ESTATÍSTICAS BONELLIANAS – 2019: YOUNG GUNS

Por Saverio Ceri

YOUNG GUNS

Terceiro apontamento com o resumo da safra bonelliana do ano que estás prestes a findar. Um esclarecimento antes de começar, sobretudo porque se irá falar de desenhadores: algumas edições são assinadas por várias mãos, muitas mãos; Essa abundância de assinaturas às vezes impede a equipa editorial de indicar quais páginas individuais da edição em questão são desenhadas por um ou por outro ilustrador.
Por isso, existem volumes nos quais dois a oito desenhadores colocaram as mãos, muitos dos quais são recém-chegados (e, portanto, com uma característica menos reconhecível), “amalgamados” em alguns casos pelos coloristas, que, por um lado com o seu trabalho, facilitam a fusão entre os estilos que impedem desfasamentos brutais de design, por outro lado, complicam a atribuição dos autores dos desenhos originais.
Portanto, ao tentar creditar melhor as várias tabelas, não se diz que tal foi conseguido; pelo contrário, exorto os desenhadores e os coloristas envolvidos nesses volumes com várias assinaturas a relatar imprecisões, se as encontrarem, ajudando-me a corrigir as cronologias da série envolvida, dando a todos os seus próprios méritos.

Desta vez debaixo dos holofotes, como dissemos anteriormente, estão os ilustradores, os 195 desenhadores que este ano nos brindaram com os seus lápis e tintas da china. Comparado ao ano anterior, um ano recorde, há 34 a menos e apenas 12 estreantes contra os 47 de 2018. As young guns do título não são tanto para indicar a idade dos ilustradores que surgiram este ano (autores que estrearam na Bonelli com menos de trinta anos, por exemplo, existem muito poucos), bem como os novos nomes que encontraremos nas partes superiores do ranking; Entre os dez desenhadores mais publicados deste ano, descobriremos que apenas um par havia vencido uma safra anual bonelliana.

A série di Tex Willer (aqui desenhado por Carnevale) contribuiu para posicionar nas primeiras posições os seus desenhadores.

Entretanto de seguida podemos ver, classificados pelo número de páginas publicadas nos últimos doze meses, todos os desenhadores Bonelli publicados este ano. Recordamos que o “PB” verde ao lado do nome significa Personal Best, caso o desenhador em questão tenha estabelecido seu recorde pessoal de páginas bonellianas publicadas este ano (o “PB” amarelo, no caso de recorde igualado), e que  o “E” significa Estreante, e que os números decimais são a consequência de histórias assinadas por várias mãos.


Marco Foderà
é, pela primeira vez, o desenhador bonelliano mais publicado do ano; e é de forma surpreendentemente, pois nos seus 17 anos como bonelliano, de facto, ele nunca subiu ao pódio, nunca superou as 282 páginas anuais. Em suma, ele não é um velocista dos quadradinhos, no entanto, evidentemente nos últimos três anos em que não foi publicado, acumulou páginas sobre páginas, muitas das quais viram a luz do dia neste 2019.

Marco Foderà consegue entre Mister No e Le Storie ser o desenhador mais publicado em 2019 na casa Bonelli.

Há quase trinta anos na Bonelli, Bruno Brindisi ficou em segundo lugar; ele também nunca venceu, mas pelo menos uma vez, em 1994, conseguiu alcançar o segundo degrau do pódio. Também Darko Perovic, medalha de bronze, aproveita três anos de ausência nas páginas bonellianas para alcançar pela primeira vez na sua carreira, não apenas no Top Ten, mas também o degrau mais baixo do pódio.
Entre os dez primeiros, apenas De Angelis (quarto) e Roi (décimo) podem ostentar dois títulos no palmarés. A propósito de Top Ten, entram pela primeira vez, além de Perovic, também Benevento e Kerac, enquanto os irmãos Esposito são os únicos que conseguem repetir-se um ano depois; outros 9 desenhadores são nomes novos em comparação a 2018.

Entre os desenhadores publicados este ano, quem colabora há mais tempo com a editora milanesa é Giorgio Trevisan, cuja primeira aparição nos volumes da SBE foi em 1967, nas edições 2 e 3 da Storia del West de Gino D’Antonio; episódios, entre outras coisas, reimpressos recentemente pela editora da Via Buonarroti em colaboração com a If de Gianni Bono. Entre os decanos bonellianos publicados este ano estão, por ordem, Roberto Diso, que está na Bonelli há 44 anos, Giancarlo Alessandrini há 42, e dupla Montanari & Grassani que comemorou este ano 40 anos na editora.

