As novas capas de Claudio Villa para a “Collezione storica a colori”

Caros Texianos,
Notamos com prazer, através de alguns comentários aqui no blogue português do Tex, que não vos escapou a extraordinária iniciativa editorial recentemente lançada na Itália pela Sergio Bonelli Editore feita em colaboração com o quotidiano “Repubblica” e o semanário “L’espresso”.

Moreno Burattini, José Carlos Francisco, Claudio Villa, Dorival Lopes e Gianni PetinoA “Collezione storica a colori” (este é o seu título) apresenta – pela primeira vez inteiramente a cores – as clássicas aventuras de Tex realizadas por Gianluigi Bonelli e Aurelio Galleppini desde o longínquo ano de 1948, em elegantes volumes semanais de trezentas páginas e em grande formato. Também devido à maciça campanha promocional em redor, a colecção tem suscitado a curiosidade de muitos leitores italianos junto da casa matriz: nestes últimos meses, com efeito, a quantidade de correspondência que tem chegado à secretária de Sergio Bonelli tem notavelmente aumentado ao que conseguimos apurar.

cop TEX V11A pergunta mais recorrente entre tantas, diz respeito ao esquema das novas capas (podem ver aqui a ilustrar este texto, duas capas correspondentes a dois volumes editados em Abril):
Como jamais aconteceu, por exibirem a assinatura de Claudio Villa, as capas saídas até agora nesta colecção colocam em prática uma técnica totalmente diferente daquela usada nas capas da série inédita e nos “pósteres” incluídos em Tex Nuova Ristampa?

A observação, de todo exacta, não pode deixar de regozijar Sergio Bonelli pelo estilo usado para a ocasião por parte de Villa, já que corresponde a um seu preciso e particular pedido: querendo distinguir de qualquer outra precedente, nesta especialíssima proposta, Sergio Bonelli pediu a Claudio Villa, desenhador oficial das capas de Tex, para “inventar” uma técnica (mas também um tipo de enquadratura) que recordasse as primeiras vinhetas executadas por Galep nos anos cinquenta.

No imaginar do editor italiano deveria tratar-se de uma espécie de jogo entre o editor, o desenhador e os leitores, pensado para acrescentar um ulterior toque de novidade a uma colecção que, graças às cores, já se distingue de todas as outras. Mas quem pode responder melhor à pergunta se não o próprio Claudio Villa?

cop TEX V12A entrega deste trabalho foi precisa e fascinante … “ confessou-nos Claudio Villa. “Galep foi único e inimitável e para me achegar da sua atmosfera, tive que tirar do desenho cada traço do meu estilo, simplificar o traço, usar os esboços “quentes” que davam vida às suas rochas e limitar-me muito no quesito das vestimentas. O Galep daquele período era ágil e desembaraçado, arejado e nada estático; estudando-o, tenho por vezes uma sã inveja de como conseguia delinear com dois traços, um rosto, um gesto, uma paisagem. Para efeitos de comparação tenho debaixo de olho um outro grande nome da banda desenhada e a quem o mesmo Galep admirava: Alex Raymond. A época cultural, o gosto por um traço elegante e sintético, a pose plástica e dinâmica fazem parte do mesmo universo. É um prazer que atenua a fadiga, descobrir uma síntese gráfica do passado e reportá-la no presente. Assim, o jogo entre o editor, desenhador e leitores ao qual acenava a proposta inicial, pode tornar-se mais interessante: fazer reviver o Tex de Galep. Como se ele estivesse ainda aqui!”.

Texto de José Carlos Francisco, baseado na rubrica “Caro Tex…”, de Sergio Bonelli, inserida em Tex Nuova Ristampa nº 182 de 28 de Abril de 2007.

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