Entrevista exclusiva: G. G. Carsan (autor do novo livro temático “Tex no Brasil – Justiça a Qualquer Preço”)

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco, com a colaboração de Sílvio Raimundo na formulação das perguntas.

Prezado G. G. Carsan, bem-vindo uma vez mais ao blogue português de Tex. Você está prestes a lançar o seu segundo livro, cujo tema é Tex, sendo que o primeiro foi uma exaltação ao amor que nutre pela personagem, centrando o leitor no seu universo. O que faltou ser dito no primeiro volume, qual será o foco do segundo?
G. G. Carsan: A grandiosidade da saga texiana permitiria que cada livro tivesse uma abordagem única, mas ficaria enfadonho para quem gosta muito é de quadradinhos e de aventuras. Por isso, os meus livros trazem diversos assuntos de interesse para se adequar aos anseios dos texianos. Este volume começa marcando de forma indelével a história de Tex no Brasil, os grandes momentos, as colunas que fizeram dele uma personagem fenomenal. A ideia geral é fixar como Tex faz justiça e mostrar isso com exemplos das aventuras lidas e com desenhos que reforçam estas práticas. Também me preocupei em exaltar o trabalho de alguns texianos que se colocam a serviço do Ranger, de forma espontânea, para divulgar e engrandecer a personagem – na verdade um tributo a estes companheiros. Tex Coleção e Tex em Cores também passam por uma sabatina. Ou seja, são assuntos que não constam no primeiro livro.

Qual o principal objectivo do livro, que informação este pretende passar ao leitor?
G. G. Carsan: Tal qual o Livro 1, como gosto de me referir  a Tex no Brasil – O Grande Herói do Faroeste, este livro a ser lançado tem a pretensão de servir de referência, de base para os coleccionadores e estudiosos. Ele é um ajuntamento das informações dispersas e serve de instrumento para reforçar as nossas actividades de coleccionadores. Além disso, confere importância à personagem, que salta das bancas para as teses universitárias e para as livrarias, engrossando o leque das opções ofertadas. Dir-se-á no futuro que Tex é uma das poucas personagens que foi objecto de estudos nos países onde foi publicado. Acredito que isso ajudará ainda mais no engrandecimento do seu nome.

Qual foi a maior motivação para fazer o livro “Tex no Brasil – Justiça a Qualquer Preço” e o porquê do projecto?
G. G. Carsan: Permita-me inverter a ordem da resposta. Este projecto existe em minha alma. Eu sinto a necessidade de escrever. Sinto também que o trabalho que venho desenvolvendo é muito importante. Na verdade, ao lançar um livro sobre Tex, eu sinto-me fechando uma lacuna que também existe em mim como coleccionador. Quando preciso de uma informação texiana, a primeira coisa que faço é ir pesquisar no Livro 1, pois é muito mais fácil do que tentar adivinhar em que revista saiu tal informação, ou ainda sair olhando nas várias aventuras relacionadas. A motivação vai além. Sinto hoje a necessidade de repassar para os leitores uma sensação que se apoderou de mim – talvez todos saibam disso, embora de forma imperceptível –, que é a importância da mensagem de Tex em nossos dias de violência, desrespeito às leis, de impunidade desenfreada e a corrida louca do homem por bens materiais e passageiros, esquecendo que nada substitui a boa ordem, a paz, a família e os amigos. Não basta ler e gostar de Tex. É preciso fazer como Tex. Ser a lei, ser o justo, ser o leal. Então percebi que as pessoas gostam e coleccionam Tex não somente pelo prazer de juntar revistas e pelas aventuras em si; é também pela mensagem, pelo ensinamento, pela prática da justiça… é como se precisássemos beber nessa fonte, mensalmente. Isso  deu-me motivação para continuar e justificou até o título que me caiu na mente, de modo aleatório, mas na verdade representa o que buscamos em nosso meio: Justiça a Qualquer Preço.

