Vídeo TVI: Em 20 anos, dois terços dos quiosques italianos (principais locais de venda de Tex) fecharam

Crise na Imprensa não se prende a Portugal.
Em 20 anos, dois terços dos quiosques italianos fecharam

Reportagem do Jornal Nacional da TVI e do Jornal Público
14 de Março de 2024

Quiosques emblemáticos de Itália fecham por quebra na venda de jornais. Perdem-se locais que são o cimento que ajuda a manter unidas as comunidades locais.

No coração desta crise, está outra: a dos jornais, que quase não se vendem. Em 2004, eram vendidos nos quiosques italianos mais de nove milhões e meio de jornais todos os dias – agora, esse número não chega a um milhão.

Tex inevitavelmente também tem perdido compradores nos quiosques, felizmente não num nível ainda  tão catastrófico… mas a tendência será também que continue em queda com o avolumar dos encerramentos dos quiosques em Itália durante os próximos anos.

A família de Fabiano Pompei tem um quiosque de jornais perto da imponente Basílica de São João de Latrão, em Roma, desde 1948. A família de Marco Volpini foi proprietária de um perto das Fonte de Trevi durante um século. Ambos eram negócios prósperos, mas uma queda prolongada nas vendas de jornais obrigou Pompei e Volpini a fecharem as suas persianas metálicas pela última vez — tal como milhares de outros proprietários de quiosques em Itália.

“Podemos fazer sacrifícios até um certo ponto, mas se estamos a ganhar pouco ou mesmo a perder dinheiro, é melhor fechar e fazer outra coisa, mesmo que isso nos doa por dentro”, disse Pompei, de 30 anos.

Volpini tinha tomado recentemente conta do pequeno quiosque que pertencia ao pai, mas depressa se apercebeu de que não conseguia fazer face às despesas. “Daqui a cinco anos já não haverá quiosques. As pessoas vão obter toda a informação através dos telemóveis”, diz.

O organismo do sector, Snag, estima que dois terços dos quiosques de informação italianos tenham encerrado nas últimas duas décadas, deixando apenas cerca de 12.000 em actividade.

A Câmara de Comércio Italiana afirmou num relatório de Janeiro que, só nos últimos quatro anos, tinham fechado 2700 quiosques, o que representa uma queda de 16% a nível nacional, com Roma a registar uma quebra de 21%. No centro da crise está a queda das vendas de jornais, que representam a maior parte das receitas dos quiosques.

Em 2004, cerca de 9,54 milhões de jornais eram vendidos diariamente nos quiosques, segundo os dados da ADS, a empresa que acompanha as vendas editoriais. Em 2014, esse número baixou para 2,6 milhões, voltando a descer para cerca de 950 mil em Janeiro de 2024.

“O declínio da circulação dos jornais está numa trajectória descendente muito estável. Já se verifica há décadas e não há sinais de que vá mudar”, afirmou Alessio Cornia, professor assistente na Universidade da Cidade de Dublin, especializado em jornalismo.

Fabiano Pompei tinha um quiosque de jornais em Roma

Tempos de mudança

Enquanto os editores podem ter a esperança de manter as suas receitas em queda, transferindo os leitores para a Internet, os proprietários dos quiosques estão a ter muito mais dificuldade em reinventar-se.

Stefano di Persio gere um quiosque no centro de Roma, junto à sede do maior jornal da cidade, Il Messaggero. Costumava vender centenas de jornais por dia, mas agora vende menos de 50. “É uma piada”, disse, sem se rir.

O seu quiosque clássico e octogonal está repleto de bugigangas turísticas, como ímanes para o frigorífico, aventais e calendários com belos padres. Uma mão-cheia de jornais está guardada para os antigos habitantes locais que ainda não foram expulsos pelos turistas invasores.

“A maioria dos romanos deixou este bairro e foi substituída por turistas, por isso vendemos recordações. Se tivéssemos de depender da venda de jornais, já teríamos fechado há muito tempo”, afirma.

Este ano, o Governo está a oferecer incentivos no valor de até dois mil euros para tentar estancar a hemorragia, mas os proprietários de quiosques dizem que o dinheiro só vai servir para aliviar a situação a curto prazo e não vai resolver as tendências a longo prazo.

