Entrevista com o fã e coleccionador: Luiz Cesar Alves Gomes Junior

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Luiz Cesar Alves Gomes Junior: Bom, gosto de ler, jogar um futebol com amigos, aprecio demais filmes e séries e sou coleccionador dos mesmos,  nasci em Bagé, Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) e fui criado no interior de Pinheiro Machado e no momento moro e trabalho em Bagé, na fronteira com o Uruguai. Trabalho numa papelaria e estou cursando técnico em contabilidade.

Quando nasceu o seu interesse pela Banda Desenhada?
Luiz Cesar Alves Gomes Junior: Não lembro ao certo, mas desde muito novo quando um amigo me deu uma revista do Homem-Aranha e outra do Quarteto Fantástico, da editora Abril. Como eu morava no interior era complicado ter algo para ler, principalmente revistas de banda desenhada.

Quando descobriu Tex?
Luiz Cesar Alves Gomes Junior: Acredito que pelos 10 ou 11 anos de idade, isto é em 1991, quando um amigo me emprestou a fantástica aventura “Tambores de Guerra“, se bem que na verdade essa edição era pela metade da história pois não tinha começo nem fim.

Porquê esta paixão por Tex?
Luiz Cesar Alves Gomes Junior: A partir desse momento em ver aquele magnífico desenho e pela busca de terminar a história fui conseguindo emprestadas outras edições e ai cada vez mais fui criando um vício não só pela leitura mas sim por coleccionar. Essa é umas das grandes paixões que tenho, também muito pela característica marcante da personagem que se parece muito real e pelo estudo que os seus criadores têm no passado do velho Oeste que é umas das coisas que me chama muita atenção, principalmente a cultura indígena americana com tribos fantásticas. Comecei muito tarde a minha colecção, para ter uma ideia precisa foi no número 400, colorido, daí em diante não parei mais de comprar até hoje.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Luiz Cesar Alves Gomes Junior: Como já falei anteriormente, a humanidade mas também o grande talento com as armas pois mesmo sendo ficção tem muitas das habilidades dos pistoleiros daquela época tornando o herói Tex com certeza melhor do que todos que eu já tinha conhecido. Mesmo em histórias com Mefisto em que entra magia negra fica excelente por que é Tex, isto sem falar que aprecio muito Jack Tigre por gostar muito dos indígenas.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Luiz Cesar Alves Gomes Junior: No momento o total é de 630 exemplares de Tex, a colecção divide-se em Tex Edição Histórica, Tex Coleção e a normal seguindo a sequência da Itália. Tenho ainda Tex Gigante, Tex Anual, Almanaque Tex e os coloridos. As mais importantes para mim são Grito de guerra e Tambores de guerra.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Luiz Cesar Alves Gomes Junior: Apenas livros, mas ainda no campo dos fumetti também tenho alguns exemplares de Mágico Vento e da História do Oeste.

Qual o objecto Tex que mais gostava de possuir?
Luiz Cesar Alves Gomes Junior: Como infelizmente nada tenho de objectos o que gostava mesmo era de fazer cavalgadas como fazia quando era mais jovem.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Luiz Cesar Alves Gomes Junior: Resposta muito difícil, mas acabo por eleger El Muerto como história favorita.  Desenhadores escolho Ticci, Galleppini e Claudio Villa cujas capas são fantásticas como por exemplo a da história Além do Rio, nº 498. Tenho o dever de colocar esses 3 génios como os predilectos, já o argumentista elejo G. L. Bonelli.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Luiz Cesar Alves Gomes Junior: Agradam-me muito as histórias na aldeia, com os índios onde o Tex sempre busca defender as tribos injustiçadas e pelo facto da personagem mostrar uma realidade que aconteceu no velho Oeste, também aprecio as histórias de tiroteio em povoados e caçadas de bisontes como na história As grandes pradarias, nº 407. Quanto ao que não gosto não é directamente à personagem Tex mas há desenhadores que não estão à altura do Ranger, mas cada um tem o seu estilo e respeito todos, com certeza o importante é manter esse fenómeno nas bancas por muito tempo.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Luiz Cesar Alves Gomes Junior: Longevidade nas bancas, o estudo dos criadores como já falei, respeito com os leitores apesar de ter sido bem complicado na época da editora Vecchi e da editora Globo por não terem as histórias na sequência original da Itália e pelas saladas de fruta nas capas, pois para mim que sou coleccionador é terrível, mas Tex venceu tudo isso aqui no Brasil por ser uma personagem fora de série.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Luiz Cesar Alves Gomes Junior: Na época em que tinha um sebo (alfarrabista) muito bom aqui na minha cidade, encontrava-me com outros coleccionadores, agora não tento contacto, apenas com um colega no trabalho, mas tenho muitos amigos que gostam de Tex mas não coleccionam.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Luiz Cesar Alves Gomes Junior: Um futuro preocupante pelo facto da rapaziada não se interessar por revistas e leitura mas a divulgação de Tex na Internet é cada vez mais importante para manter essa personagem que só tem benefícios para os leitores novos ao mostrar uma cultura que está cada vez mais distante e deve ser preservada que é nosso velho Oeste, mas tenho certeza que Tex vai seguir em frente por muitos anos, e estou gostando muito da Mythos Editora que faz um trabalho bem sério e competente. O meu sonho era  ter uma 2ª edição de Tex Coleção exactamente como saiu na Itália com as mesmas capas, mas sei que é complicado. Estou muito feliz com o Tex Coleção quinzenal que é a minha colecção favorita, pois deste modo vou concluir a minha colecção em menos tempo.
Um abraço a todos os coleccionadores e a todos que adoram Tex e peço a todos que divulguem e que passem adiante para os seus filhos, amigos e conhecidos essa grande personagem chamada Tex Willer para que fique ainda muitos e muitos anos em banca.

Prezado pard Luiz Cesar Alves Gomes Junior, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

4 Comentários

  1. Boas,
    Gostei de ler a entrevista do pard Luiz Cesar, mais um grande colecionador no mundo fantástico do Tex, pelas fotos tem a sua
    colecção bem organizada, estás de parabéns, Luiz, continua sempre a colecionar, tens um bom gosto, amigo!!!
    Muitas felicidades e um grande abraço amigo,
    Marco Avelar

  2. Chifres de mil bisontes! O John Travolta é colecionador de Tex!

    Brincadeiras a parte você parece com o ator, ao menos nessas fotos.
    Parabéns pela belíssima coleção, bem organizada.
    O que seriam aquelas miniaturas na segunda foto?

  3. Eu coleciono as Edições Mensais, Ouro, Gigante e Quinzenal, O Livro da História da Vida de Tex e pretendo em pouco tempo abarrotar minha estante que praticamente se tornou 50% Texiana mas se depender de mim ficará 100% Texiana, parabéns!!! Quem não quer o fim do Maior Ranger do Planeta, não pode se omitir, tem que comprar as revistas e incentivar seus filhos e netos(as) a lerem.

  4. Primeiro parabenizar o Luiz Cesar pela entrevista e pela super coleção que ele tem.

    Taí o diferencial. Nós, os texianos, temos como mostrar nossos livrinhos perfilados nas prateleiras. São pequenas mas tem lombadas legíveis. São p/b mas tem 110 páginas. São de faroestes e tem 65 anos de história ininterrupta e sem sobressaltos.

    Villas Boas, vai juntando revistas até encher o quarto, a sala e vamos que vamos desbravando os sertões com o maior herói do faroeste de todos os tempos e ritmos.

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