Quando surgiu a ideia de fazer o livro? E quando ela foi colocada em prática?
G. G. Carsan: Enquanto escrevia o Livro 1, debruçava-me sobre as revistas e pesquisava e anotava, muitas coisas foram surgindo para vários livros sobre Tex. Muitas ideias foram deixadas de lado durante o processo e já imaginava que poderiam ser usadas no futuro. Foi assim. Depois do Livro 1 fui obrigado a dar um tempo para outras coisas e a esperar o desenvolvimento das vendas. Era preciso divulgar e fiz algumas viagens pelo Brasil. Era preciso saborear o sucesso e respirar. Aí as coisas vão acontecendo, os factos se sucedendo e chega-se a um momento em que aquela publicação deixa de ser pulsante. Inércia. Os pedidos praticamente param. Percebi que era hora de recomeçar a colocar algumas ideias no papel e em Julho de 2011 resolvi criar uma pasta intitulada Tex – livro 2, abrir um novo arquivo e iniciar os trabalhos.

Que expectativas tem para este seu segundo livro temático dedicado a Tex?
G. G. Carsan: A maior expectativa é a de agradar a quem adquire a obra. Não importa se vende muito ou pouco. O produto é colocado à venda e tem por obrigação agradar a quem nele investe o seu suado dinheiro. Por isso falei de saborear o sucesso na resposta anterior. O sucesso é, para mim, o agrado de alguém que me escreve, que divulga numa rede mundial que gostou e recomenda. Se vender muito, melhor ainda, mas de que adianta vender muito e ganhar a ‘pecha’ de livro ruim pela maioria? Por isso, repito: Quero agradar a maioria e trabalhei para isso acontecer.

Qual foi a maior dificuldade para fazer este novo livro?
G. G. Carsan: Pesquisar, pensar, analisar, ler e reler aventuras e livros do Tex é um prazer permanente para mim. Logo, tudo o que fiz para o livro não tem o peso de um trabalho. Executo ao meu bel prazer. Por isso, não posso alegar dificuldade. Devo lembrar que escrever livros sobre Tex veio como resultado da minha vontade de ser um roteirista, e sentindo-me impossibilitado por diversos factores, enveredei para este lado. Ora, desde a ideia, a escolha do conteúdo, a execução, o lançamento, a divulgação, tudo é uma escolha minha e isso facilita, muito embora aumente a responsabilidade.

Falando agora em especial para os leitores portugueses, a sua obra faz alguma alusão a Tex relacionada com Portugal?
G. G. Carsan: Não! A minha proposta é de falar sobre Tex no Brasil por ter o conhecimento necessário para me guiar sem medo de escorregar. Tex em Portugal, desde os tempos da Vecchi até hoje com a Mythos, dá com certeza um livro, ou de forma mais concisa, um grande capítulo num livro sobre Tex. Disso não tenho dúvidas, ainda mais por ser Portugal um país de convergência de texianos famosos e por aí estar o que chamo de Museu do Tex. Então decidi não adentrar no assunto, cujos meandros conheço muito pouco, deixando para quem de direito que possa fazer isso quando achar campo e necessidade.

Quando você estava se preparando para lançar “Tex no Brasil – O Grande Herói do Faroeste”, especulou-se sobre a possibilidade de a Mythos Editora, casa do Tex no Brasil ser a publicadora do seu livro, mas isso não ocorreu. Você se ressentiu de a Mythos não ter demonstrado interesse no seu material?
G. G. Carsan: Em 2008, quando dei por esgotadas todas as esperanças de uma publicação pela Mythos Editora, fiquei muito mal, chateado mesmo. É sempre assim, a gente costuma jogar os fracassos para cima dos outros. Até hoje alguns pards acham que a Mythos pisou na bola. Mas eu afirmo aqui: Não tenho mais qualquer rancor. É uma questão de tempo para se entender e aceitar as coisas. Temos sonhos e desejos a todo tempo, mas só conseguimos executar muito poucos. Percebi que a Mythos não tinha obrigação de financiar um sonho meu, lembrei que um empresário só aplica naquilo que gosta e tem certeza de lucro, ou ainda que uma empresa tem diversas políticas e escolhe a que lhe parece mais rentável, pois nem sempre o capital é abundante. Foi então que percebi que quem sonha tem que financiar os seus sonhos e cai em campo. Não adiantava reclamar. Qualquer um pode pensar que teria vendido mais, mas não aconteceu assim. Outra coisa: ficou o aprendizado. Hoje além de preparar o texto, faço a diagramação, procuro o revisor ortográfico, negoceio com a editora, faço o lançamento, divulgo, vendo, recebo, decido. Não há do que reclamar.

