Entrevista com o fã e coleccionador: Luiz Alberto Sousa

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Luiz Alberto Sousa: O meu é Luiz Alberto Sousa, nasci em uma cidade do estado do Pará, chamada Santarém, mas já há alguns anos moro em Manaus, no Amazonas. Para ser mais preciso, moro em Manaus há 33 anos. Trabalho em uma empresa de transporte e logística, onde exerço a função conferente de estoque e transporte.

Quando nasceu o seu interesse pela Banda Desenhada?
Luiz Alberto Sousa: O meu interesse por esta arte nasceu ainda quando eu era bem pequeno, tinha 13 anos de idade, na mesma cidade na qual eu falei há pouco, Santarém.

Quando descobriu Tex?
Luiz Alberto Sousa: Descobri esse espectacular Tex Willer há bastante tempo, no distante ano de 1982, tinha acabado de aprender a ler, e através das historias de Tex Willer e Zagor, aperfeiçoei a minha leitura, personagens esses que me fazem “teleportar” para as suas aventuras, no oeste americano, principalmente Tex, mas por incrível que pareça, o meu primeiro contacto com o mundo Bonelli, foi com Zagor: Foi assim: onde eu estudava, tinha um colega de classe que levava alguns para ler, e a partir do momento que o vi lendo, não o deixei mais sossegado, pedi para olhar, primeiro fiquei fascinado com os desenhos, na época em que a extinta editora Vecchi lançava Zagor, a maioria das histórias eram desenhadas por Ferri, em plena forma, obra de arte pura.

Porquê esta paixão por Tex?
Luiz Alberto Sousa: Para dizer a verdade eu não sei, é amor, paixão, uma sensação de paz e conforto, bem está quando pego uma história de Tex para ler, parece que nada ao meu redor existe, parece que eu entro dentro do gibi e lá estou eu, ao lado de Tex e seus pards, vivenciando as aventuras junto com eles.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Luiz Alberto Sousa: O que Tex tem de diferente? Bem, virtudes, qualidades, apesar de ser um personagem fictício, o seu criador atribuiu-lhe várias qualidades, essas que a maioria das pessoas hoje precisam ter, principalmente os políticos que comandam o nosso país, que hoje está afundado com tantos políticos corruptos e ladrões, roubando o dinheiro público, massacrando cada vez mais a população mais carente. Tex nunca diz não a um amigo, ou a alguém que precisa de sua ajuda, trata todos com dignidade e respeito, seja branco, índio ou negro, sem distinção de raça e cor, perante seus olhos, todos são iguais, têm os mesmos direitos, Tex leva justiça aos injustiçados, e com as suas acções, leva esperança para quem não a tinha mais. Acho que essa é a diferença para os demais heróis, faz prevalecer a justiça usando seu Colt, sem super poderes, usando apenas o seu grande senso de justiça.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Luiz Alberto Sousa: Para falar a verdade eu não tenho uma quantidade exorbitante de revistas. Em números, acho que chega às novecentas e poucas, leio muito, e algumas revendo e troco em ‘sebos’. Qual a mais importante? Bem, vou citar uma, não pela história, mas pelo facto de ter sido a primeira que eu me tornei proprietário mesmo (…risos…). Digo minha mesmo, pois quando eu era garoto, a maioria das revistas que eu lia, eram emprestadas de amigos. “Ninho de víboras“, esse exemplar tem uma história nada comum, “uma irmã minha ao ir em uma missa num domingo como era de costume, achou-o dentro da igreja, e levou-o para casa”, resumindo, aquele acabou se tornando o meu primeiro exemplar de Tex. Por isso eu a considero a mais importante.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Luiz Alberto Sousa: Coleccionar eu colecciono pouco, apenas Tex e Zagor, mas leio quase tudo da Itália, que a editora Mythos trás para os leitores do Brasil. Depois de Tex, o meu segundo personagem preferido é Zagor, o espírito com a machadinha.

