan Dog sobre doenças. Uma aposta claramente ganha, pois a perturbadora história, não só teve imenso sucesso junto dos leitores de BD, como provocou mesmo um acesso debate na sociedade italiana, sobre temas como a eutanásia, encarniçamento terapêutico e relação médico/paciente, que envolveu a própria Ministra da Saúde da época e chegou à televisão e às primeiras páginas dos jornais.

Capa alternativa da reedição da Bao Publishing, pintada por Massimo Carnevale

Exemplo perfeito do altíssimo nível de qualidade que os fumetti da Bonelli podem alcançar, Mater Morbi é também a porta de entrada ideal para o universo fantástico (a todos os níveis) de Dylan Dog, o detective do oculto.

Esboços da página 90

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

3 Comentários

  1. Para os leitores Brasileiros… em breve também sairá no Brasil pela Editora Lorentz o nº 2, e em breve teremos surpresa para o nº 3.
    A Levoir acertou em publicar Dylan Dog; é um grande personagem.

  2. Não sou fã de Dylan Dog mas a capa alternativa pintada por Massimo Carnevale é excelente!

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