Entrevista com o fã e coleccionador: Ivan Souza

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Ivan Souza: Chamo-me Ivan Souza, sou nascido e resido até hoje em Janauba, Minas Gerais, Brasil. Nasci em 8 de Dezembro de 1980 e profissionalmente sou ceramista. Casado há oito anos, eu sou pai da brincalhona Thais Emanuelle, adoro muito os meus momentos de lazer geralmente com futebol, uma boa pescaria e sem dúvida alguma o meu melhor passatempo: a leitura.

Quando nasceu o seu interesse pela Banda Desenhada?
Ivan Souza: Venho de uma família de nove irmãos e a maioria leitores e sou o mais jovem, portanto quando criança a actividade principal em casa era a leitura. O meu irmão Agnaldo era e é até hoje um fanático coleccionador e tinha uma enorme colecção de revistas (Marvel e DC) e com isso adquiri o gosto por leitura e descobri o saudável universo dos quadradinhos.

Quando descobriu Tex?
Ivan Souza: Tex apareceu-me através do meu irmão mais velho: o Arnaldo, que sempre gostou muito o mundo do faroeste, pois além de Tex ele é coleccionador também  de livros de bolso do ramo. Portanto desde cedo eu comecei a ler as edições de Tex que ele possuía e peguei o gosto e de lá para cá não mais parei e nem pretendo.

Porquê esta paixão por Tex?
Ivan Souza: Tex é diferente, não é uma revista como as outras, ao ler Tex a gente parece viver a história e se vê às voltas com o velho Oeste. Ler Tex é mais que um simples passatempo, para mim é um prazer!

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Ivan Souza: Lógico que todos os heróis e super-heróis têm em comum o cumprimento da justiça, da lei e do dever, mas devemos lembrar-nos sempre que Tex é um ser humano que tem os seus limites, não possui super-poderes e que fascina-nos sempre com a sua persistência, inteligência, o seu arrojo e ainda ganhamos de brinde o pessimismo irónico do velho Carson.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Ivan Souza: Actualmente eu devo ter cerca de 500 revistas do Tex e ao todo eu devo possuir quase 700 revistas da Bonelli, pois tenho também outros títulos como Zagor, Júlia Kendall, Mister No, Mágico Vento, dentre outros. Mas eu tenho um carinho enorme pelo Tex nº 6 da Vecchi, “O Vale do Terror”, pois foi o meu primeiro número mais antigo que consegui possuir, além da bela trama que Tex vive ao resolver aquele maldito mistério dos cortadores de cabeça.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Ivan Souza: Por enquanto só colecciono revistas, a única coisa que possuo do Tex que difere é o filme “O Senhor dos Abismos” e o livro “Tex Willer, a história da minha vida”, mas não descarto a possibilidade de mais à frente possuir outros itens para a minha colecção.

Qual o objecto Tex que mais gostava de possuir?
Ivan Souza: Em primeiro lugar a tão sonhada edição n° 1 da 1ª edição, mas também gostaria muito de concluir outras séries como a Gigante, Ouro e Anual.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Ivan Souza: Tenho na realidade duas histórias favoritas, ambas da Vecchi, são elas “Vingança de Índia”, n° 2 e “A Flor da Morte”, nº 65. Quanto ao desenhador para mim o Aurelio Galleppini é inigualável e o argumento fica por conta de G. L. Bonelli, mas aprecio muito o trabalho de Mauro Boselli.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Ivan Souza: Tudo em Tex me agrada, até a ironia de Carson e só posso dizer é que ficamos um pouco tristes com o fim de Lilyth e que prefiro ver os quatro pards juntos nas histórias pois estas ganham mais emoções e aventuras.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Ivan Souza: Talvez a longevidade da marca Tex pois são tantos anos de vida que nenhuma outra personagem conseguiu sustentar e o Tex continua vivo e forte sempre. Creio eu que o trabalho feito com Tex também é determinante para ele ser esse ícone, sempre teve em seu corpo de colaboradores pessoas sérias, competentes e talentosas, pois com uma equipa como essa da Bonelli e de pessoas que colaboram tanto com o nome de Tex como é o caso do G.G. Carsan, do Gervásio Santana, de você mesmo José Carlos Francisco dentre outros que no momento não me lembro o nome, nunca medem esforços em prol da divulgação de Tex, portanto pode esperar que Tex chegará tranquilamente ao n°1000.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Ivan Souza: Aqui em minha cidade eu conheço poucos coleccionadores de Tex, mas sempre conversamos a respeito do nosso herói e buscamos informar-nos das novas publicações e espero um dia ter a oportunidade de participar de um grande encontro como uma bienal, uma exposição etc..

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Ivan Souza: Se depender dos leitores que Tex tem, principalmente os velhos leitores, será um futuro brilhante, mas sinceramente às vezes tenho medo do futuro dos quadradinhos pois os jovens parecem não ter mais a mesma aptidão da leitura como era antes. Temos hoje um mundo digital e eu gostaria que as pessoas valorizassem mais as revistas e os livros, que soubessem entreter-se com o antigo e com o tecnológico. Inclusive que essa mesma tecnologia seja usada em prol da divulgação da marca Tex e que ele chegue ao conhecimento de jovens que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer o nosso herói, mas mesmo com toda essa dificuldade o que desejo de coração é vida longa e cheia de aventuras ao nosso destemido ranger.

Prezado pard Ivan Souza, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

3 Comentários

  1. Eu é que tenho a agradecer a você, Zeca, pela oportunidade apresentada e parabenizar a todos os texmaniacos que enaltecem cada vez mais o nome de Tex. Valeu!!!

  2. Gostei muito de ler a sua entrevista Ivan. Sabia que eu também lia livros de bolso de western? Eram legais, pena que não guardei nenhum. Hoje de madrugada mesmo eu assisti O Senhor dos Abismos e também O Dólar Furado, conferindo mais uma vez o trabalho dessa grande ator que foi o Giuliano Gemma. E, especialmente, temos algo em comum: A Flor da Morte, nº 65. Foi a primeira revista do Tex que li, ainda criança. Adoro essa história. Um grande abraço pard!

  3. Valeu João! Uma pena termos perdidos o grande Giuliano Gemma, um dos maiores ícones do cinema Western!

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