ESTATÍSTICAS BONELLIANAS – 2019: CAPAS & CORES

Por Saverio Ceri

CAPAS & CORES

Quarta e última parte dedicada aos números bonellianos de 2019. Desta vez, descobriremos principalmente os dados relacionados aos autores das capas e aos coloristas. Para os capistas há que precisar que as capas que aparecem na classificação são apenas as inéditas encomendadas pela Bonelli para os seus volumes. Não foram contabilizadas imagens “recicladas”, isto é, feitas no passado para outros fins (como capas de edições estrangeiras ou ilustrações para eventos de banda desenhada) e usadas como capas para os volumes de banca ou volumes de livraria; assim como não foram contabilizadas capas, embora inéditas, publicadas por outras editoras (como por exemplo as do Dylan Dog para La Gazzetta dell Sport). Também não foram contabilizadas capas realizadas pela redacção criadas com montagem e coloração de imagens internas dos álbuns. Fazem parte desta categoria quase todas as capas de Cani Sciolti, as de Darwin, mas também as de alguns volumes, como I racconti di Domani de Dylan Dog ou l’Apocalisse de Castelli e Roi.
Para os coloristas, deve-se precisar que para os álbuns assinados por várias mãos, tentei, tanto quanto possível, creditar o melhor possível as várias páginas; não posso dizer que o tenha conseguido totalmente; na verdade, exorto os coloristas envolvidos nessas revistas com várias assinaturas a relatar imprecisões, se as encontrarem, ajudando-me a corrigir as cronologias das séries envolvidas, atribuindo a cada um os seus próprios méritos.
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Entre as 253 capas inéditas de 2019, esta variante de Paolo Campana, é uma das mais originais.

Este ano, 61 ilustradores foram chamados para criar as 253 capas inéditas das revistas e livros da casa Bonelli; Foram encomendadas 213 capas para publicações inéditas e 40 para volumes, variantes ou reimpressões. Números ligeiramente abaixo do recorde de 64 desenhadores e 271 capas do ano passado.

De seguida mostra-se a classificação dos artistas das capas, pelo número de capas publicadas. O “E” de estreante refere-se ao facto de ser a estreia nesta categoria para a Bonelli.


Alessandro Piccinelli é o artista de capa mais produtivo do ano pela primeira vez. Piccinelli, graças a uma capa extra zagoriana, a do Tex Color outonal, consegue superar o seu colega Gigi Cavenago, que tendo ficado “órfão” do Dylan Dog do Tiziano Sclavi, foi incapaz de manter a liderança conquistada nos dois anos anteriores. O veterano Claudio Villa, com 18 capas, conquista seu 23º pódio consecutivo, dos quais 16 no degrau mais alto. Por fim, destacamos a presença de algumas capas puramente gráficas criadas por Brembilla e Campana para as caixas, produzidas para Lucca, de Dragonero e Dylan Dog.

Alessandro Piccinelli, o herdeiro de Ferri nas capas de Zagor é o capista mais publicado em 2019.

Também para os autores das capas, já que estamos no final da década, vamos dar uma olhada nos números relativos à última década.
As capas inéditas publicadas entre 2010 e 2019 foram 2074, desenhadas por 144 capistas. Comparado com a década anterior, há um aumento de 20% das capas e de 176% dos desenhadores das capas. Aqui está o ranking dos 20 principais ilustradores por número de capas desenhadas:
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O desenhador de capas mais publicado pela segunda década consecutiva é Claudio Villa, enquanto Enea Riboldi conquista o segundo lugar graças ao facto de ser um dos poucos capistas históricos (juntamente com o mesmo Villa e com Alessandrini) que não foi substituído nesta década.
Ao longo dos anos levados em consideração, de facto, houve mudanças entre Stano e Cavenago em Dylan Dog, entre De Angelis e Giardo em Nathan Never, entre Soldi e Spadoni em Júlia e a inevitável entre Ferri e Piccinelli em Zagor. As “meias capas” são, obviamente, filhas de ilustrações realizadas a quatro mãos.
 

Outra capa assinada por um gráfico é a de Matteo Brembilla para a variante de Dragonero contida na Ribellli Box.

