BANG! BANG! BANG! TEX CHEGOU À AMADORA – 1

Foi um aguerrido Tex Willer (magistralmente caracterizado por Ricardo Leite) que deu as «boas vindas», de forma espectacular (como podem ver na imagem supra), aos visitantes da exposição comemorativa dos 70 anos do famoso Ranger, aberta ao público no passado sábado, dia 29 de Setembro, na Amadora. Não se ouviram balas a sibilar pelos ares, porque o Ricardo só usa pólvora seca… Mas foram muitos os cumprimentos, os beijos e os abraços trocados pelos presentes, entre os quais havia também um numeroso grupo feminino, o que já começa a ser habitual nestes efusivos encontros texianos.

Por Jorge Magalhães (texto) e Dâmaso Afonso (fotografias) [1]

Poucas vezes assistimos a uma concentração tão grande de pessoas na nova sede do Clube Português de Banda Desenhada (CPBD), sita na Avenida do Brasil, 52-A, Falagueira, Amadora. E isso deveu-se à cerimónia de abertura da citada exposição, que contou (como foi largamente noticiado por nós), com a presença de dois ilustres convidados: os autores italianos Bruno Ramella (desenhador de Tex) e Moreno Burattini (crítico e argumentista, que por sinal também desenha). Depois de um animado colóquio, com a intervenção dos dois autores e de Pedro Mota, presidente do Clube Português de Banda Desenhada, José Carlos Francisco, presidente do Clube Tex Portugal, e Mário Marques, director da revista do mesmo Clube, seguiu-se uma sessão de autógrafos — a mais concorrida, também, que já se realizou no CPBD, pois houve quem tivesse vindo de muito longe (até do Brasil, pasme-se!) para conhecer os dois reputados autores italianos e ganhar, como recompensa da viagem, os seus autógrafos e desenhos.

Na impossibilidade de chegar perto deles, assediados por uma legião de fãs (alguns carregados de livros e revistas), sôfregos por conseguir um autógrafo e (ou) um desenho — e que, por isso, não deram tréguas a Ramella e Burattini, durante mais de duas horas —, pedi à Catherine, minha companheira, que aproveitasse uma aberta para obter também um almejado original, o que ela conseguiu, ao cabo de longa espera, como prova a ilustração que aqui reproduzimos, com uma amável dedicatória de Bruno Ramella.

Tex de Bruno Ramella para Jorge e Catherine

Eu próprio estava rodeado de amigos que já não via há algum tempo (por isso, a conversa prolongou-se, como sempre acontece); e, no meio da confusão, nem sequer tive oportunidade de agradecer ao mestre italiano o seu precioso original. Fê-lo a Catherine por nós. Infelizmente, ela não conseguiu repetir a proeza com Burattini — do qual também desejávamos, como é óbvio, obter um desenho. Mas quando me despedi dos meus amigos, vi com pesar que ambos, Ramella e Burattini, já tinham partido, a caminho do restaurante onde ia realizar-se um jantar de convívio, no Cacém, com a direcção do Clube Tex Portugal e outros texianos presentes, e ao qual nós não pudemos comparecer.

A desilusão foi grande, mas paciência, resta-nos a consolação de os ter conhecido e ouvido — ambos, afáveis e bem dispostos, foram brilhantes nas suas dissertações, traduzidas oportunamente por José Carlos Francisco, que domina com fluência o italiano — e de possuir, agora, os seus autógrafos num dos cartazes do evento, e um magnífico retrato de Tex, sem chapéu (o que não é muito comum), pelo traço de Bruno Ramella.

GRAZIE, MAESTRO!

Carlos Gonçalves, Pedro Mota, Bruno Ramella, José Carlos Francisco e Moreno Burattini, numa das salas do CPBD, onde está patente outra exposição

As fotos anexas, excepto a primeira (extraída do Tex Willer Blog), com alguns instantâneos desta memorável reunião na sede do CPBD — para prestar mais uma homenagem ao «idoso» Tex Willer e a alguns dos seus criadores, através de 30 pranchas expostas na galeria principal do Clube —, foram-nos enviadas pelo nosso bom amigo Dâmaso Afonso, cujos valiosos préstimos queremos também agradecer.

Além das pranchas de 30 excelentes artistas que deram diversificada expressão gráfica às aventuras de Tex, durante a sua longa carreira de sete décadas, o CPBD expôs também, em vitrinas, alguns raros e curiosos itens texianos (livros, revistas, posters, cartazes, estatuetas, cromos, pins, etc.), oriundos de colecções particulares. Essas imagens, a crédito igualmente de Dâmaso Afonso, serão apresentadas num próximo post.

[1] (Texto publicado originalmente no Blogue “Era uma vez o Oeste, em 1 de Outubro de 2018)

(Para aproveitar a extensão completa da imagem acima, clique na mesma)

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