Para reduzir os custos, uma das bancas de jornais mais famosas de Roma, a dois passos do gabinete da primeira-ministra, transformou-se em Janeiro numa máquina automática de distribuição de jornais, eliminando a necessidade de pagar a alguém para entregar pessoalmente os exemplares.

Muitos habitantes locais lamentam a mudança dos tempos. Os quiosques são o cimento que ajuda a manter unidas as comunidades, locais onde se fala de política, de futebol e do tempo.

Quando Pompei abriu brevemente o seu quiosque esta semana para mostrar as prateleiras vazias, os velhos amigos juntaram-se rapidamente, esperando que ele tivesse mudado de ideias. Ficaram desiludidos.

“Este é o segundo quiosque do bairro a fechar. É uma tragédia”, diz Eufemia Curci, professora reformada. “É um grande fracasso da nossa cultura. As pessoas não lêem, só olham para o telemóvel. É triste.

Pompei tinha tentado transformar a sua banca de jornais numa pequena livraria, mas o volume de negócios nunca vingou e ele continuava a ter de se levantar todas as manhãs às 4h30 para receber as edições da manhã, iniciando um dia de trabalho que se prolongava até às 20 horas.

“Todas as noites sonho com o meu quiosque porque ele está no meu coração… mas não podia continuar”, disse.

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“I’m your Huckleberry, that’s just my game.” (Tombstone; 1993) – Interpretação de Laura Zuccheri com a participação de Tex e Carson

Tombstone (Brasil: Tombstone – A Justiça Está Chegando; Portugal: Tombstone) é um filme americano de 1993 do género western, escrito por Kevin Jarre e dirigido por George P. Cosmatos. O filme conta a história dos irmãos Earp, famosos homens da lei do Velho Oeste americano, a partir da chegada deles a Tombstone, cidade mineradora de prata localizada no Arizona. Além das referências históricas, o filme baseia-se principalmente em Gunfight at the O.K. Corral, clássico do cinema de 1957.

“I’m your Huckleberry, that’s just my game.” (Tombstone; 1993)

“I’m your Huckleberry, that’s just my game.” (Tombstone; 1993) – Interpretação de Laura Zuccheri com a participação de Tex e Carson

As Resenhas de Rafael: Biblioteca Bonelli – A Mão Negra

As Resenhas de Rafael*

Biblioteca Bonelli: A Mão Negra
Roteiro e arte: Onofrio Catacchio
116 páginas
Editora: Tortuga

Nova York, década de 1910. Navios que partiam do Velho Mundo chegam aos cais de Manhattan com regularidade, carregados de imigrantes e seus sonhos de uma nova vida na “terra das oportunidades”. Entre eles, um número expressivo de italianos buscam estabelecer no bairro de Little Italy o seu quinhão da prosperidade americana, embora nem todos pelas vias legais…

Afinal, o crime também atravessou o oceano Atlântico e replicou as práticas mafiosas sob o código d’A Mão Negra, que age impondo medo e terror entre os habitantes de Little Italy. Como se isso não bastasse, um serial killer age entre os becos enegrecidos de Nova York, matando prostitutas e escalpelando-as, cruelmente.

É nesse cenário de crime e tensão social que o policial Joe Petrosino atua, à frente do seu esquadrão de elite, “Italian Branch”, para conter o avanço da Mão Negra e capturar o assassino à solta.

Com roteiro e arte de Onofrio Catacchio e publicado originalmente pela Sergio Bonelli Editore na série Le Storie, o enredo de “A Mão Negra” remete a clássicos do cinema, como “Era uma vez na América” e “Os intocáveis“, trazendo figuras históricas como o próprio Petrosino e o tenor Enrico Caruso, numa sequência de tensão habilmente construída.

Os casos são investigados simultaneamente, e acompanhamos cada passo pelos olhos do personagem Davide Orsi, repórter italiano que viaja à América para conhecer de perto o cotidiano de seus compatriotas mas que acaba, eventualmente, na companhia de Petrosino, que o guia pelos segredos e tipos nova-iorquinos.