Com o seu primeiro livro vimos que a estratégia de venda foi centralizada no mundo Texiano, seja através de você próprio, ou de livrarias que são do meio, como a Revistaria TexBr, do Gervásio ou o BonelliHQ, a do José Ricardo. Isso se deu pela forma como o livro foi publicado, ou porque esse seria de facto o nicho a ser atingido? Essa centralização não restringe demais a publicação, que deixa de atingir àqueles que não conhecem o universo Bonelliano?
G. G. Carsan: Vou responder essa mostrando como funciona na prática: Acredito que todos os texianos mais sintonizados já tem acesso a Internet e o modo mais rápido de atingi-los é via site, blogue e redes sociais. Então achei melhor colocar os livros nas praças onde tinha amigos de confiança, para facilitar para os leitores e até possibilitar que participassem do negócio, ganhando suas comissões. Esses amigos texianos que são donos de bancas ou de revistarias, cobraram uma comissão menor, pagaram à vista ou muito rapidamente.
O meu grande desejo era vender bem e chegar o mais perto possível dos texianos, estampar a minha obra e a figura do Tex na vista do maior número possível de pessoas, mas aí tem as complicações do ramo, pois é preciso ir a cada banca, convencer o dono a expor o livro, que toma espaço e demora a vender, ou seja, não tem a rapidez de uma revista, tem o valor do frete até o vendedor. Depois tem o factor cobrança, onde nem sempre se recebe logo. Exemplo: eu coloquei 5 livros numa banca e vendeu apenas 2. O dono só quer fazer o acerto quando vender tudo. A outra opção é fazer o acerto e pegar os 3 livros de volta – mas aí vai para uma caixa e deixa de ser exposto.

Como o livro “Tex no Brasil – Justiça a Qualquer Preço” pode ser adquirido pelos interessados no Brasil e em Portugal?
G. G. Carsan: Para o Brasil farei a pré-venda a partir do dia 1º. de Setembro de 2012 até o dia do lançamento, que será em 27 de Setembro. A Revistaria TexBr será o exportador oficial e receberá os pedidos dos texianos portugueses… e também das vendas no Brasil para os seus clientes. Devido aos fretes altos, estou combinando com o pessoal da Revistaria TexBR a melhor prática para as remessas.
Como nas vendas do Livro 1, o interessado entra em contacto, informo os dados para depósito e após a confirmação do pagamento, envio o pedido de modo registado, com código para pesquisa do livro expedido.
O valor de venda será de R$ 40,00 (moeda brasileira), o mesmo preço do livro anterior. Será um livro com melhor acabamento, capas com orelhas, papel mais encorpado, 20 páginas com imagens coloridas e agradáveis surpresas, como aquela que será do agrado de todos, pois quem adquiriu o Livro 1 directamente com o autor, encontrará o seu nome gravado e ficará mais do que nunca ligado ao nome de Tex Willer.

