Entrevista com o fã e coleccionador: Jonas Dias

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Jonas Dias: Olá pards, chamo-me Jonas Dias, nasci em São Paulo – Capital, em Maio de 1970. Em 1980 mudei para o interior do estado, onde morei em uma cidade chamada Pirangi por dois anos e, voltei para a capital onde resido actualmente. Trabalho em uma empresa metalúrgica onde sou Supervisor de Manutenção.

Quando nasceu o seu interesse pela banda desenhada?
Jonas Dias: Desde criança sempre gostei muito de ler, na época lia muito as revistas em quadrinhos da Turma da Mônica, Disney e de Super-heróis.

Quando descobriu Tex?
Jonas Dias: A descoberta foi por acaso quando me mudei para Pirangi, um dia um garoto vizinho estava em casa e viu que eu tinha várias revistas em quadrinhos e me propôs trocar com as dele, como já tinha lido inúmeras vezes e não tinha dinheiro para comprar mais, acabei aceitando a troca e, no meio delas veio o Tex nº 41 – O Mistério das Pedras Venenosas.
A princípio não gostei por ser preto e branco e deixei de lado. Até que um dia sem ter nada para ler, peguei ela novamente e aí foi paixão à primeira leitura. Lembro que fiquei desesperado para ler a continuação mas infelizmente o meu vizinho não tinha, só alguns anos mais tarde é que consegui o restante da aventura.  Comecei a coleccionar para valer mesmo quando Tex Coleção foi lançada, desde então faço todas as colecções que foram lançadas e nos últimos anos me dediquei a completar a mensal, o que finalmente consegui no início desde ano.

Porquê esta paixão por Tex?
Jonas Dias:
Não sei explicar, acredito que seja por causa do ritmo das aventuras e pela variedade dos temas, sempre com enredos bem elaborados e que apresentam vários cenários, onde ora vemos Tex combatendo políticos inescrupolosos, grandes fazendeiros opressores, outras vezes é uma rebelião indígena ou assaltantes de banco, às vezes o tema leva a grandes investigações, outras é simplesmente acção pura, com muitos tiroteios e socos. Enfim, não importam os tipos de vilões, sempre vemos Tex fazendo justiça, não importando a cor da pele e o nível social.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Jonas Dias: Tex é como se fosse um ser humano normal, não tem super-poderes e, o que mais me cativa é o senso de amizade de Tex, não importa os riscos envolvidos, se um amigo solicita ajuda, ele imediatamente parte em auxílio.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Jonas Dias: Actualmente 1570 revistas de Tex. Tenho todas as colecções completas, menos os Tex Gigante preto e branco que comecei a comprar apenas no nº 30 e o Tex Gigante em cores da Mythos que me falta o nº 12. A mais importante é a mensal nº 1 da primeira edição pela dificuldade de se encontrar e a nº 41 por ser a primeira que li. Colecciono também Zagor, Mágico Vento e Mister No.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Jonas Dias: Colecciono as revistas e quando as finanças permitem, procuro as estatuetas da Centauria que foram lançadas recentemente na Itália.

Qual o objecto Tex que mais gostaria de possuir?
Jonas Dias: Os exemplares da revista Júnior com as aventuras do nosso Ranger (tenho apenas duas) e o álbum de figurinhas (cromos) lançado pela Vecchi em 1981.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Jonas Dias: Tex possui óptimas histórias, vou citar duas: El Muerto (Tex 112) e Missão em Great Falls (Tex 131-134). Como desenhador fico com Galep e aprecio muito o Fabio Civitelli e, como argumentista escolho o criador G. L. Bonelli e vai também uma menção honrosa para Mauro Boselli.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Jonas Dias: O que mais me agrada são os roteiros que possuem a incrível capacidade de nos prender na leitura fazendo com que sempre queremos mais. O que menos me agrada é o estilo de um ou outro desenhador, mas não chega a ser relevante.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Jonas Dias: Sem dúvidas a sua lealdade, seu companheirismo e senso de justiça que encanta todos os leitores. Tex sempre mostra que a amizade, a solidariedade e a busca pela justiça devem prevalecer entre as pessoas.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Jonas Dias: Acompanho mais pelas redes sociais e no ano passado fui ao Festival de Quadrinhos de Limeira, no interior de São Paulo, onde fui um dos sorteados (ganhei de brinde um Tex Romanzi a Fumetti) e tive a oportunidade de conhecer grandes pards texianos, que estão sempre engajados na divulgação do nosso Ranger, como Adriano Rainho, Ge Ge Carsan, João Marin, entre outros.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Jonas Dias: Acredito que Tex ainda tenha vida longa, porém, temos que encontrar meios de conquistar novos leitores, melhorando a divulgação. Com a evolução da tecnologia temos hoje muitas outras opções de diversão, diferente da minha época de garoto que as HQ’s (BD’s) eram praticamente a única coisa acessível. Temos também a crise económica que estamos atravessando no Brasil, com desemprego, problemas de distribuição, que dificultam ainda mais o acesso as revistas. Vejo com bons olhos as mudanças que estão sendo feitas pela editora, muitas vezes reclamamos dos “repetecos” mas é uma das formas que a editora encontra de atrair novos leitores.

Prezado pard Jonas Dias, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

3 Comentários

  1. Parabéns Jonas Dias,
    Pelo bom gosto na escolha das histórias, Missão em Great Falls merecia um Capa Dura a Cores!
    VIVA TEX!!!

  2. Concordo contigo Nildo, essa história é fantástica, bem que poderia aparecer em “As Grandes Aventuras de Tex“.

  3. Ambas histórias citadas como favoritas são do Sergio Bonelli, ao qual merece um ou dois volumes dedicados em As Grandes Aventuras de Tex.

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