Embora traga uma arte funcional e um pouco engessada nas passagens de ação, Catacchio a compensa na elaboração de um roteiro cheio de informações e bem conduzido, dando o devido espaço a cada núcleo apresentado, em especial os integrantes da Italian Branch.

A mão negra” integra a coleção Biblioteca Bonelli, iniciativa da editora Tortuga que explora outras facetas da tradicional casa editorial de Tex e Dylan Dog.

* Rafael Machado é professor, escritor e jornalista. Publica suas resenhas no perfil do instagram “Leituras do Exílio“, além de colaborar com o sítio “Quinta Capa”.

(Imagens disponibilizadas pela Editora Tortuga; clicar nelas para as apreciar em toda a sua extensão)

INÉDITO na Internet mundial: A letra de ‘SOUL TRAVELER (TO SERGIO)’, de Graziano Romani

SOUL TRAVELER (TO SERGIO) [4.01]

Soul traveler (to Sergio)do álbum de Graziano Romani Yes I’m Mister No.

Whatever it is that keeps you movin on
whatever the reason that makes you
change your mind
need a faraway place when you’re feeling blue
where you can leave all of your worries behind
it’s the place I need to find, ‘cause

I’m a soul traveler, and I’ve got more than a tale
to tell.

Follow a dream of life and wonder
Sahara to the Amazon and the river Nile
been searchin’ for truth in the eyes of a stranger
and some comfort in a good friend’s smile
I’m stayin’ just for a while, ‘cause

I’m a soul traveler, and I’ve got more than a tale
to tell
I’m in love with all the beauty of the world
I’m a soul traveler, a soul traveler.

There’s so many stories and books to read
songs to hum and desires to feed
so many countries and cities and roads
rny baggage is light, I’m rarin’ to go…

I’ve find wisdom in the face of the moon
in a million comic-books word balloons
and the grooves of an old scratched forty-five
this juke-box will keep me forever alive…
I’m a soul traveler, and I’ve got more than a tale
to tell
I’m in love with all the beauty of the world, yeah…

I’m a soul traveler, a soul traveler
in love with all the beauty of the world
I’m a soul traveler, a soul traveler.

ALFONSO FONT, consagrado desenhador espanhol de Tex, virá a Portugal abrilhantar o Maia BD de 24 a 26 de Maio

ALFONSO FONT autor espanhol, nascido em Barcelona em 1946 e um dos mais destacados autores de Tex, a série de western italiana que é extraordinariamente popular no nosso país, será uma das estrelas que abrilhantarão o Maia BD 2024, segunda edição deste evento a realizar no norte de Portugal, nos dias  24 a 26 de Maio.

Nos próximos dias 24, 25 e 26 de Maio, o melhor da banda desenhada vai chegar à Maia. A 2.ª edição do Maia BD, uma iniciativa da Câmara Municipal da Maia com produção da cooperativa editorial A Seita, vai trazer ao Fórum da Maia um conjunto de actividades que irão tornar a banda desenhada o centro das atenções. O evento vai dar palco a alguns dos autores e artistas nacionais e internacionais mais reputados da actualidade, onde não faltarão lançamentos de novidades editoriais, representativos dos mais variados estilos e sensibilidades da BD. Para além de reunir autores, artistas e editores em mesas redondas e sessões de autógrafos, o festival desenvolverá uma programação ligada à BD com exposições, cinema de animação, ilustração, cosplay, workshops e feira do livro. De entrada gratuita e aberto a todos os públicos e idades, junta-te ao Maia BD nesta celebração da banda desenhada.

Alfonso Font estará no Maia BD nos dias 24, 25 e 26 de Maio

Alfonso Font vem novamente a Portugal (Font esteve presente no Amadora BD 2019), desta vez a convite da editora Arte de Autor que vai editar, em versão integral, a sua obra Jon Rohner (inicialmente Jann Polynesia), uma história sobre as andanças de um marinheiro aventureiro do final do século XIX, inspiradas em histórias de autores como Jack London e Robert Louis Stevenson, numa mistura de ficção com realidade, em histórias exóticas no Pacifico Sul.

