Entrevista com o fã e coleccionador: Sandro José Piola

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Sandro José Piola: O meu nome é Sandro José Piola. Nasci em Antônio Prado, Estado brasileiro do Rio Grande do Sul, tenho 39 anos e actualmente resido em Passo Fundo, também no Rio Grande do Sul. Sou servidor público. Casado, tenho dois filhos, um menino de 6 meses e uma menina de 4 anos.

Quando nasceu o seu interesse pela Banda Desenhada?
Sandro José Piola: Sempre gostei das histórias aos quadradinhos. A associação de texto e imagem dá asas à imaginação. Na infância tive acesso a poucas revistas, mas o suficiente para pegar gosto pela banda desenhada. Lembro que tentava copiar os quadradinhos da Disney, com lápis, papel e utilizando o vidro da janela para dar transparência.

Quando descobriu Tex?
Sandro José Piola: Na década de 80. O meu irmão que trabalhava na cidade comprou dois exemplares: Tex 101 O Filho de Mefisto e Tex 104 A Volta de Montales. Li várias vezes as mesmas, mas não sabia a conclusão da história, ficava só imaginando o desfecho. Em 1989 comprei num sebo (alfarrabista) a história de El Muerto. Na década de 90, já morando na cidade, os meus pais ainda moram no interior, vi nas bancas os primeiros números da Edição Histórica. Comecei a coleccionar, mas apenas a Edição Histórica. Em 2011, já estabelecido na vida, comecei a coleccionar as outras edições.

Porquê esta paixão por Tex?
Sandro José Piola: O gosto pelas aventuras de Tex deriva de uma associação de factores. A época em que se passam as histórias (a conquista do velho Oeste), as personagens envolvidas (índios, mexicanos e caras-pálidas), a natureza ainda sem a intervenção do homem, a vida simples das personagens. Também porque nasci no interior, ia para a roça a cavalo, fazia arco e flecha para brincar.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Sandro José Piola: Tex não tem poderes especiais, conta apenas com uma boa dose de sorte. Ainda tem uma capacidade estratégica muito superior aos seus adversários, o que no fim leva o nosso herói a conseguir superar o número quase sempre maior de adversários.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Sandro José Piola: Possuo quase todas as histórias lançadas no Brasil do Tex num total de 467 revistas sendo 85 do Tex Edição Histórica; 100 do Tex Coleção; 12 do Tex em Cores; 63 do Tex Ouro; 14 do Tex Anual; 26 do Tex Gigante; 32 do Almanaque Tex e 135 do Tex Normal. A mais importante é a Tex 300, talvez pela excelente capa e história. Montei a minha colecção quase que exclusivamente com as revistas da Mythos. A Mythos já lançou quase todas as histórias de Tex, não me incomoda o facto de ser em várias edições. Completas tenho a Edição Histórica, Tex Anual, Tex Ouro, Tex em Cores e Tex Gigante.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Sandro José Piola: Apenas as revistas.

Qual o objecto Tex que mais gostava de possuir?
Sandro José Piola: A próxima edição em banca é o que eu mais gosto.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Sandro José Piola: Eu aprecio todas as histórias que envolvem Tex e Mefisto. Além disso posso destacar a história O passado de Carson. O desenhador que mais aprecio é o Villa. Como argumentista, é claro, Bonelli Pai. As últimas edições que saíram na Itália também são excelentes.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Sandro José Piola: O que mais me agrada são os cenários e as estratégias do Tex para vencer os inimigos. O que menos me agrada são os finais de histórias nas quais os vilões morrem tragicamente, caem em penhascos, morrem afogados, em incêndios. Prefiro que sejam presos ou duelem com os pards. Também não me agradam os cigarros e os palavrões. Nas décadas passadas até dá para admitir o uso de cigarros, mas agora não vejo porque mantê-los.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Sandro José Piola: Um conjunto de factores levam Tex a ser o ícone que é. Argumentistas, desenhadores, editora e principalmente os fãs que mantêm viva a chama das aventuras de Tex Willer.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Sandro José Piola: Não, conheço apenas um coleccionador. Quando vai alguma pessoa de mais idade lá em casa prestar algum serviço e vê a minha colecção de Tex, vários falam que já leram muito Tex, mas que agora não lêem mais. Alguns apresentam o Tex para os filhos, mas não há interesse.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Sandro José Piola: Vejo um futuro promissor para o nosso herói. A Internet é a melhor forma de divulgação de Tex e acredito que novos fãs conheçam Tex principalmente por meio desta mídia.

Prezado pard Sandro José Piola, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

4 Comentários

  1. Muita boa a entrevista e sua coleção pard Sandro, muito bom encontra mais um Gaúcho fã de Tex!

  2. Mais uma belíssima entrevista a um colecionador do Tex, simples, mas muito rica em palavras, gostei muito da parte “Qual o objecto Tex que mais gostava de possuir?
    Sandro José Piola: A próxima edição em banca é o que eu mais gosto.
    ” é demais, os meus sinceros parabéns, Sr. Sandro!!! Muitas felicidades e um próspero ano novo 2014 com muita saúde e muita paz e amor!!!!
    Um abraço amigo de Portugal, dos Açores,
    Marco Avelar

  3. Bom, agora já deves conhecer muitos colecionadores, além do famoso galeto de Carazinho. Abraço.

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