Vamos agora dar uma olhada na categoria dos coloristas. Este ano, foram 6419,17 as páginas que apresentaram cores inéditas, ou seja 6,07% a menos que no ano passado. A vinheta que torna o resultado decimal é culpa dos Bonelli Kids e da sua única história, parcialmente colorida e parcialmente inédita.
As páginas inéditas publicadas em technicolor foram 4.275,17, 26,04% a menos em relação aos doze meses anteriores. O encerramento dos títulos para jovens certamente influenciou este número.
A incidência das páginas a cores no total cai este ano para 17,61%, uma queda acentuada em relação a 2018.
Os coloristas (ou estúdios de coloristas) empregados caíram para 49 unidades mais uma pequena parte de páginas não creditadas; por isso encontrará na parte inferior do ranking um número de páginas coloridas… não se sabe por quem.
Um esclarecimento: páginas já coloridas em ocasiões anteriores e simplesmente republicadas não são atribuídas; por exemplo, as páginas de Tex e Zagor Classic faltam na contabilização (as cores são as habituais da Collezione Storica do La Repubblica), enquanto no caso da colecção Dylan Dog de Tiziano Sclavi, a Luca Bertelè foram atribuídas metade das páginas, porque, mais que colori-las,  enriqueceu-as com efeitos vintage. Aqui está a classificação completa:
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O vencedor também este ano é um estúdio e não um único colorista. Graças às cores da edição de livraria de Tex Willer, a histórica GFB comics, que colabora com a Bonelli há 35 anos, conquista o primeiro degrau do pódio… mas também o segundo visto que, sob a coordenação de Mauri, lidou com quatro números de outra reimpressão: Storia del West. Permanecemos no âmbito do western e encontramos Celestini no terceiro degrau do pódio, ele que é o principal responsável pelas cores de Tex.

Oscar Celestini o principal colorista de Tex, terceiro colorista mais usado na editora milanesa em 2019.

Vamos encerrar o tópico dos coloristas, dando uma olhada no Top Twenty da década. Nesta década, que viu a entrada dominante das cores na editora, foram necessárias 34665,83 as páginas que exigiram o processo das cores, das quais 28354,83 inéditas. Foram 143 os desenhadores ou estúdios que realizaram as cores bonellianas entre 2010 e 2019. De seguida está a lista dos vinte primeiros pela ordem de páginas coloridas.
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Encerramos a quarta parte dos números bonellianos de 2019, com os dados relacionados às edições fora-de-série.
Este ano os volumes especiais foram 50, um a mais do que 2018, o que eleva o número total dos extras bonellianos a exactamente 900!
As páginas fora-de-série foram 7129, praticamente 7%  a menos do que no ano passado.
O personagem do qual foram publicadas mais páginas fora das séries regulares foi, este ano, pela primeira vez, Zagor, que interrompe uma série de 12 anos de domínio dylandoguiano. Entre outras coisas, as 1630 páginas fora-de-série do Espírito com a Machadinha representam um recorde absoluto nos últimos doze meses.
Moreno Burattini com 945 páginas foi o escritor mais publicado em álbuns fora-de-série em 2019; volta a sê-lo pela sexta vez na sua carreira, após doze anos sobre a anterior “vitória”.
Novamente um zagoriano, Oliviero Gramaccioni, com 286 páginas é, pela primeira vez, o desenhador mais “especial” do ano..

Burattini e Gramaccioni, a dupla mais especial de 2019.

Completa o pleno zagoriano Alessandro Piccinelli, que com 7 capas foi, pelo segundo ano consecutivo, o capista mais utilizado nos especiais bonellianos.
Por este 2019 é tudo; se vos escapou quaisquer números, podem encontrá-los na primeira parte dedicada aos personagens, na segunda na qual falamos sobre os argumentistas ou na terceira onde nos ocupamos dos desenhadores.
Marcamos um novo encontro na próxima década!

Saverio Ceri

Material apresentado no blogue Dime Web em 30/12/2019; Tradução e adaptação (com a devida autorização): José Carlos Francisco.
Copyright: © 2019, Saverio Ceri

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