Alfonso Font

De todos os desenhadores espanhóis aos quais Sergio Bonelli convenceu para que trabalhassem com a personagem criada pelo seu pai, Alfonso Font constituiu o caso mais inesperado; antes de mais porque não se trata de um autor com que qualquer apreciador de banda desenhada o identifique como desenhador de cowboys e pela tendência que sempre demonstrou de não trabalhar com guiões alheios.
Contudo, e de certa maneira, Font já era uma espécie de presença habitual em Tex, ante a manifesta influência que do autor catalão mostravam alguns dos desenhadores espanhóis que o precederam a laborar em Tex.

Alfonso Font Carreras nasce em Barcelona em 1946. Como a maior parte dos desenhadores da sua geração, e das anteriores, iniciou-se no mundo da banda desenhada muito jovem, e com 16 anos já trabalhava para a editora Toray, onde teve um dos seus poucos contactos com o género western anteriores ao seu trabalho em Tex, mediante a sua colaboração em alguns episódios da série Sioux. Durante a década de 70 trabalha para o mercado francês, sendo Los Robinsones de la Tierra, obra escrita por Roger Lecrueux, o seu trabalho mais difundido. Pouco depois, e já para o mercado autóctone, realiza as séries Géminis, escrita por Carlos Echeverría, e Tequila Bang, escrita por Victor Mora, esta última, obra coral realizada juntamente com Carlos Giménez e Adolfo Usero.

A partir de 1980 Font começa a escrever os seus próprios argumentos, numa sucessão de obras com cenários de ficção científica, nas quais alterna o tom dramático e a comédia: séries como Cuentos de un futuro imperfecto, El prisionero de las estrellas e Clarke & Kubrick com as quais se descobre um grande narrador para o grande público – a sua constatada qualidade como desenhador era já sobejamente conhecida por essa altura.

Alfonso abandona então o género da ficção científica para centrar-se em histórias mais contemporâneas, criando assim em 1985 Jann Polynesia, personagem a qual mais tarde rebaptizará como Rohner e é com ele que narra uma série de aventuras nos mares do Sul com um sabor deliberadamente próximo das novelas e contos de Robert Louis Stevenson e Jack London. Tal como nas narrações de ambiente fantástico, em que os roteiros assinados por Font possuíam uma forte componente de crítica social, as andanças de Rohner caracterizam-se também por conter essa mesma mensagem, por baixo do seu envoltório de aventura ou comédia.

Os géneros negro e histórico foram os que ocuparam os últimos trabalhos de Alfonso Font anteriores à sua chegada a Tex: Taxi era uma série sobre uma intrépida jornalista de investigação, enquanto que Privado era o livro de cabeceira que englobava várias histórias curtas cujo nexo de união era que nelas intervinham detectives privados e por sua vez Negras Tormentas era uma narração policial histórica, escrita por Juan Antonio de Blas – junto aos dois tomos de Alicia e os Argonautas, escritos por Patrick Cothias, uma das poucas ocasiões em que trabalhou com textos de outrem nos últimos vinte e cinco anos – e Bri D’Alban uma série desenvolvida na época medieval em território catalão. Todas elas confirmam uma sucessão de obras que nos serve para testemunhar que estamos, não só ante um excepcional narrador, mas também diante de um desenhador que fez escola, cujo nome aparece recorrentemente nas conversas de autores estrangeiros sobre a banda desenhada espanhola.

Alfonso Font começa a sua carreira em Tex com o Texone nº 12, escrito por Mauro Boselli e publicado na Itália em Julho de 1998 sendo hoje um caso peculiar no que ao Ranger diz respeito, ao ser um dos dois únicos desenhadores que trabalhou nas quatro principais séries de Tex: Texone, Almanacco del West, Maxi Tex e Tex inedito.

