ESTATÍSTICAS BONELLIANAS – 2019: BOSELLI, O INEXORÁVEL

Por Saverio Ceri

BOSELLI, O INEXORÁVEL

Aqui estamos com a segunda parte dos números bonellianos de 2019, onde descobriremos quem escreveu, página por página, as mais de vinte e quatro mil páginas inéditas de banda desenhada produzidas pela Bonelli nos últimos doze meses.

O implacável e inesgotável Mauro Boselli produziu este ano, sozinho, mais de 10% das mais de 24.000 páginas bonellianas. Ilustração de Maurizio Dotti.

Este ano foram publicadas nas páginas dos volumes da Sergio Bonelli Editore aventuras concebidas por 79 escritores diferentes. Apenas mais um que no ano passado. No entanto, trata-se do segundo melhor resultado de sempre depois dos 92 argumentistas empenhados em 2017. Oito são as assinaturas de novos autores na casa  Bonelli, embora o último da lista, Majo, não seja exactamente desconhecido para os leitores bonellianos, tendo no seu activo 1784 páginas desenhadas para a editora de Tex & Companhia.
Todos os setenta e nove nomes encontram-se alinhados, na tabela abaixo, pelo número de páginas publicadas; descobrirão em quais personagens colaboraram e se o resultado dos últimos doze meses é o seu Personal Best (PB verde se superado, PB amarelo se igualado) ou se eles estão a estrear-se (E), na editora. Os números periódicos que encontrarão são filhos de histórias escritas por várias mãos.

Também este ano, pela décima sexta vez na sua carreira, a nona consecutiva é Mauro Boselli, o escritor mais publicado da editora. O responsável por Tex e Dampyr alcança seu segundo melhor resultado anual de todos os tempos, após o recorde absoluto de 2774 páginas em 2013.
Atrás dele, Moreno Burattini, nunca tão presente nos volumes bonellianos como nos últimos doze meses; seguido por sua vez por Gianfranco Manfredi, que graças à safra completa de Cani Sciolti, o retorno de Mágico Vento e uma aparição em Tex retorna ao pódio dos argumentistas mais prolíficos depois de quatro anos.
A propósito de pódios, Boselli está presente pela vigésima segunda vez, a décima sexta consecutiva; Burattini conquista-o pela quinta vez na sua carreira, dez anos após a última aparição; Manfredi alcança-o pela nona vez. Tanto para o autor de Zagor como para o de Mágico Vento, a façanha também pode ser explicada por um acúmulo de histórias inéditas, uma vez que apesar de ambos estarem habituados a estes lugares cimeiros, o ano passado tinham ficado fora dos dez primeiros lugares.
Além dos dois “medalhados” deste ano, entram para os primeiros dez lugares também Davide Rigamonti (com a sua terceira presença após 2012 e 2014) e Michele Masiero, depois de quinze anos da sua primeira e até agora única presença no Top Ten; tanto para o autor de Odessa quanto para o director editorial da editora, trata-se da safra mais produtiva na carreira de ambos.

O regresso aos quiosques de Mister No contribuiu para o ano produtivo de Michele Masiero, um ano recordista. Capa de Valdambrini.

É quase inútil sublinhar que o incansável Boselli frequenta o círculo dos dez autores mais publicados continuamente desde 1994; Para entender a natureza excepcional da constância boselliana, basta pensar que depois dele, os dois membros mais “velhos”, em termos de presenças consecutivas, são Ruju e Berardi, respectivamente presentes por apenas 6 e 5 anos no Top Ten.
Entre os escritores publicados este ano, o veterano é sempre Alfredo Castelli, agora no seu 48º ano bonelliano, seguido por Giancarlo Berardi, que assina edições da SBE há 42 anos, e Maurizio Mantero, que comemorou este ano os seus quarenta anos bonellianos.
Após o já citado Castelli, com o seu 43º ano consecutivo de publicações, assinalamos que Mignacco é publicado ininterruptamente há 33 anos, seguido por Vigna (32 anos), Chiaverotti (31), Boselli (28), Burattini (27), Manfredi e Berardi (26), Ruju (25), Vietti (24), Enoch (23), Barbato e Mantero (22).