Qual o objecto Tex que mais gostava de possuir?
Luiz Alberto Sousa: Tenho vontade de ter outros objectos, mas só tenho mesmo revistas, uma das coisas de Tex que tenho vontade de obter é uma estátua em miniatura do Ranger, não sei se vou conseguir algum dia.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Luiz Alberto Sousa: Tenho duas preferidas, mas quero deixar claro, que todas para mim são óptimas, mas sem duvida alguma, a primeira é “El muerto” e a segunda é “Juramento de vingança“. Desenhadores: Galep e Ticci. Roteiristas: em ordem, primeiro Bonelli, um génio, segundo Guido Nolitta e em terceiro um empate entre Mauro Boselli e Manfredi, embora este último faça um Tex mais durão.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Luiz Alberto Sousa:
A maneira como trata todos, com respeito, igualdade, o seu senso de justiça, solidário, sempre disposto a ajudar quem quer que seja. O que menos me agrada, o excesso de palavrões tipos, Satanás, Tição do inferno e algumas histórias em que de vez em quando fuma um cigarro atrás do outro. Mas sei que isso não oculta as outras várias qualidades que ele tem.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Luiz Alberto Sousa: Sem dúvida alguma os seus criadores, colocaram Tex em um patamar bem alto, nunca alteraram a essência do personagem, desde a sua criação Tex continua fiel à sua filosofia, mantém-se fiel na aparência e nas histórias, a competência de seus editores italianos que já vai na terceira geração, com Bonelli pai, Sergio Bonelli, e agora segurando o bastão firme e forte, Davide Bonelli. E no Brasil se deve muito à actual editora Mythos, sob a direcção do nosso parceiro Dorival Vitor Lopes.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Luiz Alberto Sousa: Tenho vontade, onde eu moro, geograficamente é inviável eu ir a esses encontros que de vez em quando acontecem pelo Brasil a fora, e aqui em Manaus onde eu moro, não acontecem eventos desses.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Luiz Alberto Sousa: Com bastante optimismo, Tex irá muito além de nós, porque digo isso? Porque Tex tem passado por cima de toda crise financeira que tem abalado o mundo, mas continua firme e forte, com uma série de títulos lançados simultaneamente em seu país de origem e aqui no Brasil também, apesar de que o Brasil vem atravessado uma tremenda crise financeira. Tex ainda ficará nas bancas por várias gerações, Tex está firme e forte e sempre estará. Por isso peço a Deus que nos dê muita saúde para poder curtir Tex ainda por muitos e muitos anos. Para finalizar, obrigado “Zeca” por me dar o prazer de participar desta entrevista, que era um grande desejo meu. Um grande abraço a todos os texianos do Brasil e do mundo. Fiquem todos com Deus.

Prezado pard Luiz Alberto Sousa, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.


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7 Comentários

  1. Obrigado meu amigo! Por você me dá o prazer e satisfação de ter concedido essa entrevista à esse fantástico Blog! O qual é competentemente administrado por você! Nos trazendo sempre ótimas matérias e novidades sobre esse nosso amado personagem Tex Willer! E obrigado também por me conceder o prazer de poder divulgar em público o meu amor por esse maravilhoso personagem! Que apesar de ser fictício, parece que faz parte de mim! Fique com Deus.

  2. Grande Beto, amigo dos tempos que os colecionadores trocavam ideia no fórum TexBr. Antes mesmo do facebook.

    Valeu pela entrevista, meu caro. A sensação de bem estar ao ler um Fumetti é mesmo impagável.

  3. Pô irmão, pois é! Meio afastado do fórum, mas “tamos” por aqui ainda! Valeu, um abraço Grande Jário.

  4. Valeu Alberto. Encontrar um exemplar de Tex num banco de igreja? Nunca tinha ouvido falar, uma história do Bonelli com os quatro pards que atrai mais um leitor do nosso ranger. Excelente! (no caso foi Tex nº 137 – Ninho de Víboras, jan 1982, Vecchi, nê?). Tens essa edição?
    PS – Deixar exemplares de Tex em locais para que ele encontre novos leitores?

  5. Ainda tenho sim Paulo Luciano! Detalhe: não deixo exemplares espalhados não! Sempre compro dois exemplares, e procuro doar à quem se interessar! Sempre com uma “pressão minha”! Mas essa de deixar exemplares espalhados, é ótima! Sobre o exemplar achado pela irmã minha realmente é bem inusitado! Mas realmente aconteceu! Um abraço amigão.

  6. Parabéns Luiz… bela entrevista, não desista, logo você acha algum objeto do TEX para abrilhantar sua coleção.

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