Tex continua a cavalgar a cores na Itália

Na edição italiana nº 601 de Tex, publicada este mês, o editor Sergio Bonelli anuncia a continuação, para além do ducentésimo volume da “Collezione Storica a Colori” (Colecção Histórica a Cores), a iniciativa, lançada em Fevereiro de 2007, que continua a ser um sucesso extraordinário, como bem atestam ainda os cerca de 70.000 exemplares vendidos todas as semanas.

A “Collezione Storica a Colori”, apresentada semanalmente em associação com o “La Repubblica” e o “L’espresso”, prossegue a sua corrida nos quiosques italianos. Continua, portanto, a reproposta das aventuras de Tex, pela primeira vez integralmente em “technicolor”, enriquecida por uma capa inédita, criada para a ocasião por Claudio Villa, e complementada pelos artigos e comentários assinados pelo crítico Luca Raffaelli e pelo próprio editor Sergio Bonelli.

O centésimo nonagésimo volume, cuja capa e duas páginas interiores podemos ver a ilustrar este texto, foi posto à venda na quinta-feira passada, 11 de Novembro, agregada ao quotidiano “La Repubblica” e ao semanário “L’espresso”, e teve como título “Fiamme sul Texas” (Chamas sobre o Texas).

De seguida propomos então o texto com o qual, na edição mensal de Tex publicada neste mês de Novembro, Sergio Bonelli informa os leitores da continuação uma vez mais desta importante iniciativa:

Caros Amigos,

Desejaria que cada um de vós pudesse verificar a veracidade das minhas palavras, dando uma olhada no meu pequeno escritório de onde vos estou a escrever, local na redacção que, nas nossas intenções deveria constituir a “sala das reuniões”. Para não falar de todos os outros espaços em que, centímetro por centímetro, eu consegui meter algumas estantes…

Mês após mês, ano após ano, a maré de papel, tão previsível e inevitável numa editora, multiplica-se e avança, ameaçando submergindo-me, como sugere a simpática vinheta realizada pelo nosso Gianmauro Cozzi que podem ver reproduzida aqui ao lado. Não me lembro mais nem sequer da cor do piso, que só surge através de um estreito caminho que me permite chegar à mesa. Escusado será dizer-vos como a situação se agravou após a explosão dos chamados “colaterais”, ou seja, aquelas revistas distribuídas como anexos das revistas e jornais.

Num canto, uma espécie de Monte Branco formado pelas aventuras de super-heróis, em outro um Kilimanjaro com uma colecção de velhas revistas do Rato Mickey , num outro ainda um Everest  composto de dezenas de monografias dedicadas a grandes heróis da banda desenhada mundial. Podem assim imaginar com quanta participação ouvi o “grito de dor” lançado por alguns leitores texianos que, por carta ou de viva voz, pediam-me implorando: “Sergio, pare, por favor! A minha biblioteca, na verdade a minha casa inteira está em risco de explodir!”. Portanto, não é tão estranho que, pressionado por lamentos semelhantes, eu, numa dupla página publicada na edição nº 591 de Tex, lançado em Janeiro de 2010, tenha deixado escapar a “férrea” promessa de escrever a palavra fim à reedição cronológica a cores distribuída semanalmente com o “La Repubblica” e o “L’espresso”.

Eu não tinha dúvidas, a data fatídica seria a última semana de Novembro de 2010, coincidindo com o lançamento da ducentésima edição da série acima mencionada. O meu editorial, no entanto, provocou uma reacção, que, francamente, nunca esperei: a caixa de correio da Via Buonarroti 38 enche-se semanalmente, como por encanto, com mensagem de todos aqueles que, embora à custa de sacrifícios logísticos e económicos, pedem-me para continuar a alimentar a colecção que agora, graças à presença das cores, consideram a mais preciosa das edições de Tex.

Compartilhando a avaliação positiva dos meus correspondentes sobre a qualidade desta iniciativa e, especialmente, conhecendo as cifras de um sucesso verdadeiramente surpreendente, em tempos difíceis como os que vivem actualmente as bancas, eu não pude resistir à tentação de mudar de ideia e de prolongar a série em questão em mais trinta e seis volumes, ou seja, próximo de alcançar o número de álbuns mensais recém-produzidos. Naturalmente, para além de qualquer correspondência económica, o pedido de muitos leitores orgulha-nos e traz-nos uma ulterior confirmação do afecto com que, ainda hoje, dezenas de milhares de leitores italianos seguem as aventuras do cowboy mais longevo do mundo!

Sergio Bonelli

* Texto de Sergio Bonelli, apresentado na edição nº 601 de Tex; Novembro de 2010.
Tradução e adaptação a cargo de José Carlos Francisco.
Copyright: © 2010, Sergio Bonelli Editore S.p.A.

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4 Comentários

  1. Esta é uma excelente notícia e com um pouco de sorte poderá repercutir-se na edição brasileira, apesar de ainda faltar muito e muito tempo. Por isso, sem deixar de louvar a iniciativa da Mythos, julgo que, se é possível fazer essa afirmação, teria sido mais adequado começar a colecção no Brasil não pelo número um, mas sim por um número que apresentasse uma história que não tivesse sido tão recentemente publicada noutra colecção. Um pouco como o Manuel Caldas fez com o Príncipe Valente, começando por um número que não correspondia ao primeiro ano, e depois retrocedendo quando achou adequado. Por exemplo a colecção poderia começar pelo número cinquenta e depois avançar ou recuar, em que o número do volume seria exactamente o correcto (o número cinquenta). De qualquer forma, volto a afirmar, é uma excelente notícia que, espero, muitos texianos possam a vir beneficiar na língua de Camões, Padre António Vieira e Pessoa. Claro que a minha ideia é egoísta e resulta da vontade de ver algumas histórias de desenhadores preferidos com cor, como por exemplo, Victor de la Fuente, Fusco, Ortiz…

  2. Tenho certeza que em 2011 a Mythos dará continuidade a essa maravilhosa coleção. Só lamento que eles fizeram uma edição diferente da italiana, mais uma vez repetindo o erro da antiga Vecchi, isso no futuro vai atrapalhar, mas ainda é tempo de corrigir e apartir do número 7 manter o padrão italiano.

  3. Ótima notícia quanto à qualidade da coleção, não tão boa no que se refere a espaço cada vez mais reduzido na minha biblioteca e também com as repercussões financeiras decorrentes da extensão da série. Espero que também algumas histórias dos Texones, MaxiTex, etc. sejam colorizadas.

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