E ao oitavo volume, a colecção Bonelli Levoir/Público, alarga a demonstração de um dos conceitos que está na base da actividade editorial da Sergio Bonelli Editore: a diversidade.
Até agora os volumes editados tinham por base a ancoragem na realidade – mesmo que mais ou menos ficcionada, conforme os casos – atendo-se a realidades concretas, a locais definidos e reconhecíveis e a espaços temporais quase sempre (relativamente) contemporâneos – o oeste de Tex, a Londres de Dylan Dog, o Portugal (!) de hoje de Dampyr, a Garden City de Julia (espelho de tantas grandes metrópoles)… Todos praticamente contemporâneos, se retirarmos desta enumeração Tex ou ainda Le Storie.
Mas, agora, com Dragonero, a mudança é radical: passamos do reconhecível para o fantástico – o mundo de Erondar; abandonamos o concreto, por um imaginário onde há demónios e dragões; esquecemos os protagonistas que podemos encontrar ao virar da esquina, por uma dupla constituída por um humano e um… ogre.
Dragonero significou, em 2007, uma aposta da Bonelli no género fantasia heróica, aceitando uma proposta dos seus criadores e correspondendo a uma procura crescente, hoje acentuada graças a A Guerra dos Tronos.
A Primeira Missão, primeira história a cores da série, agora disponível em português, narra o encontro dos principais protagonistas, Ian e Gmor, uma dupla que, com as devidas diferenças, e de forma menos acentuada na disparidade das suas características intrínsecas, faz recordar outras que pontuam séries Bonelli: Martin Mystère e Java – a inteligência e a força bruta -; Zagor e Chico – a coragem e o contraponto humorístico; mais distante na comparação, Tex e Kit Carson – o optimista e o pessimista…
Situada após o abandono do exército imperial por Ian, entretanto caído em desgraça por algo que apenas conseguimos entrever de forma difusa, esta história relata o seu reencontro com Gmor, e uma missão de salvamento que vão efectuar em conjunto, como prelúdio do futuro que a partir daí os unirá como batedores num mundo conturbado e em mudança, ameaçado pelos poderes das trevas, pelos dragões e pela sempre incontornável ambição humana.
Porta de entrada – num género de que não sou particularmente apreciador – cumpre – como sempre na Bonelli – em termos gráficos e narrativos classicistas, a sua missão de divertir e entreter e entreabre portas que deixam os leitores curiosos e com vontade de conhecer mais sobre o intrigante e fantástico mundo de Dragonero, o caçador de dragões. .
*Pedro Cleto, Porto, Portugal, 1964; engenheiro químico de formação, leitor, crítico, divulgador (também no Jornal de Notícias), coleccionador (de figuras) de BD por vocação e também autor do blogue As Leituras do Pedro
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2 Comentários
Não vejo a hora deste material chegar ao Brasil. Há rumores que será publicado por alguma editora brasileira. Você que tem contatos na Bonelli, sabe de algo pard Zeca???
Oficialmente nada sei, pardBanzé, mas também chegaram rumores dessa notícia aqui em Portugal…
Espero que venha a ser uma realidade tamanha é a qualidade de Dragonero…
Não vejo a hora deste material chegar ao Brasil. Há rumores que será publicado por alguma editora brasileira. Você que tem contatos na Bonelli, sabe de algo pard Zeca???
Oficialmente nada sei, pard Banzé, mas também chegaram rumores dessa notícia aqui em Portugal…
Espero que venha a ser uma realidade tamanha é a qualidade de Dragonero…