TODAS AS CORES DE TEX

No momento em que nos quiosques italianos se estreia a nova série Color Tex, a “Collezione Storica a Colori” (Colecção Histórica a Cores) agregada ao quotidiano “La Repubblica” e ao semanário “L’espresso” chega ao fim, mas apenas para ser substituída pela reedição em “technicolor”, dos Tex Gigantes!

Com o ducentésimo trigésimo nono volume termina a longa maratona da  “Collezione Storica a Colori” de Tex, proposta semanalmente pelo quotidiano “La Repubblica” e pelo semanário “L’espresso”, desde o longínquo mês de Fevereiro de 2007. Uma iniciativa que obteve um sucesso entusiasmante e que permitiu aos leitores desfrutar, no espaço de apenas quatro anos e meio, toda a carreira do Ranger mais famoso e mais duradouro do mundo da banda desenhada, pela primeira vez a cores.

Mas a iniciativa não terminou aqui. A partir de 1 de Setembro, de facto, prosseguindo a colaboração com o “la Repubblica” e o “l’Espresso“, a Sergio Bonelli Editore distribuirá nos quiosques, a cada sete dias, o “Tex Speciale” que apresentará os álbuns “Gigantes” numa inédita versão a cores. Ela começa com “Tex il grande!” (“Tex, o grande“), desenhado por Guido Buzzelli e publicado pela primeira vez em 1988. Mas deixemos ao nosso editor Sergio Bonelli o prazer de apresentar a iniciativa, com uma mensagem  publicada no número 610 da edição mensal de Águia da Noite e que divulgamos de seguida:

Caros amigos,
pois bem, após cerca de quatro anos e meio, chega ao fim o que era suposto ser apenas um “experiência” limitada e que, em vez disso, motivada por um sucesso tão extraordinário quanto imprevisível, tornou-se um “encontro semanal” mais ou menos obrigatório para dezenas de milhares de leitores… Do que estou a falar?

Da “Collezione Storica a Colori” de Tex que, realizada com a colaboração do semanário “l’Espresso” e do quotidiano “la Repubblica”, marcou a introdução triunfal da cor do universo do nosso Ranger, uma “entrada” que, em doses assim maciças, nunca se tinha visto antes. Não foi fácil, eu sei, para muitos de vocês que conseguiram completar com sucesso a série inteira, fosse pelo compromisso financeiro que a empreitada requereu, fosse para a obrigação de encontrar na própria habitação, um espaço suficiente para acolher uma espécie de “montanha de papel”. Mas, creiam-me, a oportunidade era realmente imperdível – mesmo única – e, profissionalmente, não podíamos deixá-la fugir.

A todos aqueles que conseguiram a difícil meta (ou melhor, que conseguirão no próximo dia 25 de Agosto, quando o último volume – cuja capa mostramos nesta página – estiver à venda) vai o agradecimento de todos nós que, na rua Buonarroti, tivemos de multiplicar o esforço diário para garantir a pontualidade das publicações semanais. E, naturalmente, o nosso “obrigado” vai também para aqueles que, não tendo a possibilidade de prosseguir, interromperam ao longo do caminho, decidindo, a seu critério, em que ponto consideraram “completa” a sua própria colecção pessoal. “E agora?” Perguntaram-me em cartas, ou em recentes encontros com o público, “agora como fazemos sem a cor?” é uma questão que me deixa (agradavelmente) surpreendido. Mas como? Na Casa Bonelli, desde sempre considerada o “templo de preto e branco”, tem-se infiltrado lentamente, como um imperceptível veneno (que exemplo exagerado!), este “novo hóspede”.

Bem, sim, eu tenho que admitir – de vez em quando, que fique claro – estou a contrariar aquela que, por tantos anos, tem sido a espinha dorsal do meu gosto pessoal na banda desenhada. A cor, na verdade, tornou-se parte indispensável das expectativas de muitos leitores, que a interpretam como um “sinal” dos tempos modernos. Por conseguinte – acontece com cada vez mais frequência – só me resta render-me: se eu ainda consigo renunciar serenamente ao uso do telemóvel, do computador, da Internet e de tantas outras maravilhas tecnológicas, isso não significa que toda a gente seja forçada a fazer o mesmo… Em suma, considero que seria um erro impedir o gradual (e, talvez, “natural”?) avançar da banda desenhada “em quadricromia”.

Se qualquer um entre vós tiver dúvidas sobre a minha sinceridade, basta observar uma outra capa que eu mostro aqui ao lado. É com esta imagem, fruto dos infalíveis pincéis do nosso Claudio Villa, que recentemente inauguramos uma nova série texiana integralmente a cores, chamada – precisamente – “Color Tex”. Um evento anual que segue os passos do “Dylan Dog Color Fest”, que, já há algum tempo, parece despertar um certo interesse nos seguidores “dylandoghianos”.