Todos os Texianos o conhecem e sabem do amor que nutre por Tex Willer, assim, é sabido que o foco da sua primeira publicação não era financeiro. Valeu a pena o esforço, você atingiu o seu objectivo com o primeiro livro “Tex no Brasil”?
G. G. Carsan: Como bem diz a pergunta, o foco não era e continua não sendo financeiro. Na verdade, a gente se complica um pouco financeiramente, pois saca um dinheiro que tem nas mãos e investe para ir recuperando aos poucos, de forma dispersa. Afirmo que não vi mais a cor do montante, junto. Vai-se recebendo e vai-se gastando. Por outro lado, no afã de divulgar, de criar um nome, fiz muitas doações para bibliotecas e para jornalistas. Eu tinha e tenho muitas obrigações com texianos de várias partes e senti-me na obrigação de retribuir com livros. Alguns teimaram em pagar e eu teimei em não receber.
Então, atingi o objectivo de divulgar, de marcar o meu nome na vida editorial desta fenomenal personagem, atingi o raro prazer e a honra de ser alvo de um editorial do nosso saudoso Sergio Bonelli – ser taxado de arqueólogo dos quadrinhos fez um efeito bom danado.
Do ponto de vista financeiro, posso dizer que consegui receber o capital investido na impressão. Os demais investimentos passíveis de factores quantitativos ainda não foram cobertos. De todo modo, ainda tenho livros na caixa para vender, e com o passar do tempo, eles tomarão seus rumos. Começo agora a fazer uma mega liquidação e já tem clientes interessados.

Este segundo livro dedicado ao Ranger, será lançado durante a 6ª Expo-Tex de Jampa. Pode elucidar-nos sobre esse grande evento dedicado ao Tex, que já vai no 6º ano e foi inclusive alvo de um editorial de Sergio Bonelli numa edição italiana de Tex?
G. G. Carsan: Está ocorrendo uma mudança nos planos. Fui convidado para participar mais uma vez do 6º. HQPB, o grande evento dos quadradinhos da capital da Paraíba. Então, estou resolvendo no acto, em tempo real, de antecipar a 6ª. Expo-Tex para dentro do evento, que tem mais de 10 mil visitantes nos dois dias. Ocorrerá dias 8 e 9 de Setembro. Então só me resta convidar os texianos para visitar e curtir o grande evento. A 6ª. Expo-Tex é mais uma divulgação do nosso herói, que visa manter a chama acesa dos apaixonados pela banda desenhada, atingir aqueles que não conhecem o formidável Ranger, rememorar os bons tempos, activar o gostinho pela aventura. Para esta edição, acredito que chamará muito a atenção o banner com a capa do livro assunto dessa entrevista e a estátua (de argila) medindo 72 cm que me representa vestindo as roupas de Tex.
Mas pode anotar aí, no dia 30 Setembro, vamos comemorar o Dia Nacional do Tex.

Quando escreve sobre a mítica personagem Bonelliana, para quem exactamente você está escrevendo, quem você tenta capturar, qual o seu alvo e por quê? Ou apenas escreve para si mesmo?
G. G. Carsan: Esta pergunta permite-me projectar uma visão bastante ampla, tal qual o olho de um peixe, ou melhor, o campo de visão da coruja com direito a olhar para trás. Os alvos são todos os amantes de quadradinhos, os já fisgados e os que estão por vir. Caiu na rede, é peixe. O meu modo de escrever contempla justamente aquilo que sinto poder externar, o meu conhecimento e, talvez, muito mais, aquilo que busco compreender. Parto do pressuposto que se eu não sei disso, se tenho dúvidas naquilo, se tal informação é nova para mim, então pode ser novidade para os texianos e vir a lhes interessar. Se fosse para escrever para mim, não haveria a necessidade de publicar. Eu não sei se todos percebem da mesma forma, acho que não, mas imagino que os meus textos nos blogues, sites e agora nos livros, ajudam a motivar os coleccionadores. Ajudam a manter-me motivado. Basta lembrar como era antes da Internet, cada um na sua, calado, imóvel, não existia nada do que temos hoje, excepto as revistas.

