Entrevista com o fã e coleccionador: Gabriel dos Santos Mendes

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

 

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Gabriel dos Santos Mendes: Chamo-me Gabriel dos Santos Mendes, tenho 21 anos, nasci e moro em Maceió, estado brasileiro de Alagoas e estou cursando Física.

Quando nasceu o seu interesse pela banda desenhada?
Gabriel dos Santos Mendes: Antigamente eu não era muito de ler quadradinhos (apesar de eu ler alguma coisa ou outra de Turma da Mónica) achava que não era grande coisa. Mas tudo mudou quando um professor de português da 5ª série fazia provas baseado em livros e quadradinhos. Os alunos eram incentivados a ler para fazer as avaliações. E acabei apaixonando-me pelas BDs da Marvel e DC. Diferente da Turma da Mónica essas bandas desenhadas tinham roteiros mais criativos e desenhos bem realistas.

Quando descobriu Tex?
Gabriel dos Santos Mendes: Após terminar o ensino fundamental eu tornei-me um grande fã dos filmes Western Spaguetti, principalmente os dirigidos pelo Sergio Leone. Achava as personagens com atitudes bem violentas, sérias e nada românticas. A época dos filmes passava-se nos EUA durante o século XIX. Por causa disso, eu fui pesquisar bons quadradinhos que tinham tramas dentro desse contexto. Acabei encontrando Jonah Hex e Tex e desses dois me identifiquei melhor com Tex.

Porquê esta paixão por Tex?
Gabriel dos Santos Mendes: Os quadradinhos de Tex, são histórias com poucas amarras cronológicas. Geralmente são histórias completas com duas ou três edições (em alguns casos somente com uma edição). Os roteiros são extremamente amarrados, com muita acção, suspense desenfreado e com toques de mistério. São esses elementos que eu procuro numa boa história.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Gabriel dos Santos Mendes: Ele é muito diferente. Não tem nenhum poder em relação às outras personagens. Sendo somente um ser humano comum com uma intuição infalível e um excelente atirador.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Gabriel dos Santos Mendes: Tenho pouco mais de 70 edições. 0 Tex Mensal e o Tex Gigante são as melhores na minha opinião.

Colecciona apenas livros do Tex ou também de outras personagens e editoras?
Gabriel dos Santos Mendes: Além de Tex, outras personagens da Sergio Bonelli Editore que eu gosto são Zagor, Dylan Dog e Mágico Vento. De BDs americanas eu adoro bastante as publicações do selo Vertigo.

Qual o objecto Tex que mais gostaria de possuir?
Gabriel dos Santos Mendes: Eu gostaria de ler a história O Signo da Serpente, considerada uma das mais nostálgicas de todo fã de Tex. Mas infelizmente está esgotada e até gostaria que a Mythos futuramente a republicasse.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia?
Gabriel dos Santos Mendes: Como sou um leitor bem recente de Tex, nem cheguei a ler muita coisa, mas as histórias “O passado de Kit Carson” e “O caçador de fósseis” eu achei muito boas. Sobre os roteiristas eu acho Gian Luigi Bonelli, Guido Nolitta e Mauro Boselli os melhores. Quanto aos ilustradores eu adoro a arte do Galep, Claudio Villa e Fabio Civitelli.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Gabriel dos Santos Mendes: Sem dúvida o seu senso de justiça, sempre defendendo qualquer pessoa vulnerável seja branco, negro ou índio. Quanto ao que menos me agrada ainda não encontrei nada que me desagradasse.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Gabriel dos Santos Mendes: Ele é um personagem de western numa época de homens frios e violentos que sempre desrespeitam a lei. Ele sempre tenta representar a justiça onde para muitos não há nem sequer a esperança. Poucos personagens são assim.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Gabriel dos Santos Mendes: Infelizmente eu não encontro quase nenhuma pessoa que adora quadradinhos e não ser pela Internet.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Gabriel dos Santos Mendes: Apesar de Tex ser um personagem com uma grande base de fãs, não é nada comparado a Marvel e DC que entretêm milhões de fãs por causa dos seus filmes multimilionários. O género western está praticamente quase morto neste século e Tex sendo desse género eu acho que está vulnerável nos próximos anos pois é taxado por muitos como ultrapassado. Outra coisa que merece atenção é que por conta da recessão política do nosso país os preços tendem a serem altos. Isso pode gerar um círculo vicioso, à medida que os preços aumentam as vendas tendem a cair causando uma possível descontinuação dos títulos. Eu espero que não aconteça.

Prezado pard Gabriel dos Santos Mendes agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

3 Comentários

  1. Parabéns Gabriel…
    bom ver que continuas firme e forte na leitura de Tex.

    Um forte abraço Pard

  2. O começo é assim, continue colecionando que você terá frutos.
    Parabéns!

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