‘Tex & company’, os heróis da Bonelli na TV

Realizada no final dos anos 70, trouxe para o pequeno ecrã as aventuras dos mais célebres heróis da banda desenhada italiana..

Por Pasquale Frisenda*

No final dos anos 70 chega à televisão italiana ‘SuperGulp! I fumetti in TV‘, (SuperGulp! A banda desenhada na TV), uma criação de Guido De Maria e Giancarlo Governi [que prosseguiram o trabalho feito juntamente com Bonvi em ‘Gulp!’, a primeira, histórica transmissão do género, transmitida pela RAI a partir de 1972], um programa que apresentava, na versão de desenhos animados, as aventuras de famosas personagens da banda desenhada norte-americana, como ‘O Homem-Aranha’ e ‘O Quarteto Fantástico’, mas também heróis italianos como ‘Alan Ford’ e ‘Tex’ [este último com a versão animada da famosa história que vê o ranger empenhado contra ‘El Muerto‘, um dos seus adversários mais bem conseguidos].

Talvez fosse com base no sucesso daquela transmissão que Giorgio Bonelli pensa em realizar uma análoga, totalmente dedicada porém aos heróis publicados naqueles anos pelo seu irmão mais velho, o editor Sergio Bonelli.
Nasce então ‘Tex & company‘, um programa de “quadradinhos na  TV” que leva ao pequeno ecrã algumas das mais bem conseguidas aventuras dos heróis bonellianos de então: ‘Tex’, ‘Zagor’, ‘Mister No’, ‘Ken Parker’ e ‘Il comandante Mark’, mas também alguns episódios completos da prestigiada colecção ‘Un uomo un’avventura‘.

As aventuras transmitidas em ‘Tex & company’, como aquelas das personagens italianas apresentadas em ‘SuperGulp!’, não eram verdadeiros e próprios desenhos animados, de facto seria melhor defini-los como semi-animados: as imagens eram realmente as das vinhetas das páginas das histórias, privadas de qualquer balão e montadas em sequência, para depois serem animadas apenas com os movimentos de câmara, em maneira de dar a ideia do movimento e do desenvolvimento da acção utilizando apenas imagens estáticas.
Uma técnica improvisada, claro, decididamente artesanal, mas também genial, conseguindo por vezes resultados brilhantes e um bom resultado na apreciação e compreensão das várias histórias.

Com Giorgio Bonelli, a realizar a transmissão estava também Ferruccio Alessandri, e os dois comparecem no primeiro episódio da série para explicar, brevemente, como foi feito o programa: ‘Nós simplesmente retiramos os balões e procurado enriquecer o mais possível a narração com a trilha sonora‘ disse Giorgio Bonelli e, com efeito, entre as coisas mais bem conseguidas de ‘Tex & company‘ estavam precisamente os efeitos sonoros, as sugestivas músicas e as vozes das personagens.
A trabalhar em alguns episódios da série encontramos também Mauro Boselli, um dos principais nomes no panorama dos quadradinhos italianos e hoje em dia a espinha dorsal da série ‘Tex‘.

A dobragem (dublagem, no Brasil) é confiada a hábeis profissionais da Fono Roma Milano e a realização dos episódios revela-se cara e empenhativa. O retorno obtido na transmissão é em todo o caso bom, tanto que, em pouco tempo, é produzido ‘Tex & company 2‘.
Também esta segunda série obtém um bom sucesso, embora inferior ao esperado; o programa é transmitido em diversos canais privados, mas a tentativa de fazê-lo também na RAI falha devido à miopia de alguns funcionários [também ‘SuperGulp!’ termina, depois da chegada maciça dos desenhos animados importados do Japão, já prontos, imediatamente disponíveis, mais espectaculares e, sobretudo, mais baratos].

Segue-se um elenco dos episódios realizados para ‘Tex & company‘, com alguns vídeos [poucos, infelizmente, e nem todos completos], a começar pelo tema de encerramento do programa:

Tex & company[primeira série]:

Tex:
‘La valle della paura’
‘Le terre dell’abisso’
‘Tex contro Mefisto’

Un Uomo un’avventura:
‘L’uomo della legione’
‘L’uomo del Messico’
L’uomo del Nilo’
‘L’uomo di Iwo-Jima’
‘L’uomo del deserto’
‘L’uomo di Chicago’

Mister No:
‘L’uomo della Guyana’

Zagor:
Zagor racconta’

Tex & company[segunda série]:

Tex:
‘La valle della luna’
‘Sangue navajo’
‘Forte Apache’

Mister No:
‘Il mistero di Selva Preta’
‘Atlantico’ :

Il comandante Mark:
‘La tigre della Martinica’:

Ken Parker:
‘Un uomo inutile’
‘La ballata di Pat O’Shane’ [primeira parte]:

Zagor:
‘L’isola della paura’
‘I cacciatori di uomini’:

‘Indian Circus’ [primeira parte]:

‘Zagor e Guitar Jim’:

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*Material apresentado no blogue de Pasquale Frisenda em 03/01/2013; Tradução e adaptação (com a devida autorização): José Carlos Francisco.
Copyright: © 2013, Pasquale Frisenda

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