Na sua mini-entrevista com Sergio Bonelli, no seu primeiro livro sobre Tex, você pergunta a ele qual o nível de relacionamento dele para com o herói de papel, se um irmão, apenas negócio ou se uma grande amizade. Como você, Carsan, se relaciona com Tex? O que ele representa na sua vida?
G. G. Carsan: Adorei a resposta dele e pelo visto, vocês também, já que a tiraram da manga. Um amigo na melhor concepção da palavra e do significado se formos pensar no modelo carne e osso. Amigo, aquele que escolhemos. Mas Tex passa disso, amigos! Tex é como uma divindade. Tex representa para mim e para todos nós, com pequenas variáveis, um leque formado pelos conceitos de lei, moral, justiça, amizade, solidariedade, inteligência, coragem, verdade e força. É por isso que chamo a atenção, mais acima e no Livro 2, para o facto de ser uma necessidade para muitos, e é isso que leva cada um de nós, seus leitores e amigos, a uma banca de revistas, na ânsia de encontrá-lo e levá-lo para casa. Eu já me peguei pensando como serei pós-vida sem Tex. Estou anotando o que quero levar comigo para o túmulo. Roupas, algumas revistas, um livro, algumas fotos.
Não nego que se pintasse alguns negócios de monta, ligados ao herói, eu até gostaria, pois precisamos do vil metal para sobreviver e realizar os sonhos. Mas sigo bem sem isso. Busco noutras fontes.

Com a publicação do seu livro, creio que deu para você captar um pouco da essência do Texiano brasileiro no que diz respeito à leitura daquilo que não é banda desenhada. A pergunta então é: O Texiano brasileiro gosta de ler?
G. G. Carsan: Uma pequena parcela sim. A maioria não! Infelizmente a maioria não gosta. Na entrevista com o Júlio Schneider para o próximo livro, ele explica isso de forma rápida. Vivemos o tempo das facilidades. Os textos curtos, as frases ocas. Ler um livro requer atenção, tempo, investimento. Todas as semanas costumo escrever nalguma rede social sobre assuntos do dia-a-dia, seja política, economia, social, com um certo nível de crítica e dificilmente obtenho algum comentário com mais de 2 linhas. Ora, isso prova que ninguém está nem aí para os problemas. E por quê? Por preguiça? Comodismo? Descaso? Desilusão no sistema? Não é simples responder. São todos os motivos, talvez. Por outro lado, quem publica um disparate ou piada ou ultrajes a outrem, consegue muita atenção, mas também uma atenção sem conteúdo, sem força de suscitar uma discussão. O facto é que existe um nicho muito pequeno de leitores. Mas estes precisam ser conservados, nutridos.

Qual a sensação de hoje você ter de facto o seu nome ligado à personagem que, acreditamos nós, para você já é da família?  Essa pergunta dá-se, pelo facto de hoje você não ser mais apenas um leitor, pois, além das convenções sobre Tex que anualmente são promovidas por si, escreveu um livro e está prestes a publicar o segundo.
G. G. Carsan: Não me canso de dizer que Tex para mim tem representado muita honra, muito orgulho, muitas alegrias, desde antes dos 10 anos com as primeiras leituras, até os dias de hoje vestindo uma roupa igual à sua, realizando eventos, fazendo amigos, conhecendo mais e mais esse fenómeno de vendas e de aceitação. Ligar o meu nome ao do Tex é uma coisa muito grande, que não sei quantificar. De repente sou conhecido na Itália, em boas partes do Brasil. Como esquecer um facto ocorrido em 2010, quando saí da estação metropolitana na Consolação e seguia a pé para o local da 17ª. Comix, vestindo as roupas de Tex, mas ainda sem os canos da calça embutidos  e sem o chapéu e lenço, e ouvi alguém dizer: ‘Carsan? Você é G. G. Carsan?’ Virei-me e vi um rapaz desconhecido a acompanhar-me. Poxa, senti-me uma estrela (rsrs). Também em 2010, visitando um amigo, o seu filho de tenra idade pediu: ‘Papai, o Tex vai dormir no meu quarto. Eu dou a minha cama para ele dormir’. Isso faz-me gostar mais e mais do que faço, e continuar.