Provas texianas de Giorgio Trevisan, que cruzou os caminhos do Águia da Noite depois de 52 na Bonelli.

Como sempre, mencionamos os desenhadores mais constantes, publicados continuamente por décadas, como Giovanni Freghieri, que responde presente pelo 35º ano consecutivo, mais um que Montanari & Grassani; Seguem-nos Brindisi publicado ininterruptamente há 30 anos, Rodolfo Torti há 27, Michelazzo há 25 e  Piccoli há 22.
Por outro lado, após 23 anos consecutivos de presença nos volumes bonellianos, a série positiva de Luca Enoch como desenhador é interrompida.
Tal como para os escritores, vamos dar uma olhada, série por série (com pelo menos 500 páginas inéditas produzidas), para os desenhadores mais publicados neste 2019. Abaixo, encontrará todos eles listados em ordem de série, com o número de páginas que permitiram ” ganhar “a safra deste ano e com o número de títulos conquistados pela série em questão.
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Além dos muitos nomes novos, como indica o facto de muitos conquistarem o seu primeiro “campeonato” de série, assinalamos que De Angelis está no quarto título anual, mas os três anteriores “venceu” com Nathan Never; enquanto Gigi Simeoni possui dois outros títulos, mas como argumentista mais publicado (de Dylan Dog no ano passado e de Le Stories este ano).
 
Tal como para os personagens e argumentistas passemos agora aos dados relativos à década que se concluirá daqui a poucos dias.
Foram exactos 459 desenhadores publicados nos volumes bonellianos na década dos Anos Dez, quase 86% a mais do que os 247 ilustradores vistos a trabalhar na primeira década do século nos quadradinhos de Tex & Companhia. Curiosamente, 247 também são os desenhadores que estrearam na casa Bonelli nos últimos dez anos, o mais produtivo entre eles foi Luca Casalanguida, 36º no ranking da década, que a partir de 2011 colocou a sua arte à disposição de Nathan Never, Lukas, Adam Wild, Orfani e Dylan Dog e Cani Sciolti.

Cartaz promocional, criado por Luca Casalanguida, para um dos volumes desenhador por si

Para não bater o recorde do post mais longo do Blogue do Tex, poupamo-vos da lista completa dos 459 desenhadores da década, limitando-nos, como para os escritores, ao ranking das vinte primeiras posições:
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Destaque para Corrado Roi, que nos últimos doze meses conseguiu não apenas manter, mas inclusive aumentar a vantagem sobre o histórico colega da equipa dylandoghiana, Giovanni Freghieri. Medalha de bronze da década para Marcello Mangiantini. Os irmãos Esposito aproveitam a falta de publicação de histórias desenhadas por Luca Enoch para ultrapassá-lo no quarto lugar; feito que, por menos de uma página (digamos 5 vinhetas, vistas as casas decimais) não foi conseguida por Gianni Sedioli. Cossu, Marinetti e Luigi Piccatto conseguem in extremis alcançar Casertano no Top Ten da década. Dos dez primeiros saem Boraley, Giardo e Bonazzi.

Página da recente Apocalipse desenhada por Corrado Roi, o desenhador mais publicado na Editora Bonelli nos últimos dez anos.

Uma curiosidade, nos anos 70 para fazer parte dos dez desenhadores mais publicados eram precisas mais de 2500 páginas; nos anos 80, 2300 eram suficientes; nos anos 90, 2200; na última década, menos de 2000; nestes Anos 10, foi suficiente 1900 páginas para entrar na elite dos velocistas bonellianos do lápis.
Comparando com a década anterior permanecem no Top Ten: Freghieri (caiu do primeiro para o segundo lugar), Enoch (que mantém a posição) e Luigi Piccatto (que passa do nono para o décimo).
Se quiséssemos elaborar um ranking dos desenhadores mais produtivos do terceiro milénio (que começa em 2001 e, portanto, não é exactamente sobreposto às duas últimas décadas), hoje no pódio estariam por esta ordem; Freghieri, Roi e Enoch.
Encerramos aqui esta terceira parte dos números bonellianos de 2019, convidando-vos a descobrir nos “episódios” anteriores todos os números das personagens e as classificações dos argumentistas. Voltaremos a encontrar-nos novamente ainda neste final do ano  para o quarto e último post dedicado aos números bonellianos de 2019: irá falar-se de capistas, coloristas e álbuns especiais.

Saverio Ceri

Material apresentado no blogue Dime Web em 27/12/2019; Tradução e adaptação (com a devida autorização): José Carlos Francisco.
Copyright: © 2019, Saverio Ceri

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