Mas a grande notícia que eu quero falar é outra: a conclusão da “Collezione Storica a Colori” coincide com o lançamento de uma nova iniciativa que, espero, venha a ser igualmente apreciada. Como bem sabem, de há muitos anos a esta parte, as aventuras mensais de Águia da Noite têm sido acompanhadas da série dos Speciali (Especiais) – isto é, daqueles que chamamos carinhosamente de “Texoni” (Tex Gigantes) – publicações que eu sempre quis acurar com particular atenção, “recrutando” de tempos em tempos, prestigiosas assinaturas da banda desenhada italiana e até mesmo mundial.

Agora os fãs do “arco-íris” poderão admirar (ou readmirar) numa nova veste colorida precisamente aquelas histórias que são o meu “orgulho” pessoal. Trata-se de uma série “nova e diferente” da anterior, que vai recomeçar do número um (cuja capa também podem admirar mais abaixo) e proporá volumes (que, obviamente, serão menos numerosos) de maior formato, compostos por 240 páginas e vendidos em associação com o “la Repubblica” e o “l’Espresso”, ao mesmo preço de 6,90 €. Este primeiro número estará à venda no próximo dia 1 de Setembro!
Um abraço.
Sergio Bonelli

* Texto de Sergio Bonelli, apresentado no sítio da Sergio Bonelli Editore em 2 de Agosto de 2011.
Tradução e adaptação a cargo de José Carlos Francisco.
Copyright: © 2011, Sergio Bonelli Editore S.p.A.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

7 Comentários

  1. Oi Amigos!

    É interessante ver como o nosso Ranger está a se comportar ultimamente, principalmente quando a maior preocupação de nós leitores, é justamente com o seu futuro.

    Todas as iniciativas tomadas pela SBE e consequentemente pela Mythos, denota que o futuro do Tex está a se moldar e, será por demais longevo. Eu, na qualidade de fã, fico muito feliz com isso.

    Essa nova série dos Texoni tutto a colori é o sonho de consumo de muitos de nós, eu me enquadro nesse meio, mas, infelizmente o custo de vida anda um tanto alto e, como a SBE também está a lançar a série Color Tex, com histórias inéditas e eu já tenho a coleção italiana dos Texoni, decidi optar pela TEX COLOR.

    Vida longa ao Ranger!!

    Abraços,

    Sílvio Introvabili

  2. Torço, caro Zeca, para que a Mythos republique os Tex Gigantes Coloridos por aqui no máximo no ano que vem. Disso eu tenho certeza, só não imagino quando ela o fará.

  3. Seria interessante a editora, começar a pensar em lançar estas edições – mesmo, que em datas especiais – grandes feriados e períodos de férias – e se conseguissem fazê-lo com o apoio de algumas redes livros e revistas de aeroporto, por exemplo, a coisa decolaria!, além de empresas de comunicações – revistas semanal ou mesmo, mensal!!
    Navegar é preciso!!” e temos que nos lançar ao mar, mesmo bravio!!

  4. Surpreendentes notícias para os fãs de Tex, obviamente, mas o problema é que o dinheiro não vai chegar para tudo. Pessoalmente, estou de acordo com o Sergio Bonelli. Este “sinal dos tempos” modernos ameaça revirar de alto a baixo o templo sagrado do “preto e branco”, de tão antigas e prestigiosas tradições nos anais texianos (e não só!).
    Prefiro aguardar para ver como vai ficar o Tex Gigante do Guido Buzelli a cores, se for publicado no Brasil pela Mythos. É uma tarefa que exige o maior respeito pela obra de alguns artistas que figuram entre os maiores mestres do “chiaro-escuro“, como Buzelli, Bernet e Ortiz. Se for uma boa surpresa, todos exultaremos com isso. De qualquer forma, as hostes texianas vão certamente dividir-se em dois partidos, por causa destes Texones: ou a favor ou contra a cor.

  5. Espero que a Mythos repense sobre cancelamento de algumas séries pra se dedicar com afinco a essas publicações em cores.
    Há necessidade de cancelar Tex Ouro, Histórico, Férias e lançar somente um Almanaque por ano, somente assim seria viável publicar essas edições coloridas.
    A Mythos começou muito mal com o Tex em cores, poderia ter sido lançado em papel similar ao papel do Tex normal italiano, teria preço menor.
    O ideal é não esperar nada da Mythos pra não se decepcionar mais ainda…

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