Entrevista exclusiva: BRUNO BRINDISI (autor convidado para a 6ª Mostra do Clube Tex Portugal, em Anadia, nos dias 27 e 28 de Abril)

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco, com a colaboração de Júlio Schneider (tradutor de Tex para o Brasil) na tradução e revisão.

Bruno Brindisi estará em Anadia nos dias 27 e 28 de Abril para deleite dos fãs de Tex e de Dylan Dog

O Clube Tex Portugal realiza, em Anadia, nos dias 27 e 28 de Abril próximo a 6ª Mostra do Clube Tex Portugal e traz pela primeira vez BRUNO BRINDISI ao nosso país, motivo mais que suficiente para esta entrevista do blogue português do Tex com o autor italiano que estará então presente na capital da Bairrada no fim de semana de 27 e 28 de Abril no mui nobre MUSEU DO VINHO BAIRRADA.

Caro Bruno, mais uma vez seja bem-vindo ao blogue português de Tex.
Você será protagonista de uma exposição do Clube Tex Portugal, na cidade de Anadia. O que representa para si este acontecimento que contará com a sua presença em um país estrangeiro?

Bruno Brindisi: Um grande prazer, além da ciência de que já faço parte dos autores de Tex, depois de quase 30 anos de Dylan Dog.

O que convenceu Bruno Brindisi, autor de fama mundial, a aceitar um convite tão incomum?
Bruno Brindisi: Creio que estão a confundir-me com Joe Kubert! Mas agora eu fiquei curioso para descobrir o que haverá de incomum.

Quais são as suas expectativas em relação à 6ª Mostra do Clube Tex Portugal?
Bruno Brindisi: Depois de tantos anos de mostras, a grande paixão dos amigos portugueses tranquiliza-me sobre o alto nível da organização.

Ampliemos um pouco o horizonte da entrevista: o que o levou a entrar para a indústria dos comics?
Bruno Brindisi: Eu havia iniciado outro percurso, para mim a BD era só um passatempo, como a música. Mas a possibilidade de ganhos constantes, graças a editores como Sergio Bonelli, convenceu-me a tentar fazer dela a minha única fonte de renda. Espero não arrepender-me na velhice.

Como analisa a evolução da sua carreira?
Bruno Brindisi: O tempo de aprendizado foi breve, eu cheguei cedo a Dylan Dog, na época em que ele era lido por mais de um milhão de pessoas. Isso deu-me um prestígio e uma visibilidade incomparáveis, com o consequente entusiasmo de também poder dar o melhor profissionalmente. Oito anos depois da minha estreia na Bonelli, recebi o pedido para fazer um Tex Gigante, e pode-se imaginar o quanto eu senti-me honrado. Desde então, o meu caminho é plano, sem trechos acidentados.

Como avalia o seu trabalho de hoje em relação ao passado?
Bruno Brindisi: Com Tex, que é uma prova de fogo para qualquer desenhador realista, eu posso dizer que dei um salto de qualidade estrutural. Creio que já liberei-me de qualquer vínculo com fotografias, por tratar-se de mitologia do Oeste e não de adereços urbanos que exigem pesquisa constante.


Como se forma um desenhador do seu calibre?
Bruno Brindisi: Com muito trabalho.

Em que está a trabalhar actualmente?
Bruno Brindisi: Com a nova série Tex Willer, mas também logo sairão dois Dylan Dog meus.


O que sentiu quando recebeu o convite para desenhar essa nova série do jovem Tex Willer?
Bruno Brindisi: Um choque! Trabalhar com Boselli é terrível! Estou a brincar, somos amigos há vários anos.

O que Tex representa para si e qual a importância dele na sua vida?
Bruno Brindisi: Tex é um trabalho, não é um parente! Eu era leitor de Zagor, quando criança.

Tex é uma personagem importante na sua carreira, sem dúvida. Consegue se imaginar a ainda desenhar a série daqui a 10 ou 20 anos ou planeia um dia tentar algo novo? E teria em mente algum projecto de trabalho futuro?
Bruno Brindisi: Eu consigo muito bem imaginar-me a desenhar, mas não consigo imaginar o quê. Tex seria muito bom, mesmo daqui a 30 anos. Aliás, quero fazer a edição do centenário! Só terei 84 anos.

Para concluir, gostaria de deixar uma mensagem aos seus admiradores que irão a Anadia?
Bruno Brindisi: Não sou eu, estão vendo aquele alto, de cabelos compridos? Sigam aquele!

Caro Bruno, em nome do blogue português de Tex agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu. Se quiser aproveitar este espaço para deixar uma mensagem também aos nossos leitores, à vontade.
Bruno Brindisi: Aos leitores de Tex, mas também aos leitores em geral, que são sempre menos, eu agradeço pelo afecto, e peço que tentem contagiar outras pessoas, passem adiante a paixão!


(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

2 Comentários

  1. O Brindisi foi bastante sincero em suas palavras. Enquanto que para alguns desenhistas é um sonho trabalhar com o Tex, para ele é apenas um trabalho. Mas isso não diminui nem um pouco a força de suas magníficas ilustrações. Mais uma ótima entrevista. Parabéns, Zeca!

    Abraço

  2. Não gostei da entrevista… das respostas… respeito o trabalho do autor, mas não vou ler edições com arte do referido.

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