Em sua opinião, qual a história de Tex que ainda não foi contada? Ou melhor, que história de Tex você contaria se lhe fosse dada a oportunidade e, para ilustrá-la qual seria o desenhador que você elegeria se isso fosse possível?
G. G. Carsan: Já é público e notório o meu desejo de ver a saga que levou Águia da Noite e Cochise a se tornarem irmãos de sangue e na mesma aventura ver como Tex e o General Davis se conheceram. Desenvolvi um argumento assim ao participar do torneio promovido pelo Portal TexBr (fórum). Também defendo essa aventura nesse novo livro, quando ouso afirmar que a SBE vai soltando algumas informações relativas ao passado de Tex num super afinado conta-gotas. Para os desenhos, seria a realização de um sonho assinar uma revista com o Fabio Civitelli, o melhor desenhador de Tex, na actualidade.

Por fim, dentre todas as histórias Texianas, qual aquela que não deveria ter sido contada?
G. G. Carsan: Depois de tantas aventuras e de construir um sentimento de solidariedade e compreensão dos problemas humanos e das próprias involuntariedades que acometem povos e grupos, confesso que não me sinto bem quando Tex é obrigado a matar da forma como fez com os thugs de Os Estranguladores, com os hualpais de O Ídolo de Cristal e ultimamente com os índios canibais de Os Demónios da Noite. Ele é obrigado a exterminá-los para salvar a própria vida, mas eu fico pensando que poderíamos ser poupados de uma história assim.

Voltando à sua faceta de escritor, você planeia lançar outros livros dedicados a Tex ou está parando por aqui com dever de missão cumprida?
G. G. Carsan: Muitas ideias vão sendo deixadas de lado durante o processo de preparação de um livro. Muitas vezes começamos um capítulo e quando chegamos no meio percebemos que é um assunto muito extenso, que se mistura com outro… portanto, é melhor manter uma linha e separar esse material para depois, ou se ater somente numa faceta do mesmo. Assim, posso adiantar-vos que já tenho as linhas mestras de um novo livro texiano, bem diferente dos dois anteriores. Creio que seja salutar dizer que, enquanto eu entender que posso acrescentar algo de bom para o Tex, será possível estar presente. Porém, como texiano juramentado, sempre verdadeiro nos meus propósitos, adianto-lhes que pressinto a hora de deixar para os mais jovens, e existem vários, as tarefas de divulgação diferenciada de nosso querido Ranger. Antes de escrever sobre Tex eu já tinha outros propósitos literários e continuo imaginando coisas, pensando em dar linha para os escritos que já preparei em tempos idos, somando por baixo, mais de 2.000 páginas.

Gostaria de acrescentar mais alguma coisa? Algo que não lhe foi perguntado e que gostaria que os nossos leitores soubessem?

G. G. Carsan: Os sentimentos são de gratidão aos amigos que me apoiam e confiam no que escrevo, no que represento, e quero desejar a todos que realmente sintam de verdade os conceitos e sentimentos irradiados por Tex, pois assim, serão verdadeiros Rangers e estarão da forma mais ampla possível, sendo cidadãos honrados, filhos de Deus… e felizes para sempre.
Para concluir mesmo, só desejo informar a todos os pards, que é a hora! Agora agora! Nos próximos dias, até o lançamento, estará valendo a pré-venda. Para garantir o seu livro “Tex no Brasil – Justiça a Qualquer Preço” já e para ajudar este humilde escritor nas despesas, os depósitos deverão ser feitos na Conta Corrente 103.477-4, Agência 3165-8, do Banco do Brasil, de alta preferência no modo depósito identificado – para eu saber de quem veio o valor – já que serão todos em valores iguais. Valor para o livro + frete = 45,00 Reais e para a camisa + frete = 30,00 Reais. Para contacto, dúvidas, informações, etc. escreva para mim através do mail ‘querolivrotex@gerafoto.com’. Enviarei mails para alguns pards que entraram em contacto com outras opções de compra e algumas dúvidas.
Repetindo: Depósito para Conta Corrente 103.477-4 – Agência 3165-8 do Banco do Brasil – Nome: Geraldo G. Carvalho. Valor para livro + frete = 45,00 e valor para camisa + frete = 30,00. Deposito identificado (opção na hora de fazer o depósito no caixa electrónico).
Depois enviem um mail dizendo o endereço actualizado, com CEP, e o nome para a dedicatória. Obrigado

Caro G. G. Carsan, em nome do blogue português de Tex nós agradecemos muitíssimo por nova entrevista concedida por si.
G. G. Carsan: Eu que agradeço imenso e muitíssimo aos pards José Carlos Francisco e Silvio Raimundo pela oportunidade, que Deus lhes abençoe e termino enviando-lhes fortes abraços.

