Almanaque Tex 29: O Último Refúgio

Almanaque Tex 29 - O Último RefúgioArgumento de Claudio Nizzi, desenhos de José Ortiz e capa de Claudio Villa.
Com o título original Mescalero Station, a história foi publicada em Itália no Almanacco del West 2006 e no Brasil pela Mythos Editora no Almanaque Tex nº 29.

A caminho de Forte Apache, Tex surpreende um grupo de apaches que está a atacar um rancho isolado. Depois de repelir os índios, Tex ajuda os dois únicos sobreviventes deste ataque, um velho e o seu neto. A partir daqui, o objectivo do ranger passa por levar os dois em segurança até Forte Apache, mas o bando de índios, chefiado por Jorobado não desiste e vai em perseguição de Tex.

Mais uma aventura nizziana onde Tex actua a solo, sem ajuda de qualquer um dos pards. Poderão faltar os deliciosos diálogos entre o tição do inferno e o velho cabelos de prata, poderá faltar a actuação do grupo cuja estratégia é sempre perfeitamente delineada e a contento, mas a verdade é que, para os velhos saudosistas de um Tex pragmático, duro e implacável, a aventura é servida em doses quante baste. Se olharmos por esse prisma bonelliano de um Tex fulgurante, pois bem, “Mescalero Station” serve tiroteio a rodos, perseguições duras e um Tex seguro de si. Ou seja, por si só a aventura é perfeitamente linear, com um fio condutor bem preciso que consiste em salvar um velho e o seu pequeno neto, conduzindo-os sãos e salvos do bando de Jorobado até Forte Apache.

Tex em acção, por OrtizEstamos perante uma pequena homenagem daqueles filmes épicos de western, de mestres como John Ford, Sam Peckinpah ou Howard Hawks que evidenciavam a bravura e a luta de homens duros perante o perigo, mas ao mesmo tempo sensíveis ao apelo do velho oeste. A aventura tem o seu toque de memorável nesse aspecto, mas no fundo e a bem dizer ela pouco acrescenta à saga texiana, excepção ao facto de Nizzi apresentar o Tex mais bonelliano dos últimos tempos. Um Tex que, sozinho, tem o mérito de se bater contra forças em número superior, levando a bom porto o seu objectivo. Um Tex que luta titanicamente, mas que também sabe procurar e merecer a sorte. Como alguém já escreveu, esta é uma história de Tex, qualquer coisa que Nizzi não fazia desde há algum tempo.

Arte de OrtizMais uma aventura desenhada por José Ortiz, cujo ritmo de trabalho parece não ter travagens, sem que a qualidade se ressinta. O autor espanhol dá uma vez mais mostras de todo um saber e toda uma experiência acumulada pelos anos e que se reflecte em cenas de grande qualidade como as nocturnas (onde o seu trabalho de predominância do negro merece outros formatos) ou de acção, como as do ataque à estação postal ou os confronto no rio.

Texto de Mário João Marques

2 Comentários

  1. Uma história divertida, mas realmente não tem nada de especial. Diferente do Almanaque Tex 30, que é belíssimo. Aliás, bem que poderia resenhar esse!

    Ah, sim, coloquei online no meu blog mais uma resenha de Tex, da história “O Garoto Selvagem”.

  2. Amigo Yudae,
    Nem de propósito, a resenha ao Almanaque 30 está mesmo na calha. Tem toda a razão, trata-se de uma belíssima história. E já agora, vou ler a sua resenha do Garoto Selvagem, pois trata-se de uma aventura que também gostei muito e que tenho por aqui a minha apreciação feita na altura. Calhando, virá para o blogue logo a seguir ao Almanaque 30
    Um abraço amigo

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