Claudio Chiaverotti em 2019 festejou os seus primeiros trinta anos na Bonelli.

No que diz respeito às séries únicas, pelo menos aquelas que tiveram mais de 500 páginas publicadas neste 2019, reportamos abaixo uma tabela com os argumentistas mais produtivos para cada personagem, com o número de páginas publicadas, e o número de vitórias anuais relativamente à série em questão.

O omnipresente Boselli ganha dois “campeonatos” neste 2019: o de Dampyr (19º na sua carreira) e o de Tex (pela décima primeira vez). Título duplo também para Rigamonti, o argumentista mais publicado nas colecções neverianas e, obviamente, na sua Odessa. De assinalar o 26º título de Burattini em Zagor e o 22º de Berardi em Júlia; sem esquecer o 15º título de Mignacco no reaparecido Mister No.

Finalmente, vamos também dar uma olhada nos dados relativos aos escritores bonellianos da década que está prestes a terminar.
Os escritores publicados pela SBE entre 2010 e 2019 foram 153, num total de 213.098 páginas de banda desenhada, ou seja quase 60% a mais que na década anterior, quando “apenas” 96 roteiristas estiveram empenhados.
91 dos 153 argumentistas publicados fizeram sua estreia na casa Bonelli nesta década; o mais produtivo entre eles foi Giovanni Eccher, que, com 3930 páginas de 2012 até hoje, ocupa o 21º lugar no ranking de escritores da década.

Giovanni Eccher, o estreante bonelliano mais produtivo da última década.

O curioso é que, tanto nesta década como na anterior, temos os mesmos autores, tanto em primeiro quanto em último lugar.
Obviamente, o escritor mais publicado é Mauro Boselli, enquanto que na última posição encontramos Leo Ortolani, de Parma, que fez apenas duas miseráveis páginas de Legs no ano 2000 e uma página solitária de Cico (Chico) em 2017.
Em prol da verdade, nesta década o mítico autor de Rat-Man não está sozinho no final do ranking: ele divide o último lugar com Silver, Bertelè e Ziche, também escritores de Cico (Chico) para uma única página/piada que apareceram na mini-série do amigo mexicano de Zagor, há dois anos.

A única página escrita (e desenhada) por Ortolani para a Bonelli na última década.

Aqui estão os 20 principais autores dos textos mais publicados nos últimos dez anos nas revistas Bonelli, obviamente alinhados pelo número de páginas publicadas.

Como antecipado e previsível há alguns anos – dada a vantagem acumulada -, Mauro Boselli é o principal escritor da década. A luta pelos degraus mais baixos do pódio foi mais convincente: do quarto lugar no ano passado, graças a doze meses de recorde de Moreno Burattini, subiu no ranking ao ganhar a medalha de prata.
Stefano Vietti consegue manter o seu lugar no pódio por apenas 50 páginas, em detrimento de Pasquale Ruju, que deve contentar-se com o quarto posto. A luta pelo quinto lugar, graças ao retorno de Mister No, foi vencida por Luigi Mignacco, que em conjunto com Gianfranco Manfredi supera a dupla Berardi-Chiaverotti. Troca de posições, em comparação com o ano passado também entre Enoch e Faraci nos últimos dois lugares do Top Ten.

Por hoje é tudo. Se você perdeu, convidamo-lo a ler a primeira parte dedicada às fantasmagóricas cifras bonellianas de 2019, e  voltaremos a encontrar-nos novamente ainda neste mês de Dezembro com todos os números dos desenhadores bonellianos em 2019.
Saverio Ceri

Material apresentado no blogue Dime Web em 24/12/2019; Tradução e adaptação (com a devida autorização): José Carlos Francisco.
Copyright: © 2019, Saverio Ceri

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