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13 Comentários

  1. Parabéns, Pard G. G. Carsan, pela excelente entrevista, pelo seu segundo livro e vou me programar para não faltar ao lançamento do livro agora nesta nova data, ou seja, durante a 6ª Expo-Tex de Jampa.

  2. Ultimamente a minha vida tá um caos, o corre-corre no trabalho está me tirando muito tempo e o cansaço tem me impedido até de ler, mas, quando o Zecão me convidou para elaborar algumas perguntas em parceria com ele, para entrevistar você em relação ao lançamento do seu segundo livro, Carsan, eu fiz um esforcinho e com muito entusiasmo, aos 45 minutos do segundo tempo (o Zecão me disse que teve prorrogação) enviei as perguntas. Fiz isso por vários motivos: Pelo blogue, por Tex, pelo nosso Amigo Zeca, mas, principalmente pela admiração e respeito que lhe tenho. Você é um “cabra” forte, com uma determinação incrível e uma dedicação absoluta aos seus ideais, eu sabia que as suas respostas deixariam a entrevista muito interessante. Meu palpite estava certo.

    Parabéns pelo segundo livro e, não se esqueça da dedicatória no meu exemplar.

    Forte abraço,

    Sílvio Introvabili.

  3. Que maravilha!!
    Este é o nosso TEX BRazuca como sempre digo por aí, e como o primeiro livro, também comprarei o 2º livro de nosso querido G.G. Carsan, e estou aqui matutando sobre a camiseta, onde creio que o GG, poderia ter lançado a ideia de um linque de site, facebook ou do twitter, desta forma, ao desfilarmos por aí com a CamiseTEX ajudaríamos a agrupar outras pessoas!
    E que venha o 3º Livro, e que volte o TEC para eu seguir lendo TEX, pois sigo parado com o Ranger, infelizmente, apesar do grande apreço pelas aventuras e cultura texiana!

  4. Valeu amigo GG por mais esta vitória em sua vida. Com seu trabalho solitário e uma perseverança incrível naquilo que acredita, você é exemplo para todos nós. Tenho certeza que este novo trabalho, mesmo que não traga o retorno financeiro que se espera, trará a alegria expressa nas manifestações de apreço e estima dos amigos próximos e distantes para com o “nosso Tex do Brasil”. Amigo reitero que lhe devo há muito uma visita e que ainda não foi possível concretizá-la, mas cedo ou tarde, o momento chegará. Um grande abraço e mais uma vez parabéns!
    Lucio Andrade – Natal-RN

  5. Passando para agradecer pelo carinho.
    AS palavras de vocês representam significativamente e verdadeiramente que fiz uma boa escolha em militar ao lado do Tex.
    Obrigado e um abraço.

  6. Caro pard GG “Tex”, parabéns pela entrevista. Contundentes e esclarecedoras respostas sobre uma de suas paixões, e um admirável exemplo para todos. E exemplo a ser seguido. E fiquei feliz ao saber que já há “linhas mestras de um novo livro texiano“. Fantástico ! Espero que ele veja a luz do sol em 2013 ou 2014, pois com sua divulgação em eventos, web-escritos, e seus livros, sempre estais acrescentando muito de positivo para Tex, para os texianos, e para todos em geral. Só penso que ainda não “está na hora de deixar para os mais jovens, as tarefas de divulgação diferenciada de nosso querido Ranger“, pois tens muito ainda a contribuir divulgando os ideais de vida pregados por Tex. Você é bem mais novo do que o grande Kit Carson, então mire-se no exemplo dele, com aquela idade ele ainda está na ativa!!! Você tem muito a fazer com toda a sua competência e conhecimento. Pode sim orientar muitos jovens que queiram seguir seus passos (o jovem Grilo “Tex”, talvez), mas ainda deves permanecer na ativa totalmente nas pradarias da vida texiana. Saber de outros propósitos literários (e que já contam com mais de 2.000 páginas) também é uma grata notícia. Se puder comentar mais sobre esses propósitos, seria interessante. E o seu novo livro será lançado em SP e PR também? (Por ocasião dos eventos FestComix e Gibicon?). Você estará neles?
    Um grande abraço, e mais uma vez parabéns pela entrevista, pelo livro, e pelo belo exemplo de vida.
    Ezequiel Guimarães
    P.S. E ao Zeca e ao Sílvio, parabéns pela elaboração das perguntas.