Gli Assassinni, título da história do seu Texone, apresenta-nos Tex e Carson atrás dos passos de uma organização secreta de assassinos, com a qual, Kit e Jack Tigre já tinham tido a má sorte de encontrá-la acidentalmente, com dolorosas consequências para ambos. A par dos protagonistas que iniciam a sua investigação para ajustar contas com os membros da dita organização, a história apresenta-nos um jovem chamado Mitch que também tem algumas contas a saldar com o mencionado grupo. Tal como sucedeu com os argumentos de Claudio Nizzi para Blasco ou De la Fuente, a história que Boselli escreveu para Font neste Texone correspondeu às características mais essenciais dos seus trabalhos: introduziu uma personagem como Mitch que goza de um protagonismo em alguns momentos equiparável ao do titular da série.

Esses mesmos parâmetros os encontramos também na sua história do Almanacco del West: La legge del deserto desenrola-se em algum lugar da fronteira entre o México e o Arizona, numa zona desértica na qual se encontra fugindo um grupo de bandidos que levavam um rapaz de curta idade como refém. Tex toma parte, junto do pai do jovem, na patrulha que perseguia o bando. Aparte das inclemências climatológicas a situação complica-se por acção de outro bando de bandidos que pretendem pôr em prática o velho ditado de ladrão que rouba ladrão… e assim ficar com o botim que transportam os primeiros. O argumento centra-se na relação entre um dos bandidos e o rapaz que levam como refém; de modo que o primeiro não hesitará em arriscar a sua vida para proteger o adolescente, ainda que não renuncie ao dinheiro por ele.

320 páginas abarca Nei territori del Nordovest, o Maxi Tex ilustrado por Alfonso Font. A história arranca quando um cadáver aparece no interior de uma canoa, trazendo uma carta para Jim Brandon, coronel da Polícia Montada do Canadá. O coronel, depois de conhecer os factos, desaparecerá na fronteira entre o seu país e o Alasca, sem dar explicações e sem deixar rastos. Tex e Carson deverão deslocar-se em pleno Inverno ao norte para investigar o que se terá passado com o seu amigo, a quem declaram desertor e deverão enfrentar uma infinidade de perigos naturais e não só. O certo é que o volume constitui um dos trabalhos mais impressionantes dos surgidos nas revistas de Tex na última dúzia de anos. O argumento escrito por Boselli representa todo um exercício de ritmo, exercício que Font plasma em imagens de forma magistral, com sequências de acção que mostram um portento de solvência narrativa. Algo muito similar ao que Alfonso já havia levado a cabo, por exemplo, no seu Texone, que possui nas suas páginas finais uma sequência de um tiroteio ocorrido no interior de uma mansão cujo brilhantismo não se pode descrever em palavras.

Após estas três edições especiais, Alfonso Font entrou para o staff oficial de desenhadores de Tex e na série normal já viu serem publicadas várias histórias, sendo as três primeiras I lupi rossi, Colorado Belle e Morte nella nebbia.

O que mais chama a atenção na globalidade do trabalho de Font em Tex, radica que ele elabora um tratamento gráfico distinto para cada uma das suas histórias. O seu Texone realiza-o utilizando profusamente tramas mecânicas com um resultado esteticamente muito atractivo, enquanto que para a sua segunda história – que como já vimos se desenrola num deserto – abandona as tramas e realiza um desenho com muita claridade, com poucas sombras, linhas e grandes manchas de branco, o que facilita a ambientação do cenário da história e finalmente, no seu Maxi Tex resolve-o perante grandes manchas de tinta para os sombreados, criando uns negros sólidos e contundentes que lhe dão um estilo muito pessoal à obra e que ademais contrastam poderosamente com as manchas de branco das sequências que se desenrolam na neve.

Tudo isto nos leva ao que poderíamos considerar como a contribuição essencial de Font à série de Tex e que é algo muito difícil de definir mas que poderíamos chamar de arte. Porque o que Alfonso Font contribui não é tão só um trabalho de uma qualidade lógica num autor que durante muitos anos foi uma das referências do meio. Não vamos realizar vaticínios porém estamos seguros que a verdadeira repercussão do trabalho de Alfonso Font em Tex está todavia por chegar através da influência deste nos autores que se seguirão na realização da série.

Venha ao Maia BD 2024 e ganhe um Tex original do Mestre Alfonso Font

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