A experiência PORTUGUESA de Keiko Ichiguchi (esposa de Andrea Venturi) – Parte 7

Keiko Ichiguchi, desenhadora e esposa do grande, e também desenhador, Andrea Venturi, fez questão de homenagear a 4ª Mostra do Clube Tex Portugal e a sua passagem por Portugal, publicando as suas impressões pessoais sobre esta sua experiência portuguesa no seu blogue pessoal “KeikoSan”!

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Por Keiko Ichiguchi [1]

Às vezes questiono-me qual o meu papel neste mundo. De vez em quando fico deprimida perguntando-me “Eu publiquei alguns livros e algumas histórias de banda desenhada, mas tudo isso tem algum significado?” Em casos do género, porém, encontrar inesperadamente os leitores dos meus livros e das minhas histórias ajuda-me bastante  a recuperar desse estado. E também em Portugal, isso também voltou a acontecer comigo.


Eu pude visitar Portugal pela primeira vez graças ao Clube Tex Portugal e ao meu marido (um dos desenhadores de Tex). E, tanto quanto eu sei, os leitores de “Tex” não se interessam muito pela banda desenhada japonesa. Então, quando o presidente do Clube do Tex me disse que uma moça, uma leitora de banda desenhada japonesa, queria conhecer-me, fiquei muito surpreendida.

Eu ouvi dizer que o mercado de banda desenhada em Portugal é muito reduzido e somente poucas histórias japonesas foram publicadas. De mim, nenhum título! Então, como é que me conhece?

Era uma rapariga tímida acompanhada pelos seus pais. Se não me recordo mal, tinha cerca de 14 anos. Conversamos em inglês até ao término do jantar organizado pelo clube português.

Ela conhecia-me porque tinha lido uma história minha intitulada “1945” publicada no Brasil, ou seja, em português.

Esta história fi-la há cerca de vinte anos para uma revista japonesa. No Japão não chegou a ser publicado nenhum volume, mas na Itália, sim. Mas em 2007 também foi publicada no Brasil. Desde então passaram-se dez anos. Contudo, encontramo-nos em Portugal.

“Eu ouvi dizer que em Portugal a banda desenhada japonesa não é muito publicada. Como fazes para lê-las?”
“Na Internet.”
“Em inglês?”
“Sìm.”
“Quais os títulos que aprecias mais?”
“Ataque dos Gigantes!”
Oh! Isso significava que ela estava a seguir a banda desenhada japonesa actual! (^ ^)

Eu conversei com ela, fazendo-lhe também um desenho para ela. E então lembrei-me de uma coisa.
“Agora para ela eu sou a primeira desenhadora japonesa que ela conheceu…”

Que responsabilidade!
Eu lembro-me de quanto também eu desejava conhecer uma autora.
Por isso, eu espero imenso que este nosso encontro seja uma boa recordação para ela, mesmo que um dia acabe por me esquecer. Agora talvez eu possa convencer-me que o que eu fiz até hoje tenha algum significado.

Desenho de Keiko Ichiguchi para a Catarina devidamente dedicado pela desenhadora japonesa

Agradeço-a por me ter dado o privilégio de ter o papel de “a primeira autora de banda desenhada japonesa que ela conheceu”.

[1] (Texto publicado originalmente no blogue “KeikoSan, em 27 de Agosto de 2017)

Para os curiosos, esta à esquerda é a velha versão italiana de “1945”.

Enquanto esta à direita é a última reedição italiana. Espero que se vos interessar, comprem esta versão mais moderna (^ ^;)

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