  7. Caro pard Ezequiel, obrigado pelos comentários e por suas opiniões tão especiais a meu respeito. Desculpe até se não respondi antes, mas vi agora, ao vir copiar o link para repassar informações para um texiano que acaba de entrar no circuito, atraído pelo livro.

    Pard, assim você me joga muita importância e responsabilidade nas costas. Eu costumo dizer que sou apenas um fã mais atrevido do que os outros. Eu acredito que as coisas estão bem encaminhadas e as divulgações dependem mais de grupos do que de participações solitárias. Depois de uma certa vivência no meio, dá pra afirmar que o que conta mesmo são os eventos de HQs, como Fest Comix, Gibicon, HQPB, HQPI, Semana do Livro, etc., pois atraem públicos diversos e tem a força da presença dos desenhistas, editores e até dubladores (caso dos animes).

    No HQPB só apareceram 3 texianos de carteirinha (e dois eram desconhecidos). Apareceram muitos ex-texianos e alguns eu consegui convencer a comprar o livro 1. E muitos outros que passaram a conhecer o personagem. Tex teve uma ótima visibilidade e visitação (veja no facebook). Se fosse uma Expo-Tex em evento próprio, alcançaria um público virtual de certo tamanho, um público menor de jornal e poucos texianos juramentados que se deslocariam.

    O problema é que acredito que a divulgação deveria ser feita por donos de banca, que vão lá ganhar o seu pão e lucrar.

    Mas não tema, pard, talvez eu esteja ficando cansado para vestir a roupa e me apresentar em público, mas sempre estarei lendo e relendo as aventuras texianas, e participando dos meios.

    De todo modo, o futuro é incerto e não sei se conseguirei cumprir isso. É apenas uma ideia. Tenho que alçar novos voos, o tempo vai passando e sinto necessidade de outras coisas. Tem as 2 mil paginas para organizar (provavelmente para e-book), são romances de ficção, regionais, diário de bordo (minhas aventuras no Japão), etc.

    Irei a Sampa para o Fest Comix (confirmei ontem) e certamente nos encontraremos e será um renovado prazer abraçá-lo e batermos um longo papo e esclarecermos mais pontos dessa entrevista.

    Abração, fica com Deus e hasta la vista!

  8. Moro em Bangu no Rio de Janeiro e gostaria de adquirir essa camiseta do Tex na cor bege, tamanho GG. Vou fazer o depósito na conta, obrigado.

  9. Olá Ademar Jr., boa tarde!
    Rapaz, esta camisa foi realizada na época do lançamento do livro Tex no Brasil 2,(set/2012), sob encomenda. Naquela altura do tempo, informei no grupo Tex Willer (facebook) os termos, preços e prazos. A quantidade mínima para fazer as camisas era de 20 (quant. imposta pela empresa que faz) e foi este o número que consegui fazer. Depois disso, você é o primeiro que demonstrou o desejo de possuí-la, mas infelizmente não é possível atendê-lo.
    Como disse, para fazer novas camisas, teria que encomendar no mínimo 20, e não tenho demanda no momento.
    Um abraço!
    G.G.Carsan

  10. Olá,

    Eu também tenho interesse na camiseta, mas preciso dela para daqui há 5 dias.

    Você tem a arte? Se tiver, posso solicitar para fabricar em SP.

    Obrigada!
    Renata

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